O cenário desses contos geralmente é sombrio, mas o viajante, eventualmente, pode cair numa fenda um pouco mais agradável mesmo que continue sendo muito esdrúxula.
A pequena recepção, onde mal cabia o funcionário especializado em reservas, era também o acesso aos quartos. Os corredores eram largos, o chão era de madeira e rangia. Por fora, os aposentos pareciam muito simples mas havia um deles sempre reservado para o viajante, no qual ninguém era hospedado.
Muito cansado e empoeirado (cidades de faroeste são cheias de poeira), foi logo reconhecido e sua entrada liberada. Subiu as escadas, abriu a porta do quarto onde havia uma pequena cama com colchão de palha e coberta com lençóis brancos e um cobertor de lã marrom.
Ele passou direto na direção do pequeno armário de madeira; abriu sua porta, afastou alguns cabides e travesseiros e atravessou a parede de madeira como se ela não existisse (era somente uma projeção holográfica).
Subiu uma escada metálica, um pouco enferrujada e em espiral, chegando ao topo da torre, onde um aposento com pé direito equivalente a dois andares, com um mezanino que era o quarto (por assim dizer) o aguardava.
Apesar do cansaço, optou pela parte, digamos, baixa do aposento onde havia uma biblioteca e duas janelas com vista para o mar. Alguns equipamento também faziam parte do local.
Sim! Era de lá que ele viajava para vários mundos!
Ele sabia que seu tempo era curto e fez alguns ajustes no equipamento (vamos combinar que viajar pela oitava dimensão, da forma que ele fazia, gerava um grande desconforto) e subiu para dormir. Quem sabe por quanto tempo... quem sabe para onde irá da próxima vez...
