quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Portão de Embarque

“Panam......... fly number 5432.....to... Far Far Away....” 

Já passada a fase "pururuca" e chegando ao ponto "filé com bacon" (aquele que ninguém come em churrascaria, para desespero do garçom encarregado de servi-lo) requentado e torrado várias vezes, a noite do dia mais quente do ano foi o tema de tal metáfora. 

Decidido a encontrar um ar condicionado, visto que o ventilador de teto não resolveu o problema e nem o banho às três da manhã aliviou a situação, saiu cedo para o aeroporto. No táxi algum alento até que a notícia na TV de bordo (o táxi era chique) deixou-o bastante preocupado: apagão no Galeão atrasa voos e deixa passageiros com muito calor. 

- Agora fudeu complicou tudo! 

Check in realizado com sucesso, tomou uma garrafa de água mineral e um café, deu uma volta na livraria e enfrentou o raio x e o detector de metais da fiscalização, não sem antes esperar um tempo até a mãe conseguir convencer sua filha de cinco anos, assustada com a cara hostil do fiscal, a passar sozinha pelo detector de metais (passaram as duas ao mesmo tempo, lógico, pois aquele escândalo tinha que terminar o mais breve possível). 

“Now boarding gate one!” 

Aeroportos são locais bem interessantes, onde você encontra de tudo e de todos. Yasmim chegara de Recife com sua irmã Fernanda e aguardavam a conexão. Carregava uma mochila e um bicho de pano maior do que ela, que só tinha 10 anos, mas não foi isso que chamou a atenção, ao menos naquele momento. Pessoas encaloradas se abanando com carteiras de identidade, vários com tablets e laptops para passar o tempo, uma moça de outro planeta (provavelmente) com uma meia-calça preta por baixo de uma saia de lã tirara suas botas de couro e “devorava” um livro de, pelo menos, seiscentas páginas já molhadas de tanto suor. 

Achou a ideia interessante e abriu um livro que começara a ler na viagem de ida. A seu lado, uma desconhecida de cara aborrecida assumiu, sentada, a posição fetal abraçada numa almofada rosa da Fom ®. De vez em quando ele trocava de lugar para esticar as pernas e dava uma conferida na tela dos voos. 

“Passageirosdovoo5432daPanam,pormotivodereposicionamentodaaeronaveseuembarquepassaráparaoportãodenúmerodoze” 

A voz esganiçada do colaborador da empresa aérea contrastava com o som tradicional e pausado da Íris Lettieri, a essa altura quase inaudível. Todos levantam, vão contando os portões seguidos por outros colaboradores da empresa aérea que, aos gritos, tentavam resgatar passageiros mais distraídos. 

Uma vez a bordo, foi possível respirar ar mais gelado. Yasmim sentara ao lado dele, atando o cinto no bicho cor de rosa por cima dela e deixando a mochila no chão. Uma vez no ar, servido o lanche (um pacote sem vergonha de amendoins muito duros, tipo japonês – Mendorato®) e a bebida, um momento de distração fez com que ele sentisse algo gelado pingando paralelamente à sua calça: a menina derramara todo suco! Foi divertido e acabaram conversando um pouco. Ela, bem atrapalhada, mas curiosa, perguntava sobre como usar o assento flutuante e como seria sair do avião por aquelas rampas infláveis. Pousados em segurança, ele seguiu para a conexão que já estava embarcando e foi o último a entrar no avião. A seu lado, Dudinha, de quinze anos, aparelho nos dentes, resolveu arriscar o amendoim duro, mas ao abrir o pacotinho fez voar o conteúdo para todos os assentos à volta (ao menos não derramou o suco). 

Chegando a seu destino, agradáveis 21º, enquanto um habitante local exclamava:  
“- Nossa! Como faz calor nessa terra!” 
Pode isso, Arnaldo? 

  
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Você acredita em Papai Noel?

- Como assim, não acredita em Papai Noel? 

Depois de uma longa noite de entrega de presentes, o bom velhinho aterriza o trenó e libera as renas para o descanso merecido. Sua roupa chamuscada (tem gente que não limpa a chaminé e nem apaga a lareira) foi direto para a máquina de lavar e ele para a esteira, tentando diminuir o efeito das toneladas de biscoitos que mordeu durante a noite. Feito isso, um bom banho veio a calhar para depois sentar em sua cadeira, onde verificou a repercussão de seu trabalho nas redes sociais. 

