quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pinball Wizard

A primeira vez que ouvi a música "Your Song" foi num festival de jazz no Maracanazinho em algum momento dos anos 1970. Um sujeito com um vozeirão cantava no meio do ginásio para uma plateia de ninguém, acompanhado somente de um piano elétrico. Nesse momento conheci também All Jarreau que, infelizmente, foi cantar em outro lugar em 12/02/2017.



A autoria dessa música é do Elton John, mas demorei para entender que ele era o autor. Seus sucessos (vários), à época, eram outros, até que ele apareceu na telona com Tommy, do The Who. De lá para cá já ouvi essa música com um monte de gente: o próprio autor, Elton, uma bela versão no filme Moulin Rouge e até no X-Factor com a Carly Rose. Sempre será um grande tema e um grande sucesso.

Momentos antes do show do ídolo, já coberto com uma capa de chuva dessas descartáveis e transparentes, ele trocava mensagens com alguém de sonho e que nem imaginava onde ele estaria. Como era sonho, não faria muita diferença e sonhar foi o que ele fez durante quase três horas. No final, eufórico, ao som mágico daquele piano, que pouco parecia o velho fliperama, ele se imaginou enviando um último apelo:
“Vontade de ter uma casa grande, onde viveríamos eternamente. Você bem sabe que eu não sou o tipo de pessoa que consegue esconder alguma coisa facilmente. Queria ter a magia das letras e acordes para transformar esse sonho numa canção, quem sabe a sua canção.”

Desligou o telefone, entrou no carro e partiu.

“I hope you don't mind
I hope you don't mind that I put down in words
How wonderful life is while you're in the world”

E precisa falar mais?





Boa Noite! Eu sou o Narrador.

N.N.: Texto editado em 12/02/2017. RIP All Jarreau.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Labirintos

”Um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a intenção de desorientar quem os percorre...” 

É quase lua cheia e não há sinal dela no céu cheio de nuvens outonais, apesar de ainda faltar um mês para o final oficial do verão. Por aqui é assim mesmo, já que o inverno dura nove meses e as demais estações ficam divididas pelos meses restantes, como já contei outro dia. Será o tempo de trocar os passeios de bicicleta pela monotonia da ergométrica ou, como recomendou a fisioterapeuta, fazer caminhadas, pois nosso corpo precisa *quicar” (disso eu falo outra hora). Agora acordar cedo ficará mais difícil assim que sairmos do “jet lag” do final do horário de verão e os pensamentos ficarão lentos. Na montanha também era assim. 

Enquanto nada disso acontece, escrever pareceu uma opção interessante para o sábado nublado que dificultou o passeio até a praia. Do lado de fora o mundo entrou no labirinto das coisas “sem noção”, para não discursar sobre intriga, inveja e outras coisas com a letra “i” que o leitor pode acrescentar a vontade. O objetivo de enfrentar o labirinto, se não houver um minotauro dentro dele, é entrar e encontrar a saída a partir do seu centro e hoje encarei o desafio, encontrando uma forma para criar este texto. Confesso que deu um certo trabalho e a inspiração veio de uma foto e de um documentário musical que vi logo cedo (Glee). Aí acrescentei a velha JBFM e vamos lá ao resultado disso tudo. 

Melinda foi a última personagem fixa que surgiu no “Contos de Fada?”, onde comecei a contar sua história no texto “A Visitante Misteriosa”. Resolvi fazer um remake em prosa, já que os anteriores foram em verso. 

A criação era uma doce vampira que chegou à casa e foi recepcionada por Adrielle, numa tarde de primavera, naquele momento, onde nuvens negras transformaram o dia em noite, antes do tempo, com uma bela chuvarada. Pediu para descansar e o quarto do menino lhe foi cedido, após ganhar uma decoração gótica compatível com o estilo da visitante. Ela dormiu por horas até que outros chegaram à casa (Adrielle estava sozinha quando ela chegou, sob a guarda dos fiéis yetis). 

Sorridente e refeita do cansaço, reuniu-se ao grupo trajando uma roupa preta com detalhes metalizados; seus cabelos eram curtos, lisos, negros e uma mecha prateada sobressaía assim como seus olhos, que brilhavam na cor da lua. Uma adolescente rebelde, que não aparentava mais do que uns dezesseis anos, mas conseguiu enfrentar as milhares de perguntas feitas, contando que que já estava lá, muitos anos antes deles chegarem, somente aguardando o momento exato de aparecer. Quando ela surgiu, Deborah, a irmã mais velha, já tinha ido embora, deixando saudades, e foi justamente invocando seu nome que Adrielle permitiu que entrasse na casa. O Mago pareceu preocupado e orientou os yetis para que permanecessem ao lado das irmãs , enquanto o Guri e este Narrador foram dormir na caverna do Dragão. 

