”Poderia
ser (500) DIAS COM ELA, de alguma amizade “condenada”, forçada,
equivocada, mas também de algo que cresce aos poucos, um romance, talvez
algo mais sério, basicamente um primeiro amor.” (Eu, Você e a Garota
que Vai Morrer)
Explicar
a relação do trecho acima com o texto de hoje seria tão ou mais
complexo que ele próprio, por isso vou deixar por isso mesmo. Como hoje é
Dia das Bruxas, vamos ao que interessa: mais uma história não contada
no “Contos de Fada?”.
Ana
deixara tudo muito bem explicadinho: o sujeito não gostava de anos
bissextos, mas era um cara legal; aproveitariam exatamente a hora
perdida do início do horário de verão para colocá-lo no desvio temporal
alternativo.
- Olá!
- Olá! Como vai?
Ele
não perceberia o fato de andar por um universo alternativo, onde as
coisas correriam de forma um pouco diferente e aí ele não ficaria tão
mau humorado e com vontade de “picar a mula” para outros cantos.
- Vou bem. Bela noite para reflexões, não acha?
Melinda
usaria o que aprendera com as “ymbrines”, criaria a fenda e, junto com o
Guri, voltariam à velha casa e a usariam como portal.
- E você veio de onde? Aliás... que onde é esse que nós estamos?
- Não tenho muita certeza. Estou com fome. Quer brócolis?
(Ouve-se um trovão vindo de um raio que escapou da bolsinha que Adrielle deixara para alguma emergência.)
Ops...
O
que ninguém esperava é que o tal do raio criasse um outro caminho, onde
aquela menina com uma bela expressão de boca, olhos castanhos
brilhantes e tudo formando um conjunto de rosto bem adequado e com
suavidade bastante para ser agradável de olhar, aparecesse na porta da
velha casa, que agora estava fechada com o sujeito dentro.
- Prefiro um chocolate, obrigado. Em outra ocasião aceitarei o brócolis.
Ela
parecia saída de um livro do David Nicholls , ou quem sabe de
outro de Jojo Moyes, ou talvez vinda do
mundo mágico do Harry Potter (será a melhor definição já que o texto é
sobre magia, portais e “ymbrines”). Na conclusão, olhou em volta, viu a
porta, sutilmente “meteu o pé” e a derrubou – delicadamente - como se
fora um yeti. Entrou, deu um susto no sujeito e logo puxou assunto, digamos, para "quebrar o gelo".
- Chá de pêssego, talvez.
- Ficarei somente com um café e obrigado mais uma vez.
Ao
descobrir a confusão, Melinda e o Guri utilizaram alguns métodos
alternativos do tipo noites infinitas, momentos súbitos de sono e
artifícios muito confusos para serem explicados. A ideia era causar uma
distração, para que eles esquecessem aquele instante inusitado e
seguissem suas vidas normalmente.
- Não sei fazer café... ):
Muitas
tentativas depois alguma coisa funcionou, eles esqueceram da casa, mas
não esqueceram do encontro, tamanha a intensidade dessa pérola do
destino.
- Aceito um copo de água. Que almoçar comigo amanhã?
Depois
da chuva o frio continuou, mas o sol finalmente brilhou (era a última
parte das instruções de Ana), formando um belo arco-íris.
- E o que aconteceu depois, Beatriz?
A pequenina riu...
- Como se você não soubesse...
Boa Noite! Eu sou o Narrador.
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