De repente, uma coruja atrapalhada, de nome Errol, entra pela janela e bate a cabeça na parede, onde sucumbiu e ascendeu ao "corujal" da eternidade (foi assim que aconteceu, mas ninguém contou isso nos livros). Trazia uma “tirinha” com Sofia e Juquinha conversando sobre a crença no Papai Noel. 

Imediatamente convocou todos os duendes. Inacreditável a troca de presentes: afinal, onde já se viu dar um espremedor de laranja para uma criança que pedira uma bicicleta? 'Tá certo que nem sempre os presentes são exatamente correspondentes aos pedidos; uma bicicleta pode virar um patinete; uma piscina olímpica é substituída por uma desmontável de 1000 litros; a Catherine Zeta–Jones... bom, nesse caso quem pediu que se foda vai levar nada mesmo. 

- E o que demos a ele este ano? - perguntou Papai Noel. 
- Ele não pediu nada, porque não acredita mais. - informou um duende burocrata. 
- Mas as pessoas acreditam em bacalhau, chester, tender, por que é tão difícil acreditar em Papai Noel? 

Tomou a decisão: colocou uma bermuda vermelha, chinelão, uma camiseta do Flamengo e foi lá procurar o tal Juquinha, levando uma poderosa bicicleta de várias marchas. Ao mesmo tempo, Sofia recebeu um SMS informando a situação: 

"Agradecemos a sua mensagem! Estaremos processando sua reclamação e estaremos enviando uma resposta assim que possível. Feliz Natal!"

A menina quase caiu dura para trás, já que nem esperava mais resposta. Procurou Juquinha, que tomava um suco de laranja (Ah! Quem disse que o presente não teve valia?), que achou tudo uma grande palhaçada, até que Papai Noel apareceu com seu presente, um ano atrasado. Juquinha ficou contente, Sofia mais ainda, Papai Noel tomou um suquinho e retornou para sentar a porrada para dar uma bronca no duende atrapalhado, lá no Polo Norte, não sem antes aproveitar uma praia em Ipanema, nesse belo dia de sol. 

Pois é... será que Sofia vai virar “spin off”? Ho Ho Ho...  
 

Bom Dia! Eu sou o Narrador.  

N.N.: Texto baseado na excelente tirinha do Porco Espírito (dessa vez não deu tempo de pedir permissão e fui usando mesmo, mas desde já agradeço). Clique na imagem para ampliar.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Casinha do Tempo

Houve uma época sem computadores, satélites, televisão, rádio e outras facilidades do mundo moderno e as pessoas davam lá um jeito de sobreviver. As evidências (nós) provam que isso dava muito certo e a modernidade somente tornou as coisas bem práticas. 

A previsão do tempo é uma dessas coisas que melhorou muito com o passar dos anos. Antigamente, quando o locutor da rádio dizia que ia fazer sol, era melhor levar capa, guarda-chuva e galocha porque, fatalmente, ele iria errar. Isso foi muito motivo de piada. Outros métodos foram criados como o sujeito que dizia que ia chover quando o calo do pé doía ou aumentava a dor nas costas; alguns animais mudavam seus hábitos de acordo com a situação também. Nossas mães é que faziam excelentes previsões: quando elas nos orientavam a levar um casaco, mesmo num dia ensolarado, era melhor ir totalmente equipado para um dilúvio (como elas faziam eu nem imagino, mas era bem assim mesmo). 

Da minha infância, além do “leva casaco” da mãe, dois enfeites artesanais faziam as previsões: o “galinho” que mudava de cor e a casinha do tempo (a mesma que falei outro dia). Gosto dessa casinha e já presenteei algumas pessoas com ela (eu mesmo não tenho uma porque acho que é uma das coisas que a gente tem que ganhar) e até pesquisei sua origem (procure no Google), mas não encontrei nenhuma história associada. 