Nascida em momento raro, numa lua azul de um ano que não houve lua cheia em fevereiro, ela sempre foi diferente de seus semelhantes, já que gostava do sol, das flores, das borboletinhas e tinha muito mais jeito de princesinha do que o esperado. Assim cresceu, bem diferente e bonitinha, até começar a entender que o poder, que com ela nascera, assustava mais do que acalentava. De qualquer forma, ela tinha a força e a agilidade do vento, mas a candura da mais bela flor a impedia de ser má como seus pares, que passaram a persegui-la sem perdão. 

Precisando se defender, mudou o estilo para rebelde sem causa, vagou pelo mundo, viu guerras e desilusões até que encontrou Deborah que a salvou de um ataque de lobos numa floresta. 

Com o passar dos meses, vários momentos emocionantes ainda surgiram e foi uma bela personagem. Quem sabe, um dia, ela também vira um “spin off” como o Narrador, não é mesmo? Ah! Os labirintos? Hum... melhor colocar uma foto!  


Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Vou lá, pegar um arco-íris, e já volto!

Uma frase bem clichê que acompanha essa época diz que “agora é que o ano vai começar”, pois já passou o Carnaval. De certa forma, apesar do clima “idade média”, como disse Andréa, “com papa renunciando e meteoro desabando”, a impressão que ficou é que foram acumulando coisas para serem jogadas (incluindo o meteoro) logo após a folia, aproveitando a ressaca de seus participantes. 

E será que não foi isso? Senão vejamos conferindo, também, o texto Férias do ano passado. Ah! Se beber não dirija, muito menos se você estiver no espaço! 

Numa nave espacial, camuflada de asteroide, aqueles mesmos seres espaciais que já comentei, aproveitavam as férias do seu chefe para fazer planos e evitar qualquer outra confusão, já que foram readmitidos com restrições. 

Decidiram somente acumular possibilidades numa caixa, para que o chefe, depois, escolhesse o que fazer. De tanto que trabalharam, a caixa ficou lotada e foi transferida para uma área afastada da nave, afim de não causar problemas. 

Isso causou um certo tédio nos Ets que resolveram dar uma festa, mas como não tinham experiência no assunto, procuraram alguns amigos lá no planetinha e encontraram uns bem animados, moradores de Xerém, discípulos de um tal de Zeca, que levaram todo o equipamento necessário, além de um número absurdo de convidados abduzidos e uma beberagem derivada do lúpulo, que estava bem gelada. 

Todo mundo já entendeu que o pagode rolou regado a cerveja e com muita dançarina típica do planetinha, levando a “etezada” à loucura, incluindo o piloto da astronave que, ao desviar de um satélite, deixou abrir a porta do tal compartimento afastado, gerando a queda de todo o conteúdo da caixa, culminando numa destruição nunca vista de garrafas de vodka, dentre outros efeitos indesejados. 

Enquanto isso, Ana e Adrielle preferiram passar o Carnaval em casa mesmo, lá naquele lugar que nunca aconteceu, brincando de fazer arco-íris, já que uma providenciava o sol e a outra as tempestades. 

E depois de um dia de trabalho com 25 horas (isso também estava na tal caixa), o melhor é procurar arco-íris mesmo...  


Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Coisas do Carnaval

Existe um movimento migratório bem típico nessa época do ano. As pessoas saem de suas cidades em busca de outras, onde exista música e a animação carnavalesca tradicional. Aqueles que as recebem também esperam a data, para rever amigos e relembrar os bons momentos, dos outros carnavais, criando novas situações. Tirando a parte dos intermináveis engarrafamentos nas diversas pontes ou serras, a falta d'água eventual nas praias e a ressaca inevitável, é uma época bem divertida para quem se arrisca na aventura. 

Ela fora do grupo que recebia as pessoas em sua cidade, mas agora também era visitante; aproveitava o Carnaval daquele ano para comemorar seu aniversário de 16 anos, embalada nas marchinhas animadas daquele tempo. 

