terça-feira, 10 de junho de 2025

A Biblioteca do Além

Mais um Conto do Viajante da Oitava Dimensão...

Passara por um prédio dos mais estranhos, com apartamentos sem porta e com moradores esquisitos, mas talvez eu conte isso num outro momento.

De súbito, uma biblioteca que também parecia um museu, com pertences deixados por pessoas que perderam seus entes queridos e que guardaram, lá, algo que fosse caro para aquele que se fora.

Fotos, diários nunca lidos, quadros, e toda a gama de pertences arrumados de forma anárquica, mas com delicadeza. 

Em alguns momentos, surgia alguém; difícil dizer ser era visitante ou morador, vivo ou morto, mas fazia algum comentário e desaparecia.

Em dado momento ele localizou uma porta e abriu... Foi parar do outro lado... Só que estava vivo. Lá, a atmosfera já era outra com muitas pessoas - mortas - andando de um lado para o outro, por túneis que mais pareciam labirintos.

Ele conseguiu sair e voltar somente uma vez (conseguiu sair de novo, já que continuou vivo). Foi muita informação que ainda não teve tempo de processar.

Foi parar numa conspiração, mas ainda falta falar do prédio esquisito.

É difícil a vida do viajante da oitava dimensão...

Boa noite! Eu sou o Narrador

sexta-feira, 6 de junho de 2025

O Quati Reborn

 Comecei a escrever esse texto quando...

- Vai falar sobre o quê, Narrador? - perguntou o Quati.

- Eu pensei, pensei e resolvi entrar na trend dos reborns.

- O que? Até você? Qual o problema das pessoas cuidarem de bonecas? Toda criança faz isso!

- É um tema interessante... até porque eu tenho algumas ideias sobre o "Viajante da Oitava Dimensão", mas tenho que variar um pouco também. Sem contar que são adultos que estão achando que as bonecas tem vida e levam no médico, pedem licença maternidade, furam fila no mercado, essas coisas. Levam até para vacinar.

- Bem lembrado. Ainda tem vários gnomos e outros elementais no armário, para levar ao posto e vacinar. Faça o favor, né?! Afinal, pelúcia, porcelana, madeira, também interagem com os humanos.

 
Bom dia! Eu sou o Narrador!
 
O problema não é brincar de boneca; o problema começa quando a boneca chora, fala e conversa com você (os pelúcias também!). Vá ao posto de saúde, tome a vacina e aproveite para consultar um médico e falar sobre isso.  

sábado, 17 de maio de 2025

Contos do Viajante da Oitava Dimensão 2

Aparecer naquela cidade longínqua, onde nunca houve aeroporto, embarcar num elevador e terminar no aeroporto de Fortaleza, saindo de um avião, foi extremamente inusitado.

O desembarque era direto num hotel de luxo - ao menos era o anunciado - porém totalmente fora do anunciado. Sem roupas para trocar e com o odor característico de quem andara pelos matos e pelos estábulos, pular na piscina fora a ideia abortada a partir da visão de dejetos humanos boiando.

Dessa vez não estava sozinho: mais três viajantes o acompanhavam além de um burrico de estimação lá sabe-se lá de quem ele era.

A confusão era total. Sem dinheiro, tentou a todo custo realizar ligações no celular que não mostrava os números a digitar e sim a página de um banco na Internet.

Apesar de conhecer alguma coisa de Fortaleza, nada lhe era familiar e o confinamento no hotel era uma realidade.

Tentou um quarto, mas lá todos estavam lotados. Na rua um desfile de burricos, comandados por orientais, animava as multidões como se fosse desfile de blocos de carnaval.

Tentou outros hotéis, mas a ligação nunca caía no lugar certo. Tentou ligar para a casa de seu pai, para explicar o atraso, mas isso também não deu resultado.

O piloto do avião informou que não faria nenhuma viagem de volta.

Caos totalmente instalado!

Quando...