Resolvi, então, criar a minha e vamos ao “senta que lá vem história”: 

Lá do outro lado do oceano, havia uma floresta de vegetação bem densa, com árvores frondosas, parecida com aquela que morava a vovozinha da Chapeuzinho (lobisomem) Vermelho, da bruxa do João e Maria (aquela que era toda feita de doce), dos Sete Anões, onde o caçador não tirou o coração da Branca de Neve... você entendeu, né? Nessa floresta, claro, havia uma casinha também, onde morava um simpático casal que produzia as melhores tortas de maçã (não envenenadas) da região. De tempos em tempos, eles iam até o vilarejo mais próximo, para vender sua produção. Só que, por motivos diversos, o casal só ia junto em dias nublados; nos demais eles alternavam: dias de sol, ia a senhora; dias de chuva, ia o senhor.
Por muitos anos essa foi a rotina, até que eles ascenderam a outros planos e sua história ficou eternizada por um relojoeiro que descobriu as propriedades dos fios, feitos com vísceras de carneiro, que esticam ou encolhem de acordo com a variação da pressão atmosférica, havendo a previsão do tempo. Simples, não é mesmo? 


Boa noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E o mundo não se acabou

Naquele dia ela acordou preocupada: apesar da sua crença não permitir, ela teve a nítida impressão que o mundo estava com as horas contadas. 

Faltava uma hora para o início oficial do verão e o termômetro de mercúrio daquela casinha de enfeite, onde a moça saia no dia de sol e o homem saia no dia de chuva, já marcava insuportáveis 25º C, ao lado do fogão a lenha. Esquentou o café e tentou ouvir alguma coisa diferente, mas nem o sertanejo cornual habitual tocava em qualquer lugar: tudo era um silêncio só. Concluiu que ninguém iria sair de casa e todos ficariam rezando mesmo. 

Na sala, o sujeito com quem passou a morar (depois das inúmeras bobagens que ela fez), vestia a calça do pijama azul de listras brancas e uma camiseta regata velha; nem os dentes escovara e muito menos fizera a barba. 

- Quer saber? Foda-se Azar: vou pra rua tentar resolver o que eu já deveria ter resolvido há muito tempo. - pensou.

Claro que tudo era coincidência. Era só um dia comum, mas ela acreditou na tal conversa mole e aí resolveu que a despedida seria aproveitando, ao máximo, os últimos momentos da vida. 

Como não encontrou com ele, aquele sujeito que desdenhara no passado, nem ligou e partiu pra frente. Novamente incorporou Natasha, arrumou um baile funk pra dançar, beijou na boca um outro que ela nem se dava, gastou uma grana em cerveja e acordou no dia seguinte naquele mesmo hotel de beira de estrada da vez passada. 

Quando chegou em casa, a fofoca já tinha se espalhado. O tal sujeito não se fez de rogado e contou as estripulias, da noite anterior, para todos os amigos. 

Entrou de mansinho e viu a mesma cena: seu companheiro na sala, mesma roupa, a barba estava maior, escovar os dentes nem pensar. Ele deu bom dia e a mandou preparar o café. 

Cá entre nós, se isso não é o fim do mundo, realmente nada mais o é!

  


Homenagem a Carmem Miranda. Boa noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Conto de Natal

“E não foram o primeiro amor um do outro. Conheceram-se depois de terem amado outras pessoas. E talvez não dessa forma. Talvez seja necessário viajar antes de compreender qual é a meta certa para nós. Talvez a primeira vez seja cada vez que amamos.” Federico Moccia ("Desculpa se te chamo de amor") 

No final dos anos 70, lá do século passado, essa época, entre o final das aulas e as festas de fim de ano, reunia vários grupos de jovens secundaristas, ainda não envolvidos com o vestibular (bom... tinha lá uns caras que já estudavam pra isso desde que aprenderam a falar, mas não é o caso aqui). 

A praia da Barra da Tijuca era o ponto de encontro preferido, por ser mais distante, de acesso mais complicado (quase uma hora no 233), mas sua areia ainda limpa e mar agitado de água cristalina era um grande atrativo. Os condomínios estavam somente começando e o encontro de sempre era lá “nos prédios brancos”. Preocupação com o sol não havia e barracas coloridas eram raridade. 

Os grupos possuíam um “núcleo central”, geralmente de meninas, cercado de amigos e/ou namorados, e aqueles que apareciam de vez em quando. 

Denise fazia parte da turma do “de vez em quando”; de beleza incomum, a bela morena de olhos verdes criava “torcicolos” ao passar na direção da água o que gerava certo incomodo ao “núcleo central”. Morava com uma irmã que enviuvara precocemente e uma sobrinha, já que seus pais eram separados e seguiram rumos diferentes em outras cidades (algo também escandaloso para a época). No final das contas, ela era independente, mas gostava de frequentar essa turma. 

