sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A Mariposa

”A mariposa branca é algo raro de se ver dentro de casa e simboliza a sorte e a prosperidade. Acreditam que, se uma mariposa branca entrar na sua casa, sua sorte mudará para melhor.” 

Conta uma lenda que a última parte da evolução de uma lagarta não é uma mariposa e sim uma fada. O detalhe é que, para completar a metamorfose, um ser de luz deverá ser encontrado (mariposas são atraídas pela luz) e aceitar sua presença (o que nem sempre acontece). 

Naquele dia uma revoada de mariposas, de todas os tamanhos e cores, surgiu ao amanhecer quase ofuscando a luz do sol que, timidamente, insistia em clarear o dia. Uma névoa fina confundiu-se com o voo evitando o assédio dos pássaros na manhã fresca de verão.

Cada uma para um lado, logo o panapaná dissipou-se deixando uma pequena mariposa branca para trás. Já quase sem forças, mas decidida a virar fada, a pequenina usou todas as suas energias para alcançar a janela de um sobrado, onde poderia descansar um pouco. Algo aliviada, olhou através do vidro, onde viu uma bela morena sendo acordada com um café preto bem forte servido numa improvisada bandeja. Os cabelos ainda embaralhados não diminuíram sua beleza, não tiraram o brilho do seu olhar e muito menos do seu sorriso, ao despedir-se de seu amor que sairia a seguir.

Maravilhada, a maripozinha espremeu-se por entre as frestas da janela e deu um rasante na direção da bandeja de café, quando os dois notaram sua presença. Sem titubear, ela estendeu sua mão e o pequeno inseto lá pousou, deslizando por entre seus dedos como se dançassem uma música inaudível aos humanos. 

Depois de um tempo o pequeno ser voou até a gata de pelúcia, onde continuou observando a moça. Durante mais de uma hora foi sua companheira: seguiu-a pela casa, teve atenção, ouviu um canto, recebeu encantos, quando finalmente desapareceu. Fez-se a mágica e mais uma fada assim nasceu. 

De presente, por ser a mistura de todas as cores, deixou “a sorte de um amor tranquilo" e prometeu voltar, escondida, para saber como ela anda. Talvez até apareça, mas isso só saberemos lá no dia. 

E será que tudo isso é somente uma lenda? 




   

Boa Noite! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Vá de Bike

Resolvi abrir o texto de hoje com um vídeo bem especial: veja primeiro, dentro do possível, e depois siga em frente. 




Na descrição desse vídeo temos a explicação: "Bicicleta, a música instrumental lançada pelo vocal do Boca Livre no segundo álbum, de mesmo nome (1980), agora ganhou uma letra. Zé Renato e Claudio Nucci, parceiros de longa data, apresentam a novidade, acompanhados de amigos especialíssimos: Mú Carvalho (Hammond D3), Jorge Helder (Baixo Acústico) e Marcelo Costa (Vassourinha).” 

Pois é... o que era só um belo instrumental agora tem uma letra bem interessante e criativa, descrevendo um pouco das emoções que encontramos ao pedalar. 

A boa novidade por aqui é que o grupo Pedala Planalto passou a promover as pedaladas noturnas toda semana às terças-feiras (antes era uma vez por mês), aumentando as chances de um pedal urbano agradável com um grupo de pessoas unidas pelo esporte. 

O que eu fiquei de contar em textos anteriores é como você pode registrar sua atividade. Existem alguns aplicativos para celular que marcam o tempo em movimento, a rota e a quilometragem e o que eu uso é o Strava. O bom da coisa é que você tem certeza do que pedalou e não ficou “enrolando” durante o tempo em cima da bicicleta. 

Esses mesmos aplicativos, na versão paga, podem ser configurados para funções diversas como registrar frequência cardíaca, lavar louça, passar roupa, por exemplo, mas fiquei com a versão gratuita mesmo. 

Para encerrar, vou deixar as fotos do grupo da semana passada e de hoje, além de um vídeo que registrou meu movimento no ano passado e que eu baixei do site do aplicativo.

'Bora pedalar semana que vem?






 

Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ciclo

”Ciclo: substantivo masculino - espaço de tempo durante o qual ocorre e se completa, com regularidade, um fenômeno ou um fato, ou uma sequência de fenômenos ou fatos.”