Foi parar noutro lugar, onde haviam outros viajantes em missão de sabotar uma indústria, mas os donos eram empresários burocráticos. Parou num Chevette Hatch cinza em fuga, pilotado por uma mulher que nunca vira. Chegaram numa casa, sede da empresa, havia uma reunião e ele tinha total certeza de seria morto, mas alguém disse que ele estava certo.

E aí, quando já achava que essa loucura já tinha acabado, concluiu que isso já estava  parecendo o Túnel do Tempo, quando havia pane no sistema!

Etapa seguinte: recuperação em oftalmologia. A prova foi tão complicada que ele não entendeu nada. O professor era legal, mas aí ele entendeu que já tinha passado desse tempo e ligou o foda-se ("ah! quer saber? que se foda") e sumiu para outros mundos. 

Boa noite! Eu sou o Narrador

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Salve Jorge!

Dei uma passeada no "Contos de Fada" e não descobri nada significativo sobre o dia de São Jorge que é hoje.

Por outro lado, encontrei uma bela história sobre o Dragão. Efetivamente não sei bem qual problema São Jorge tinha com o o animal, mas o Dragão não gostava muito de falar a respeito.

"Houve um tempo, em outra dimensão,
Que os dragões eram poderosos
E dominavam os homens,
Comandados por feiticeiros do mal...

Um desses dragões recebeu uma missão:
Derrotar um cavaleiro errante,
Que procurava sua princesa
No interior de uma caverna, onde ela era cativa.

Antes de encontrar o cavaleiro,
Ele viu a menina que aproximou-se sem medo...
Deu-lhe um “olá” e acariciou sua testa,
Além de oferecer-lhe um chá.

Uma lágrima ameaçou cair dos olhos do dragão
Que foi embora sem cumprir sua missão.
Afinal, como poderia magoar a doce menina,
Depois de tão gentil acolhida?

O cavaleiro, então, encontrou sua princesa
E, juntos, comandaram uma batalha contra os feiticeiros...
De tão irados que ficaram,
Baniram o dragão para outro mundo...

Ele surgiu num parque de diversões (como aquele que falei outro dia)
E antes que causasse muito espanto,
Viu um armário e por ele entrou,
Vindo parar no País dos Sonhos Verdes...

- Então aqui ele virou jardineiro, Mago? - perguntou a Dri.

A cena era bem interessante:
Os yetis jogavam cartas e as meninas brincavam no lago da cachoeira, enquanto observavam o dragão cuidando das rosas...

- Não é bem assim – respondeu o Mago, afagando sua cabeça – Ele cuida da rosa azul e ainda enfrenta cavaleiros errantes (o menino foi um deles); mas ele é dócil e, um dia desses, pode levá-las para voar.
- A mana tá chamando... me leva no colo?

E o Mago, com muito cuidado, coloca a menina nos braços e a leva até as demais.

“- Xau, Mago!”

Um jato d'água transformou-se em nuvem e desapareceu, a seguir, levando os yetis e as meninas... Qualquer hora elas voltam... afinal, elas nunca aconteceram..."


 


Boa noite! Eu sou o Narrador!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Contos do Viajante da Oitava Dimensão

O cenário não era incomum, mas o local não era o mesmo. No geral, as estações de transporte urbano eram mais organizadas e o movimento de pessoas ordenados mas dessa vez não. 

O caos misturava a destruição de escadas rolantes, tornando a estação um grande labirinto, com pessoas desesperadas atrás de explicações. Muitos eram só bêbados e alienados que somente frequentavam festas de final de ano; outros eram vítimas feridas pela guerra em que a manifestação anti governista se tornara.

O que ele procurava eram os amigos que ele não salvara de imediato, que não foram levados ao apartamento que era a sede da manifestação. O abrigo virara um pronto socorro em meio ao caos.

Sim: ele era do mesmo grupo, mas não compactuava de suas ideias até porque não era daquele mundo e era somente um viajante. Bem recebido, ninguém perguntou sua origem e logo suas habilidades com uma espada - misto de lâmina e escopeta - pareceram interessantes para o movimento.