Ele sempre foi veranista, mesmo que também frequentasse a cidade nas férias de julho e alguns feriados. Aquele Carnaval talvez fosse seu último naquela cidade, ao menos como folião típico, já que a faculdade tomava boa parte do seu tempo. 

Desde muito menina, ela literalmente “babava” por ele. Muito magrela e pirralha, já o conhecia, pois ele teve um namorico com sua irmã e sempre foi muito simpático com a cunhadinha (isso sempre poderia ajudar em algum momento). Decidida a não ser “igual aquele que passou”, nesse ano ela resolveu:”Ele não escapa!” 

Enquanto isso, ainda na ilusão de que “cachaça é água”, o “esquenta” com os amigos foi num churrasco com muita bebida e ele já chegou no baile “animadão”, atravessando o salão, como se fosse o próprio deserto do Saara (que calor!), na direção do banheiro. Lavou o rosto, olhou no espelho e saiu para se juntar aos mais de mil palhaços no salão (ele parecia um deles). 

Lá pelas tantas, cansado de tanto pular e decidido a dar uma descansadinha, um braço rodeou sua cintura e ele nem acreditou no que viu: a pirralha crescera e estava linda, num short branco, camiseta vermelha e um permanente nos cabelos castanho-claros. Nem deu tempo para entender nada direito e já estavam aos beijos no meio do salão: ela conseguira seu intento. 

Mais de trinta anos depois, eles ainda falam sobre isso às vezes. São amigos, mas já foram namorados, amantes e moraram juntos durante um tempo. Casaram com outras pessoas, tiveram filhos, separaram e agora vivem, cada um, em cidades muito distantes. 

Coisas do Carnaval.  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aluno Nota 10

Apesar da minha fase discente/docente ter passado, ainda acho muito interessante o retorno às aulas. Outro dia, já pela enésima vez e mais de dez anos depois, vi novamente o primeiro filme do Harry Potter que fala do primeiro dia de aula. A curiosidade dos alunos quanto aos novos colegas, como será a turma, os professores, sempre achei isso ótimo. 

Atualmente eu espero o primeiro dia de aula para viajar, pois é a melhor fase para encarar a praia, algo tão distante da atual moradia (o barbeiro foi essa semana e volta na segunda... ele não aprende!). 

De qualquer forma, em qualquer época, acompanho o andar da carruagem. A educação escolar mudou, os professores agem de forma diferente, os alunos já não os chamam de tia/tio (bons tempos!) e nem sempre é preciso tirar notas para passar de ano. Acho que algum referencial foi perdido, mas ainda se fala que “fulano” é aluno nota 10. 

Conheci Ana Vitória recentemente. Uma pessoa especial pelos seus ideais e que mantém uma fan page no Facebook (clique aqui para conhecer). Hoje o texto é dela:

“Quando o Narrador me pediu para fazer um texto para colocar aqui no blog não fazia ideia sobre o que iria escrever... Então parei para pensar sobre o que de fato as escolas precisam e percebi que, hoje em dia, os alunos só pensam em tirar 10, só se preocupam com notas, dai veio a ideia de escrever um texto que mostrasse que tirar notas máximas não é o objetivo do estudante e o que é de fato um aluno nota 10. 

Aluno nota dez é aquele que procura aprender cada vez mais e não se preocupa em tirar 10 em todas as provas, mas procura ser 10 em tudo que faz! É dedicado, esforçado e curioso.
Aluno nota dez não estuda apenas para querer ser mais que seus colegas, para se exibir ou puxar saco dos seus professores, mas sim para, a cada dia, poder adquirir um pouco mais de conhecimento. 
Aluno nota dez não guarda conhecimento apenas para si mesmo, ele compartilha com seus colegas. 
Aluno nota dez não humilha aquele colega que tem dificuldade, ele ajuda. 
Aluno nota dez é um bom cidadão fora e dentro da escola. 
Aluno nota dez nunca desiste do que quer, mesmo parecendo impossível, ele tenta até conseguir. 
Aluno nota dez é motivação para todos que não gostam de estudar. 
Isso sim é ser um aluno nota dez: Luta e sucesso!” By Ana V 

Simples assim! 

Ai fiquei pensando o que colocar para ilustrar o texto. Lembrei de novo do Harry Potter, na cena que eles abrem os “sapos” de chocolate e ficam com a figurinha. Peguei uma figurinha de alguém que representa muito bem o número 10 (quando eu colecionava selos era um dos meus preferidos).


Boa tarde! Eu sou o Narrador.