domingo, 23 de dezembro de 2012

Casinha do Tempo

Houve uma época sem computadores, satélites, televisão, rádio e outras facilidades do mundo moderno e as pessoas davam lá um jeito de sobreviver. As evidências (nós) provam que isso dava muito certo e a modernidade somente tornou as coisas bem práticas. 

A previsão do tempo é uma dessas coisas que melhorou muito com o passar dos anos. Antigamente, quando o locutor da rádio dizia que ia fazer sol, era melhor levar capa, guarda-chuva e galocha porque, fatalmente, ele iria errar. Isso foi muito motivo de piada. Outros métodos foram criados como o sujeito que dizia que ia chover quando o calo do pé doía ou aumentava a dor nas costas; alguns animais mudavam seus hábitos de acordo com a situação também. Nossas mães é que faziam excelentes previsões: quando elas nos orientavam a levar um casaco, mesmo num dia ensolarado, era melhor ir totalmente equipado para um dilúvio (como elas faziam eu nem imagino, mas era bem assim mesmo). 

Da minha infância, além do “leva casaco” da mãe, dois enfeites artesanais faziam as previsões: o “galinho” que mudava de cor e a casinha do tempo (a mesma que falei outro dia). Gosto dessa casinha e já presenteei algumas pessoas com ela (eu mesmo não tenho uma porque acho que é uma das coisas que a gente tem que ganhar) e até pesquisei sua origem (procure no Google), mas não encontrei nenhuma história associada. 

Resolvi, então, criar a minha e vamos ao “senta que lá vem história”: 

Lá do outro lado do oceano, havia uma floresta de vegetação bem densa, com árvores frondosas, parecida com aquela que morava a vovozinha da Chapeuzinho (lobisomem) Vermelho, da bruxa do João e Maria (aquela que era toda feita de doce), dos Sete Anões, onde o caçador não tirou o coração da Branca de Neve... você entendeu, né? Nessa floresta, claro, havia uma casinha também, onde morava um simpático casal que produzia as melhores tortas de maçã (não envenenadas) da região. De tempos em tempos, eles iam até o vilarejo mais próximo, para vender sua produção. Só que, por motivos diversos, o casal só ia junto em dias nublados; nos demais eles alternavam: dias de sol, ia a senhora; dias de chuva, ia o senhor.
Por muitos anos essa foi a rotina, até que eles ascenderam a outros planos e sua história ficou eternizada por um relojoeiro que descobriu as propriedades dos fios, feitos com vísceras de carneiro, que esticam ou encolhem de acordo com a variação da pressão atmosférica, havendo a previsão do tempo. Simples, não é mesmo? 


Boa noite! Eu sou o Narrador.

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