Por sorte - e isso é comum nas viagens dimensionais - a configuração da base reacionária era semelhante aos outros mundos com um longo corredor separando uma área de ação com uma área mais privativa com salas e quartos e ele desviou crianças e suas mães com segurança, Só não pode evitar  a granada de alto impacto que o fez desmaiar por algum tempo... quando acordou o desastre estava instalado e saiu pelas ruas.

Na outra dimensão as coisas são assim: confusas, diferentes, estranhas... e terminam de repente sem um final conhecido. Às vezes ele retorna... na maioria só intersecções.


Boa noite! Eu sou o Narrador 

terça-feira, 15 de abril de 2025

Quando a quinta série volta pra você

O sujeito tem uma filha que hoje completa nove anos. Aproveitou a proximidade do evento e foram, os dois, comemorar no Beto Carrero!

Lugar sensacional, um calor danado que é amainado por algumas atrações onde sair molhado é regra (muito molhado).

Na hora do almoço, ele escolheu a atração Excalibur que é um teatro com uma história do Rei Arthur, espada na pedra, cavaleiro negro e uma competição acirrada entre quatro cavaleiros e suas torcidas, separadas pelas cores das mesas.

E aí vem a bateção ao som de "We Will Rock You" do Queen, muito aplausos e vaias da torcida e começa a descer a quinta série nos adultos enquanto boa parte das crianças não tinham a menor ideia do que estivesse acontecendo. 

Tanto que, quando servido o lanche com hamburguer e batata frita, os adultos comeram e as crianças esqueceram (os adultos comeram duas vezes -- que bom--- estava uma delícia).

Chega a período da tarde, pelos cantos vários componentes das diversas excursões já mostravam sinais de exaustão e faltava chão para todo mundo sentar.

Encarou o Portal da  Escuridão, onde sua filha saiu correndo e acabou que ele não viu nada e ela curtiu assim mesmo; seguiram atrações radicais como carrossel, mini montanha russa e a temível xícara que roda e roda até ele quase vomitar.

Exaustos, voltaram para o hotel e caíram no sono após um lanche pelo caminho.

No dia seguinte foram ao shopping. Viva as Lojas Pernambucanas e compraram sandália e sutiã (filha já está crescendo... mas esse acessório ainda não tem uso... enfim...🤦).

Cinema na sequência. Imagina: juntaram Jack Black, Aquaman, Enid lobisomem do filme da Wandinha e até a mãe do Stifler num filme de video game com peças de Lego que não são lego e que chamaram de live action do Minecraft! Aí a quinta série vibrou.

Diversão garantida e tudo terminado, retorno pra casa.

Parabéns, filha!

Bom dia! Eu sou o Narrador.


domingo, 6 de abril de 2025

Uma série com final

Quando eu era criança (ao menos cronologicamente), eu via na televisão várias séries de ficção científica como Perdidos no Espaço, Túnel do Tempo, Terra de Gigantes e Jornada nas Estrelas (Star Trek), mas essa última eu só comecei a ver mais velho, porque meus pais achavam que ela não era para crianças.

Além de serem de ficção científica, essas séries tinha um fator em comum: nunca terminaram e nunca soubemos o que aconteceu com os sujeitos perdidos no planeta gigante, no passado ou futuro e os perdidos continuaram perdidos no espaço.

Mesmo com algumas tentativas de remake, no caso de Perdidos no Espaço, a única série que criou spin off foi Star Trek e, na semana passada, eu consegui assistir aos dois últimos episódios, dos 172 vistos, das sete temporadas que foram de 1995 até 2001.

Entre episódios sem graça e de "enche linguiça", a grande maioria foram excelentes. Os personagens praticamente não mudaram e a grande mudança foi a personagem "Sete de Nove" que deu outra vida à saga a partir da quarta temporada, substituindo a personagem "Kes", como contraponto à capitão Janeway (como Spock fazia com Kirk na série original).

