Programas de calouros sempre revelaram grandes sucessos desde os tempos do Flávio Cavalcanti (tenho certeza que você não imagina quem seja esse sujeito, mas na Wikipedia tem alguma coisa e o restante você procura por ai); os formatos mudaram um pouco, mas a emoção de ver um talento nascendo, naquele momento mágico do teste, é algo muito legal.
Essa semana começou o X-Factor, do Simon Cowell, versão musical do American Idol que conta com vários “spin-offs” por ai. O horário é um pouco proibitivo, mas reprisa o tempo todo e ainda tem no Youtube. Grandes talentos já apareceram e ainda aparecem por lá. Particularmente gosto mais do que o equivalente “The Voice”, mas vamos deixar isso quieto.
Quase mudando de assunto, dizem que “quem gosta de coisa velha é museu”, mas também não é bem assim que a banda toca, não é mesmo? A sabedoria e o talento vêm (essa conjugação, com o acento, nem eu acreditei quando vi) com o tempo e, num contraponto, “quando mais velho o vinho, melhor o sabor”.
Ontem começou o Rock in Rio, comemorando os 30 anos do maior banho de lama conhecido da história do rock brasileiro, assim como da pior cerveja servida num festival. A música tema é realização do "Roupa Nova”, mas a música hino, já até cantada (isso ele não merecia) pelo Milton Nascimento e que fizeram virar comercial de banco (aaaaiiii...meus sais... alguém tem um de frutas aí?), indiscutivelmente é “Love Of My Life”, do Queen.
A festa começou com um mix de bandas nacionais que foi somente “legalzinho”, mas podiam ter poupado o Ivan Lins dessa e a Ivete poderia ter cantado outra música com o Herbert Vianna; acabou que o tributo à Cássia Eller foi bem mais interessante. De qualquer forma, nosso rock envelheceu, mas não perdeu a qualidade e será eterno. Novas bandas (OneRepublic; Script), que fazem sucesso com a garotada, apareceram, foram legais, mas quando o Queen entrou, tudo que aconteceu antes ficou pra trás.
Diferente do que achou Alice, a presença do Adam Lambert foi o diferencial. Menino novo que veio do American Idol (nem ganhou, mas nem precisou), escolhido a dedo pelos remanescentes do Queen, ganhou o palco e o público. Em show muito bem dirigido, ele foi protagonista e coadjuvante do sucesso mundial da banda. As cordas de Brian May brilharam, como era de se esperar, e o “duelo”de Roger Taylor com seu filho me lembrou o Dan McCafferty usando uma gaita de fole, quando o Nazareth se apresentou aqui pelo sul (fiquei na dúvida se havia uísque escocês ou oxigênio na gaita, mas isso é um mero detalhe). Lembrando textos anteriores, os caras são velhos, mas longe de serem obsoletos e o show foi o máximo.
Pra terminar, uma pérola que veio da amiga Andréa Pachá (com permissão):
“Duas péssimas notícias: Mercury morreu e nós não temos mais 20 anos.
Talvez o duplo e triste fato explique, em parte, o coro dos indignados acometidos daquela saudade que seleciona os melhores momentos do resto de nossas vidas.
Em 1985, nos ressentíamos da falta de Janis Joplin e da lama e da liberdade que, nem de longe eram as de Woodstock.
Cada época tem o museu das grandes novidades do seu tempo.
Como lembrou David Zylbersztajn, mesmo com todo mundo dançando emocionado e agarradinho o “Love of my life”, sem o personagem original que identificava a banda, pode até parecer com uma propaganda do Itaú.
Nessa síndrome de Meia-Noite em Paris, sempre pode piorar.
Ou melhorar, se imaginarmos que ainda se dança agarradinho e há aqueles que com 20 anos, cantam o amor em coro.”
Boa Tarde! Eu sou o Narrador.
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