Assistindo pela enésima vez o filme Interestelar, onde o tempo é mais relativo do que se pensa e as decisões movidas pela ciência nem sempre serão as mais corretas, vi que errei quando atribuí a frase “O amor é a única coisa que transcende o tempo e o espaço” ao Professor Brandt: na realidade foi sua filha que falou isso, enquanto a tripulação da Endurance decidia o destino da missão. Naquele momento, terminara um ciclo da viagem e outro deveria iniciar.  
Eu não sei o que me domina 
E mesmo assim não penso em me livrar 
Num fascínio de alma gêmea 
  Você em mim constrói o seu lugar  

No movimento dos anos a coisa é muito parecida: chega janeiro, todos tiram férias (alguns trabalham, mas só para manter as fornalhas acesas... daí o puta calor dessa época), viajam, voltam sem dinheiro, tem que pagar IPTU, IPVA, IPQP (dentre outros das Ilhas Caralhésias do Norte – as do sul foram destruídas por um tsunami), não sabem o que fazer com os filhos cujas aulas ainda não começaram e enlouquecem quando termina o horário de verão antes do Carnaval que ninguém sabe em que data vai acontecer.  

O amor se fez me levando além onde ninguém mais 
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais 
Lendo a rota das estrelas  

No ciclo iniciado, após o desastroso bissexto, algumas pendências foram resolvidas, outras permaneceram onde estavam e algumas insistiram em complicar o seu término, mas isso são coisas que acontecem. Independente disso, a confirmação de que não é água com açúcar e sim com sal que acalma, naquele momento onde concordamos com os insanos que enfrentam qualquer coisa para chegar à praia, mostra que tudo pode ser diferente mesmo que pareça a mesma coisa de todos os anos (ou ciclos, já que o tema é esse).  
Nesse abraço se fez um ciclo 
Que não tem fim e é todo o meu viver 
É como alcançar o infinito 
Reflete em mim e volta pra você  

Na linha do diferente, o blog ficou parado um tempo (férias do Narrador que também é gente e precisa de descanso), os temas antigos foram deixados no antigamente, novas ideias surgiram, novas emoções encheram os corações e o conceito de “sério” e “no mínimo para sempre” completou o prólogo do que será um ano onde algo muito grande irá acontecer.  
O amor surgiu como um em mil, por você eu vim 
E assim será a me conduzir, sem mandar em mim 
Como o vento e o barco a vela, que nos leva sem fim  

Concluindo e complementando Vercillo, repito a frase do Cooper: “Nossas maiores realizações não podem ficar para trás porque nosso destino está acima de nós.” 

'Bora comer um chocolate e tomar um café porque a aventura apenas começou.  


 
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Menina Triste

Era uma vez a Menina Triste 
Que vagava pelos campos 
À procura do destino, 
Quem sabe no céu ou na terra. 

Menina Triste dizia não ter coração 
Ou tinha, mas era congelado, 
Incapaz de ser feliz, 
Pois não aprendera o amor. 

Ledo engano (ela era doce e protetora), 
Mas se dizer assim garantiria alguma coisa desconhecida, 
Talvez sobrevivência, naquele mundo hostil,
Onde crescera na dor. 

E como toda história de “era uma vez”, 
Teve lá aquele dia que surgiu a alegria, 
Que veio na forma de um grande amor 
Daqueles bem inesperados, mas sinceros e intensos. 

Menina Triste sorriu! 
Sentiu seu coração bater rápido e forte, 
Debulhou seu sentimento em palavras 
E, numa madrugada, exatamente às 2:40h, entregou sua alma à paixão. 

Só que, aí, lembrou que ela era triste! 
Dessa forma, não deu espaço para ser feliz 
E trinta e nove dias depois ela sentiu medo 
Daquele sentimento tão desconhecido. 

Se fosse um “conto de fadas” 
Surgiria uma fada ou outro elemental 
Para ajeitar um “final feliz”, 
Mas o que veio foi somente a dor e a destruição. 

Lamento pela Menina Triste, agora entregue ao lítio...
No seu aniversário ela adormeceu no campo, 
Enquanto procurava seu destino 
Quem sabe no céu ou na terra... 

E lá naquele lugar que nunca aconteceu, três amigos conversavam: 

- Ana, não fique com essa cara que a culpa não foi sua. 
- Pelo menos você conseguiu tirar o sujeito do desvio temporal. 

Terminaram de desmontar a cena: alguns mantimentos foram recolhidos (inclusive os “Toddynhos”), papéis foram guardados numa caixinha, os quadros do presente foram enviados e, depois, quase toda a lembrança foi apagada. O término do ano bissexto se encarregou do restante e a velha casa amarela foi novamente coberta de era

Quieta, Ana saiu para o jardim. Olhou para o céu, viu as estrelas e a lua em minguante... Desejou “parabéns”, cantou e bateu palmas... quem sabe um dia ela reencontre a Menina Triste... quem sabe a história possa ser reescrita... quem sabe...  



 Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N.: A ilustração do texto ficou a cargo da Luisa Gabrieli Krindges a quem agradeço mais uma vez pelo fantástico trabalho.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Cinema de Animação

Quando surge a inspiração temos mais é que aproveitar, principalmente quando há tema e tempo. Já contei algumas vezes sobre meu gosto por cinema, incluindo filmes de animação (só não gosto muito é de filme de cachorro, mas isso eu explico outro dia) e, para minha sorte, surgiu um cinema na localidade que passa lançamentos. Na última quinta-feira eu aproveitei o lançamento de “Moana – Um Mar de Aventuras”, uma animação sensacional dos Estúdios Disney, que a imprensa insiste em relacionar como “filme de princesa que não é princesa tradicional”, “sem a pretensão de seguir à risca a receita básica dos filmes de princesa”, “filme feminista”, e outras coisas do gênero. 

O filme é simplesmente lindo e a personagem é doce, corajosa, determinada, humilde e todos os elogios seriam pouco para caracterizar a pequena Moana. Ela não é princesa (se bem que herdaria a liderança de sua aldeia pelo simples fato de ser a filha única do chefe), o filme não é um conto de fadas e sim uma grande aventura sobre a Polinésia e uma lenda, contada logo no início pela avó da protagonista (prestem bem atenção nesse início porque ele é fundamental para entender o restante). 

Algumas boas mensagens subliminares, boas piadas, um frango interessantíssimo, um porco que fez somente uma ponta e um semideus bufão (quem sabe “bundão”) que foi fundamental para que o mundo fosse salvo. Muita emoção de verdade o tempo todo, dá pra conversar com as crianças sobre a “moral da história”, e vamos parar com isso de "princesas da Disney" fragilizadas porque desde a Fiona do Shrek e do surgimento das heroínas das distopias que esse conceito já se foi há muito tempo. Século 21, não é mesmo? 

Em Curitiba fui atrás de “Sing – Quem Canta Seus Males Espanta” que também é muito bom, mas virou fábula e a história é bem mais adulta, já que é uma comédia musical animada (os pais curtirão mais que os filhos e sairão dançando do cinema – isso eu vi, ninguém contou!). Destaques para a dublagem da elefoa Meena (a voz da Sandy é inconfundível), mas quem canta em português é a Wanessa Camargo (dubla a porco-espinho Ash). 

“Cinema é a melhor diversão!” 'Bora assistir a sessão da meia-noite com o Tom Hanks em “Sully”... mas isso eu conto depois.

 Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

A Lista

Quando estive com a Patrícia, em dezembro, ela comentou que havia um movimento de “urgência” no consultório por conta de um tal de “check list”. Eu não entendi direito, mas ela comentou que as pessoas fazem listas de coisas a fazer durante o ano (ou até que ele termine) e a consulta com o oftalmologista costuma fazer parte disso. Como ir ao médico é procrastinado ao máximo, para cumprir a meta as pessoas correm é no final do ano mesmo. Achei isso tudo meio doido, mas realmente tem coisas que a gente lista mesmo (mas sem neura, claro, mesmo sendo um ser bem metódico por conta da necessidade de sobrevivência). 

Vim a Curitiba para passar o final de semana: primeiro pegar uma encomenda na “Los Quadros” que deve virar texto mais pra frente; depois aproveitar shopping e cinema. Viu? Era uma pequena lista! O interessante é que não venho na cidade há um tempão e foi a primeira vez que consegui chegar a todos os lugares sem errar o caminho (desde a BR até os shoppings Estação e Mueller) – achei um bom sinal (afinal das contas acabou a porra do o ano bissexto!).

 Aí, já que distração fazia parte da “lista”, hoje pela manhã, olhando a rede social, dou de cara com uma dessas “listas” que dois queridos alunos (Juliana e Luizinho) estavam marcando e resolvi entrar na brincadeira. Achei interessantíssimo porque isso mobilizou alguns dos meus amigos a comentar, fazer suas próprias, desejar coisas boas... enfim... foi divertido. A grande dúvida que sempre fica é o que fazer depois que a lista acaba. Tem coisa nela que eu não vou fazer nem “fudendo” pagando como tatuagem, piercing, pular de bungee jump e acho que já não tenho mais idade para intercâmbio. 

Enfim... na minha lista para hoje não tinha esse texto. Listas a gente faz todo dia, mas tem coisas inesperadas que podem ser também inesquecíveis (costumam ser as melhores). 




  
Boa Tarde! Eu sou o Narrador.