A resenha que encontrei na Internet foi a seguinte:

"A saga "Jornada nas Estrelas" tem sua continuação nessa série que introduz, pela primeira e única vez, uma mulher no comando de uma frota espacial. A recém-lançada USS Voyager, comandada pela Capitão Kathryn Janeway, recebe a missão de perseguir uma nave inimiga da Federação Unida de Planetas. Durante o trajeto, atingidos por uma força misteriosa que aniquila boa parte da tripulação da espaçonave, são alçados a uma distância de 70 mil anos-luz da Terra. Perdidos numa remota região da galáxia, conhecida como Quadrante Delta, a capitã e sua equipe precisam achar o caminho de volta para casa. É o início de uma longa jornada de desafios e conquistas para a Voyager e sua tripulação.
Primeiro episódio: 16 de janeiro de 1995 (EUA)
Emissora original: United Paramount Network
Episódio final: 23 de maio de 2001
Criadores: Gene Roddenberry, Rick Berman, Jeri Taylor, Michael Piller
Criado por: Rick Berman; Michael Piller; Jeri Taylor"

E aí? Será que eles acharam o caminho de volta para casa?



Eu sou o Narrador!

sábado, 5 de abril de 2025

Enquanto você estiver vivo

Com alguma frequência eu faço uns "remakes" de alguns textos antigos. O de hoje, "pescado" dos outros blogs pandêmicos e pós pandêmicos, veio de mais uma lembrança e de uma discussão sobre o que fazer com a louça lavada: secar com pano de prato ou deixar escorrer para secar naturalmente. Eu prefiro deixar secar: depois de um tempo o pano prato fica com um cheiro horroroso e passa para as louças, principalmente os copos.

Independente do que você faça, vou deixar o remake aqui embaixo. 

O ano era 2020 e, de um dia para o outro, a pandemia lembrou o apocalipse zumbi. Nas ruínas do que um dia fora o apartamento dos meus pais, onde passei boa parte da minha vida, eu e minha sobrinha dividimos o espaço com os poucos móveis restantes durante um tempo. O local era habitável para uma ou duas pessoas e suficientemente confortável desde que não fizesse muito calor ou muito frio.

Na cozinha tudo funcionava; a sala já não tinha mais o antigo piano e a mesa foi transferida para meu antigo quarto; o banheiro precisava de alguns reparos, não havia como aquecer o chuveiro e o banho frio era rotina que não chegava a incomodar no calor do final de verão. O quarto dos meus pais estava intacto, minha sobrinha morava nele e foi ela que teve o cuidado todo com o apartamento depois que meu pai foi morar de vez no interior.

Dividimos algumas tarefas, incluindo a louça. Depois de lavar, não havia escorredor e eu me divertia montando esculturas únicas com pratos, copos e talheres.

A ideia de fotografar veio daí... (mas usando escorredor - pena que eu não comecei antes). A ideia de um novo projeto, usando tais fotos, veio depois...

Tenho 3 blogs que estão listados por aqui em algum lugar: Contos de Fada?, Coisas do Narrador e Mais de Vinte Anos sendo que esse último descreve a vida na pandemia enquanto eu discorria sobre meus escritos.

Um dos textos falava de uma frase de Ida Feldman: "Enquanto você estiver vivo, vai ter louça" e enfeitava uma caneca que eu gostaria que ela mandasse pra mim um dia desses, já que faço propaganda e deixo até o link em azul 😆😆😆😆😆😆😆😆

Ela não mandou, mas comprei um quadro lá na TOK & STOK de Curitiba.

Então (e finalmente) um projeto (das louças) e hoje fiz uma nova arte, para o deleite dos amantes da lavação (será que existem? onde vivem? o que comem?). Se você também faz esculturas de louça, mande uma foto e uma história que pode ser que eu publique. 

Estou de férias dos plantões e vou aproveitar para fazer coisas no computador (inclusive o imposto de renda) e isso vai render uns textos também.


