Num mês de agosto qualquer...
O brilho da lua entrando pela janela do quarto
Fez com que o dia começasse mais cedo;
Se bem que ela não levantou;
Também não conseguiu mais dormir.
Aulas próximas a começar,
Malas e mochilas quase prontas,
A petizada mais ou menos animada...
Enfim... acabaram as férias.
Talvez tudo isso fizesse diferença
Se o sonho tivesse tomado a forma que ela queria.
Só que nenhum dos dois esperava tal desfecho,
Quando ela quebrou o frasco mágico do encanto.
Muito foi dito, muito foi escrito,
Muito foi sentido também:
Músicas, cores, sabores roubados,
Flores, sol e tempestades.
Das palavras ditas, somente uma parte,
Pode-se dizer, que foram certas.
Aquela mais importante foi trocada
Por outra que não refletiu os sentimentos verdadeiros.
E ele preferiu a solidão,
Enquanto ela preferiu andar por ai.
De comum, a mesma dor invade os dois,
Pois ambos perderam tudo.
Foi bonito, lindo mesmo,
Aquilo que os uniu.
Ele foi sincero; ela teve medo
E recuou no momento de decisão.
Injusto? Com quem?
Será que somente um coração ficou partido?
Qual dor agora é maior? A da perda?
Quem perdeu mais?
“[...]E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...
Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?”
N.N.: O trecho destacado é do poema “Amei-te e por te amar” de Fernando Pessoa. Clique aqui para ler toda a obra. Texto com tributo a Cássia Eller (original publicado no "Contos de Fada?" em 30/01/2011)
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