Fábio conheceu Denise quando ela tropeçou e torceu o pé na saída da água, no exato momento que ele chegava com sua prancha de surf. Bem mais velho e muito mais alto que ela, não era surfista de carteirinha, mas gostava do esporte. Pegou-a no colo e assim foram até o grupo, gerando alguns suspiros e olhares de inveja. Ficaram amigos, trocaram telefones (fixos) e, em poucos meses, no inverno seguinte, já dormiam juntos. 

Tirando o fato de que ele era casado, morava em outro estado, vinha ao Rio de tempos em tempos (quando se encontravam – um dos apartamentos dos “prédios brancos” era dele) e ela nem vestibular tinha feito, isso poderia ser uma bela história de amor lá dos tempos da ditadura. Apesar dele ter contado tudo isso antes de começarem, não deu: foi algo além dos limites do bom senso. 

Claro que ela parou de frequentar o grupo (ganhou alguns apelidos invejosos e impublicáveis); a chave do apartamento ficava com ela que transferiu parte de suas coisas para lá, onde aproveitava a tranquilidade e o barulho das ondas para estudar (isso quando ele não estava). Passou mais um verão, um inverno e, na primavera, ele sumiu (ditadura militar era foda coisa complicada). Ela ficou preocupada e depois muito triste. 

Para animar, suas amigas do condomínio fizeram o convite e ela "topou" passar o Natal por lá. Seria uma grande festa com chegada de Papai Noel de helicóptero e tudo o mais. Levou sua irmã e sua sobrinha e quando o bom velhinho saiu da aeronave e a viu, ele riu. Ela não entendeu, as crianças o cercaram, ele novamente olhou pra ela e apontou na direção do piloto. Aí que ela entendeu que seu presente não estava no sacolão vermelho e sim no veículo que o trouxe. Era Fábio, fazendo uma grande surpresa. 
E eles se casaram e foram felizes para sempre.  


Bom Dia! Eu sou o Narrador.
N.N. Isso é um conto de ficção e qualquer semelhança com pessoas presentes ou ausentes é mera coincidência. Se bem que se algum leitor conhecer uma história real parecida eu bem que gostaria de saber!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Noite de Terror?

Uma história não contada no “Contos de Fada?” 

Um belo dia, Melinda falou sobre um lugar que ela frequentava, quando queria se divertir sem medo de revelar sua verdadeira origem. Na verdade era um parque de diversões bem animado e com aqueles brinquedos radicais que deixam todo mundo apavorado. Em determinada época do ano, ele funcionava também à noite, como se fosse uma grande festa, cujo tema era “TERROR”! 

Ela achava tudo muito interessante, pois alguns frequentadores incorporavam a temática e apareciam por lá com figurinos característicos. Muitas bruxas, vampiros, lobisomens (desses ela não gostava) e, então, ela passava sem chamar a atenção. Animadas com a ideia, Ana e Adrielle, com a permissão do Mago, reuniram os yetis e, guiadas por Melinda, se materializaram no meio do parque. A bela moça assumiu o figurino gótico tradicional, saia e meia pretas, maquiagem pesada no rosto e seu cabelo curtinho com uma mecha branca, emoldurava seu rosto, onde os olhos prateados chamavam a atenção. Adrielle pensou numa fadinha cor de rosa, mas gostou tanto do figurino de Melinda que resolveu fazer uma versão bruxinha mesmo, com um vestido tipicamente preto. Ana já foi mais discreta, optando por algo fantasmagórico (recentemente imitado por uma pegadinha da televisão aberta). Os yetis... bom... eles foram como yetis mesmo, causando muita risada ao descer da Big Tower com os pelos arrepiados e aquele olhar de panda (de comercial de carro) assustado. 

Diversão pra todo lugar, enquanto Adrielle e Melinda foram tomar um sorvete, Ana se interessou por uma atração que consistia num castelo, onde seres aterrorizantes davam susto nos visitantes. Foi ver como funcionava justo no momento que o céu encheu de nuvens carregadas, desabou um temporal e a luz apagou, por alguns instantes, até que o gerador entrasse em funcionamento (por “coincidência”, foi exatamente no momento que um garoto atrevido e sem qualquer noção do perigo tentou passar a mão na bunda de Melinda “furar” a fila da sorveteria, exatamente na frente de Adrielle). Na confusão, Ana foi confundida com os atores que interpretavam os tais seres e incluída, sem querer, no “cast” da atração. 