Eu sou o Narrador!

terça-feira, 25 de março de 2025

Fantasmas

♫"Andam soltos fantasmas e bruxas
Lobisomem em noites de lua
O saci dança em noites escuras
E ninguém tá seguro nas ruas"♪

Conheço pessoas que têm medo do período da quaresma, mas, vamos combinar, que coisas esquisitas frequentam as noites outonais isso frequentam. Os gnomos e duendes deram uma trégua (se bem que, outro dia, sumiu um colírio que reapareceu vazio e considerei que algum deles estava com conjuntivite) e sorridentes fantasmas começaram a aparecer.

- Como assim, Narrador? - perguntou o Quati

Fantasmas! Afinal, quem nunca viu?

Vultos, sombras, ruídos, odores diferentes (se bem que o Saci fuma cachimbo e pode ser que ele tenha andado por aqui também), brisas e tudo o mais que pode parecer esquisito.

A história dessa casa eu não conheço: sei que os donos moraram um bom tempo, mas preferiram mudar de cidade e manter alugado; os inquilinos anteriores tinham um pit bull e é só isso que eu sei.

E os fantasmas?

Se fosse uma atração televisiva comandada pelo Sérgio Chapelin, talvez ele dissesse o seguinte: " Quem sãos os  fantasmas a quem nós, brasileiros, confiamos as nossas casas? O programa de hoje investiga a vida dos fantasmas, se bem que eles estão mortos. Como vivem, já que morreram? Quanto ganham, se é que trabalham? O que pensam os fantasmas que um dia escolheram como profissão assustar os outros?"

Bom... terminei de escrever esse texto, vi o jogo do Brasil x Argentina (perdi meu tempo) e fui dormi. Eis que, de repente, a Mel (a cachorrinha aqui de casa.. aquela que não late, não corre atrás de cachorro da rua e que já falei em outro texto, dá um pulo atrás de um "barulho", latindo e tals. Mandei ela "pegar" e fui atrás. De pista, somente um final de pacote de pão que encontrei no chão, nitidamente mexido e rasgado. 

Foi um gato? HeHeHeHe...


 
Eu sou o Narrador

Nota: O trecho da música utilizada é do Ivan Lins - Quaresma. Aliás, usei outro trecho no texto "Fotografias na parede de madeira" Espero que ele não se incomode com isso.

sábado, 15 de março de 2025

Limpeza de Jardim

A notícia correu rápido: viria um jardineiro! A Mel ficou animada, mas preferiu observar o trabalho de longe, porque o barulho seria grande.

Os primeiros a correr foram os Smurfs, que avisaram os Trolls, que acordaram os outros duendes e gnomos (que trataram de enterrar meias, tampinhas, anéis e aquela série de coisas que desaparecem das casas e ficam com eles). 

Dona Baratinha colocou a fita no cabelo e saiu correndo com sua caixinha; as formigas chutaram a bunda da cigarra (pra ver se ela toma jeito já que o outono está aí e logo o inverno chega) e se esconderam embaixo da terra.

Os passarinhos ficaram a postos e logo atacaram os mosquitinhos que surgiram depois que o sujeito atacou, cortou e soprou que nem o lobo mau (só que o lobo mau entrou pelo cano com os porquinhos, teve que mudar de história e encarou o caçador, virou coiote e aí veio o "Bip Bip"... bom... qualquer hora eu falo do lobo mau)

Serviço feito, surgiram os tomatinhos vermelhos que foram fixados antes que rolassem e viesse o caminhão e tals, apareceu uma berinjela, algumas laranjas, couve, manjerona e, aos poucos, a situação voltará ao normal aos pequenos seres que habitam o jardim, misto de quintal.

Eu sou o Narrador

quinta-feira, 13 de março de 2025

Na Terapia

"- E aí, quando abriram a porta eu saí correndo..."

Que dia! Eu estava animada, fui no salão, saí de lá arrumadíssima, cheirosa... Tudo isso para conhecer a outra casa que minha dona morava. Subi as escadas ansiosa. Ela abriu a porta, eu entrei e logo veio a outra...

