sábado, 17 de maio de 2025

Contos do Viajante da Oitava Dimensão 2

Aparecer naquela cidade longínqua, onde nunca houve aeroporto, embarcar num elevador e terminar no aeroporto de Fortaleza, saindo de um avião, foi extremamente inusitado.

O desembarque era direto num hotel de luxo - ao menos era o anunciado - porém totalmente fora do anunciado. Sem roupas para trocar e com o odor característico de quem andara pelos matos e pelos estábulos, pular na piscina fora a ideia abortada a partir da visão de dejetos humanos boiando.

Dessa vez não estava sozinho: mais três viajantes o acompanhavam além de um burrico de estimação lá sabe-se lá de quem ele era.

A confusão era total. Sem dinheiro, tentou a todo custo realizar ligações no celular que não mostrava os números a digitar e sim a página de um banco na Internet.

Apesar de conhecer alguma coisa de Fortaleza, nada lhe era familiar e o confinamento no hotel era uma realidade.

Tentou um quarto, mas lá todos estavam lotados. Na rua um desfile de burricos, comandados por orientais, animava as multidões como se fosse desfile de blocos de carnaval.

Tentou outros hotéis, mas a ligação nunca caía no lugar certo. Tentou ligar para a casa de seu pai, para explicar o atraso, mas isso também não deu resultado.

O piloto do avião informou que não faria nenhuma viagem de volta.

Caos totalmente instalado!

Quando...

Foi parar noutro lugar, onde haviam outros viajantes em missão de sabotar uma indústria, mas os donos eram empresários burocráticos. Parou num Chevette Hatch cinza em fuga, pilotado por uma mulher que nunca vira. Chegaram numa casa, sede da empresa, havia uma reunião e ele tinha total certeza de seria morto, mas alguém disse que ele estava certo.

E aí, quando já achava que essa loucura já tinha acabado, concluiu que isso já estava  parecendo o Túnel do Tempo, quando havia pane no sistema!

Etapa seguinte: recuperação em oftalmologia. A prova foi tão complicada que ele não entendeu nada. O professor era legal, mas aí ele entendeu que já tinha passado desse tempo e ligou o foda-se ("ah! quer saber? que se foda") e sumiu para outros mundos. 

Boa noite! Eu sou o Narrador