domingo, 17 de julho de 2011

Veranico

O veranico é um fenômeno meteorológico comum nas regiões meridionais do Brasil. Consiste em um período de estiagem, acompanhado por calor intenso (25-35 °C), forte insolação e baixa umidade relativa em plena estação fria. Para ser considerado veranico, é necessária uma duração mínima de quatro dias às vezes prolongada a várias semanas.

Resumindo: um “verão nanico” no meio do inverno!

Só que, da mesma forma que a geada, isso tem uma história algo diferente.

Havia um bruxo muito velho que parara de comemorar seu aniversário quando completara trezentos anos e isso foi bem antes de qualquer coisa histórica que apareça nos antigos escritos. Ele detestava o frio e sempre procurava lugares mais quentes para morar.
Só que isso não era sempre tão simples e, para se aquecer, fizera um trato com a lua, que sumiria na neblina noturna, nas noites de cheia, para que os dias fossem quentes, sem qualquer nuvem no céu.
Um belo dia, ele apareceu lá na montanha. Muito baixinho, um verdadeiro “nanico” (de onde, então, teria surgido o nome do fenômeno) encantou-se pela doçura de Ana e a ela ensinou esse feitiço, já que gostava muito do sol.
Na última semana, quem sabe, ela lançou o feitiço por aqui, permitindo que o trajeto pela estrada das flores amarelas, na direção das terras de Alice, somente mostrasse o azul do céu e o brilho do sol.
Lembrei do tempo de magia, vendo o final da saga do outro bruxinho, onde uma batalha foi travada.
Ana, se tivesse acontecido, poderia ser mais um integrante dessa saga. Das pessoas cujas histórias narrei, ela realmente foi muito especial. Descrevê-la é complicado, mas isso Vercillo fez com maestria.
E será que ela deu uma “mãozinha” ao Neville na hora que ele destruiu Nagini?



Boa noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 10 de julho de 2011

A Bandeja Mágica

Num período de mudanças, com diversas atividades novas, às vezes é preciso dar uma paradinha e descansar num final de semana que precede o aumento das temperaturas mínimas para algo positivo e de dois dígitos (será?). A lua cheia está a caminho, seus admiradores aguardam ansiosos e novas histórias devem surgir por ai.
Enquanto nada disso acontece, o descanso gera arrumações, projetos, reflexões e vou contar essa história relembrando coisas bem antigas.
Sempre gostei de miniaturas e acredito que tal gosto surgiu da fascinação que eu tinha por uma pequena estante espelhada, embutida na parede da sala, que existia na casa da minha avó, onde pequenos bichinhos de vidro eram colocados. Chamava atenção um galo português que mudava do azul ao vermelho, dependendo se era dia de chuva ou de sol.
Por outro lado, nunca tive muita paciência para plantas. Um belo dia, visitando um estande de artesanato, vi algumas coisas em bambu e uma pequena jardineira de uns trinta centímetros de comprimento, cuja base era metade de um bambu cortado horizontalmente (ou verticalmente, dependendo do ponto de vista), onde haviam uns cactus, planta ideal para quem não curte ficar cuidando muito de plantas.
Aí surgiu a ideia de colocar a jardineira numa bandeja do mesmo material, feita exclusivamente para isso, e sai enfeitando sua volta com coisas miúdas, presenteadas por amigos ou não, e que possuíam algum significado para mim.
Na saída da montanha, deixei a jardineira com uma querida amiga (achei que não era legal levar terra para outras paragens), mas continuei a preencher a bandeja com outros mimos.
Sempre em renovação, os objetos mudam de lugar, alguns são substituídos (aqueles que perdem o significado sazonal), mas todos que estão lá possuem sua mágica própria.
Nesse fim de semana, resolvi fotografar a montagem atual e compartilhar com os leitores. Lembranças... elogiar o passado... isso é tudo de bom!


Bom dia! Eu sou o Narrador.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bem simples

“As coisas mais simples e as mais sofisticadas se confundem. A sofisticação, às vezes, é encontrada na pura simplicidade; e a música é a linguagem mais direta, é aquela linguagem que não precisa de nada para se explicar.” By Nando - vocalista do Roupa Nova.

Durante os dias (chamados “úteis”) da semana, as pessoas acordam, trabalham e/ou estudam, chegam em casa em algum momento e terminam na cama, geralmente dormindo (ou não).


Quando chega o final de semana (dias inúteis?), o movimento muda e é algo particular de cada um. Se faz calor e é verão, se faz frio e é inverno, se chove ou não, a rotina é sempre diferente (não há rotina).


Vou falar, então, de um final de semana com frio e chuva: começa no sábado com muito trabalho (Ué? Alguém trabalha no sábado?) e vai terminar no domingo com boas recordações. No meio do caminho dormir foi uma opção, e um bom almoço alemão, com chucrute, joelho, apfelstrudel de sobremesa, tudo regado a cerveja (claro!), fez o dia se transformar numa aventura interessante.


Dessa forma, vou contar uma história daquela mocinha que só dizia “Sei lá” e que deu algum trabalho ao Mago, nos idos de 2007, naquela exposição da montanha que, infelizmente, hoje já não acontece mais. Seus pais começaram a namorar num show ao ar livre, da mesma banda que tocava naquele dia, só que uns 11/12 anos antes. Do namoro veio o casamento, a menina nasceu e cresceu ouvindo as canções de amor que marcaram uma época.


Claro que ela também virou fã! Sua vida mudou, ela também, foi morar no sul do país e não perderia a chance de ver seus ídolos, quando, enfim, eles apareceram por lá.
O brilho dos seus olhos era o mesmo só que a companhia era outra: ao invés de seus pais, lembrando do primeiro amor, já estava lá pelo seu terceiro ou quarto, reconhecida “aos amassos” com o namoradinho atual. Já tem quinze anos, acredito que não diga “sei lá” tantas vezes como antigamente, mas certamente lembrou do mico que pagou lá na montanha.


Se essa história não fosse imaginária, ela teria passado pelo Mago, olharia como se o reconhecesse, sorriria, piscaria seus olhos, não diria nada e seguiria seu rumo de mãozinhas dadas.

O mesmo frio, a mesma banda e um conto, para marcar uma boa lembrança dos tempos da montanha!






Boa tarde! Eu sou o Narrador.