Chegou perto, latiu, cheirou minha bunda e nem deu bom dia!

Aí minha dona colocou comida pra mim e a outra comeu tudo!!

Nem discuti, na primeira chance eu devorei a comida dela! Que audácia! 

E a outra era bem doida: latia para as pessoas na rua, corria em volta o tempo todo e não sorria de jeito nenhum. 

Pensou que não podia piorar?

Depois do almoço todos os humanos foram trabalhar e estudar e eu fiquei sozinha com ela a tarde toda!

Preferi ficar afastada, mas ela puxou assunto. Disse que ninguém levava ela para passear e que ficava o dia todo naquele apartamento.

Em dado momento, ela voou na porta e começou a latir. Pensei que fosse alguém chegando, mas era só o vizinho levando o pit bull para passear.

Acredita que o sonho dela era encher o pit bull de porrada??

Depois dessa fiquei escondida num canto até meu tutor chegar e aí dei nas patas! Desci as escadas correndo, entrei no carro e fiquei quietinha até chegar em casa.

Demorei um tempão para conseguir me acalmar.

Hoje estou melhor, mas lá eu não volto.


Bom dia. Eu sou o Narrador 

quarta-feira, 5 de março de 2025

Fotografias na parede de madeira

 ” I am a writer: anything you say or do may be used in a story” 

Quando saímos do chamado "bloqueio do escritor" (ou bloqueio criativo)  o que mais queremos é recuperar o tempo perdido. 

Desde 2017, ainda fiz dois blogs só que com um estilo diferente. "Mais de 20 anos" foi quase um legado póstumo, por conta da pandemia, quando não sabíamos se sobreviveríamos; "Pia da Cozinha" já foi um pouco mais criativo, mas não foi bem o que eu queria fazer. 

Agora que voltei (ao que parece) vou contar algumas coisas que eu acho interessante e uma delas mostra meus quadros.

Lá no passado, eu escrevi "Fotografias na Parede de Papel" e vocês podem acessar o link para entender como a coisa começou.

Nessa casa nova, ganhei uma parede de madeira e decorei com meus quadros antigos e algumas ideias novas como a placa do meu primeiro carro (uma Brasília branca 1976), minha coleção de "pins" (em construção), uma lembrança da minha viagem a Santiago de Compostela (ainda vou falar disso) e um visual do tipo "setup". 

É isso. Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma, ainda não encontrei os "perdidos". 

♫"Acabou toda essa brincadeira
Não há jeito de ser diferente
Como sempre chegou quarta-feira
E a praça não é mais da gente"♪

 

Bom dia! Eu sou o Narrador

terça-feira, 4 de março de 2025

Arco Íris

 ♫"Fadas e gnomos
Todos os duendes de todas as matas
Todas as pedreiras, fios d'água, cachoeiras
As outras cores do íris"♪

O movimento da mudança foi realizado em dois dias: no primeiro ele levara suas roupas e coisas simples, pois a casa nova já possuía móveis; no segundo dia o freteiro resolveu o restante.

Próxima fase, já com a origem vazia (ou quase) era o momento da limpeza. No dia seguinte, uma revisão mostrou que ficaram para trás duas peças importantes para a montagem de um equipamento; foram resgatadas e colocadas no bolso.

♫ São segredo nossoQuisera falar das coisas que não possoDo que faz do ar, a brisa, e a brisa de ventoE o vento de ventania"♪

E aí começou a confusão: aonde foi parar uma das peças? 

Novo inventário, novos sumiços, como a proteção de borracha dos pés da televisão, uma escova de roupas muito boa e cara, uma tesoura pequena (mas nem tanto) e, recentemente, meio comprimido de remédio para cachorro.

♫" Essa magiaEssa força que comanda cada elementoÉ a poesiaDe se recriar e de escolher o momento"♪

A primeira hipótese seria a distração ou os neurônios envelhecidos e prejudicados (provisoriamente) pelo alto stress dos últimos meses; a segunda hipótese (que poderia ser formulado por Mulder e Scully) seria a presença do gnomo que esconde as coisas.