Nessa hora ela os viu: ele era alto, algo ruivo, olhos castanhos, espinhas, meio curvado, devia ter uns dezesseis anos. Feio não era, mas não tinha nenhum atrativo excepcional além de parecer simpático e atencioso; ela, era baixa, bonita (muito), uns quinze anos (ainda bem que ele não perguntou a idade dela), cabelos bem pretos e olhos castanho esverdeados, quase tão bonitos quanto os de Ana. Separados, pela chuva, de suas respectivas excursões, a dele do norte e a dela do sul, acreditaram que a atração coberta seria um bom passatempo (até porque a fila era menor). Encharcados, misturaram-se ao grupo de meninas de outra excursão, provavelmente do centro-oeste (sotaque inconfundível). Na antessala (Ah! Que saudade da velha ortografia!) o grupo de meninas brigava para não entrar, após receberem as devidas explicações de um personagem aterrorizante, quando o tal menino tomou a frente, puxando a menina pela mão. Ele com muita coragem; ela fingindo fingir que fingia ter medo. Assim foram até o final, muitos sustos, gritos e, na saída, ele a perdera na multidão, ficando inconsolável, pois a paixão surgira de uma forma inesperada. 

Já em casa, após ouvir as novidades, o Mago perguntou: 
- E eles não se viram mais? 
- Como se você não soubesse - ela deu um sorriso.
- Beatriz! - ele tentando ralhar.
- Só você me chama assim! 

E num determinado ônibus de turismo, um menino observava o carimbo/passaporte, em neon, com o símbolo do parque, na sua mão direita, quando o mesmo transformou-se num endereço de Tumblr...  

 Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 1 de dezembro de 2012

As doze faces de um rio

”O rio Canoinhas é um rio brasileiro do estado de Santa Catarina. Nasce na Serra do Espigão (parte da Serra Geral) a cerca de 20km ao norte da cidade de Santa Cecília, correndo de sul para o norte e passando ao oeste da cidade de Monte Castelo, ao leste da cidade de Major Vieira. Após atravessar a Floresta Nacional de Três Barras, passa ao leste da cidade de Canoinhas após o que deságua no rio Negro, do qual é um dos principais afluentes. Ao longo de seu percurso cruza as rodovias BR-116, BR-477 e BR-280 e as ferrovias FSA-116 e FSA-280 Entre os municípios de Major Vieira SC e Canoinhas SC, forma uma queda d'água de beleza sem par, muito frequentada no verão por banhistas e apreciadores da natureza.” (Fonte: Wikipedia) 

Olhei na janela e, na paisagem composta de uma via asfaltada empoeirada, com transversais sem calçamento (algo que lembra, no verão, as ruas de Búzios cobertas de areia da praia), pude observar três cavalos pastando num terreno baldio ao lado, onde, outrora, talvez houvesse uma construção de madeira, com base em alvenaria. No céu, as nuvens de chuva emolduravam a visão, enquanto o vento zunia como se fora um enorme mosquito no ouvido de alguém que tenta dormir e teve queimado seu repelente elétrico. 

Parafraseando Antônio Adolfo, por aqui os caminhos não são feitos de pedra e aço e nem existem arranha-céus espetando o espaço. Existe uma mescla de Natureza com alguma invasão do homem que, assim, ainda não fez grande destruições, pois existe algum respeito com as dádivas divinas. 

Nessa linha eu observo as mudanças. De acordo com a época do ano a paisagem muda e resolvi registrar um pouco como hobby. Minha primeira tentativa foi com uma árvore do quintal (qualquer hora eu falo disso); resolvi sofisticar um pouco e passei a fotografar um trecho do rio Canoinhas (exatamente esse da tal queda d'água). Quase um ano depois, terminei o registro mensal de seu comportamento e deixo aqui a miniatura das fotos e um vídeo com uma homenagem ao Paulinho da Viola. Acho que vale a ideia e, no Facebook, existe o álbum completo, para quem quiser o download das fotos.  



Boa Noite! Eu sou o Narrador.