- Ah! Narrador - diria o Quati - você voltou tão pirado quanto antigamente. Essas coisas devem estar embaixo dos móveis.

- Mas Quati, o que explica o sumiço... pior... o que explica o aparecimento das proteções de borracha espalhadas pela casa e quintal (locais que o sujeito frequentava direto). Sem contar que o sujeito fez faxina.

♫" De ser uma rosa
E de ser o elfo que mora na rosa
Ter um brilho intenso
Como o sol e como o ouro no final do arco-íris"♪

O que se sabe é que a Natureza guarda mistérios. A casa possui um jardim (necessita de cuidados) e o sujeito também possui uns seres na bandeja mágica que virou armário.

Será? Agora só falta a pecinha, a tesoura e o tal do meio comprimido. Ah! Os gnomos devolveram um anel dos moradores anteriores. Achei numa gaveta que eu já abrira e não estava lá. 🤦🤦🤦


 Boa noite. Eu sou o Narrador. Eu voltei!

 

domingo, 2 de março de 2025

Violão e o Cachorro

O Carnaval começou e sua folia foi trabalhar. 

Saíra do cativeiro há meio mês, conseguira resgatar suas coisas (inclusive o violão), acrescentou as novas e a fase agora seria de montagem do necessário. 

Recomeçar "do zero" já não era novidade... a diferença é que, agora, havia experiência: aprendera a cozinhar (formado em "Top Chef", "Masterchef", "Panelinha", seguidor do Claude Troigros e outros), cuidar de casa, comprar no Mercado Livre e outros detalhes que a vida ensinou.

Um dos ensinamentos foi cuidar de cachorro. A cadelinha inicial, não foi resgatada e ficou por lá (ao menos por enquanto), mas sua filha gostou de outra que adotaram de um abrigo e chamaram de "Mel". Na verdade, o nome era Melanye, mas a menina não conseguiu pronunciar direito e ficou como Mel, sobrenome, Melody.

Muito tranquila, usa o jardim para suas necessidades, não é fujona, não fica latindo para os cachorros da rua e gosta de carinho. Tem casinha, mas prefere uma cama mesmo.

Agora segue o Carnaval. Dizem por aí que um filme brasileiro vai ganhar o Oscar.

Mas isso é assunto para outro dia, se eu eu tiver paciência.

 Eu sou o Narrador

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Cativeiro

 "cativeiro

substantivo masculino

  1. lugar em que alguém se encontra cativo; prisão, clausura
  2. qualidade ou estado de quem se acha cativo."
     
    No momento em que sucumbiu 
    Aos apelos de sua melhor amiga,
    Naquele ano bissexto,
    Também sucumbiu ao momento de fraqueza,
    Onde a carência associou-se à atenção recebida
    E o amor falou mais alto.
     
    No mês seguinte, quando tudo terminou,
    Destroçado pela perda do que recebera,
    O destino pregou-lhe outra peça
    E deixou-se levar pela promessa de melhores desafios.
     
    Só que o desafio transformou-se no inferno:
    Primeiro perdeu toda privacidade e foi afastado dos amigos;
    Depois perdeu boa parte das comunicações...
    Quando viu perdeu sua vida
              No cativeiro, onde somente havia um colchão e um cobertor
              (ajuda inesperada de uma nova amiga),
              Lembrou que o que importa é  
             "o quanto aguenta apanhar 
              e continuar lutando"              

              Progressivamente, transformou o cativeiro em pequeno lar,
              Onde a humildade e delicadeza prevaleceram.
              Recuperou parte das forças
              Partiu para o resgate de sua dignidade.

              Hoje, quando olha para trás, ignora o que passou.
              Livre, já em novo lar, usa a inteligencia
              Supera intempéries e segue em frente.
 
              O resto? O resto que se foda!           
              





              Como disse o "Terminator": "I'll be back"
              E eu voltei! Eu sou o Narrador!