terça-feira, 22 de abril de 2014

Cabra Selvagem Fiel

Existem muitas vantagens quando você resolve voltar pra casa antes do término do feriado prolongado: em primeiro lugar, a passagem de avião é infinitamente mais barata; em segundo lugar, você escapa dos engarrafamentos e da interdição da Avenida Brasil no Rio de Janeiro (pela escassez de notícias na mídia, deve ter sido um desastre total); por fim, você tem tempo de organizar algumas coisas que ficaram pendentes na administração doméstica (incluindo lavar toda a roupa acumulada de duas semanas de viagem). 

Quando finalmente aposentei o velho notebook (um excelente Dell Vostro com um HD de 80 giga e 1 mega de RAM) que veio com o Windows XP e que formatei para aceitar o UBUNTU 10.04 em dual boot, ainda dei uma sobrevida para ele, reformatando e deixando totalmente Linux (mais do que o 10.04 ele não suporta – já tentei). Um moderno tablet metido a besta, do tamanho dos abandonados netbooks e que veio com o medonho Windows 8, foi a solução encontrada na última Black Friday (o preço estava ótimo). A primeira providência foi colocar o dual boot com o Linux, o que precisou de um monte de estudos porque, claro, a coisa não seria tão simples como no XP e no Seven. Descobri que você tem que modificar as configurações de energia, tem que entrar no setup por conta do “legacy mode” e, na hora de particionar, ainda tem que criar uma partição de boot. Um dos tutoriais que eu li ainda citava que, após tudo instalado, você reinicia o computador e reza pra dar certo (a explicação era outra, mas resumindo era isso mesmo). Consegui de primeira (ufa) e assim levei durante alguns meses. 

Aí veio a encheção de saco do W8 para a atualização para o W8.1 e que gerou mais estudos. Já que tive tempo, resolvi experimentar: 3,2giga depois (um download interminável), a instalação foi simples, mas para manter o dual boot ainda tive que fuçar de novo o setup para ressuscitar o grub. Efetivamente não vi a menor vantagem na atualização: tudo igual e esquisito como sempre e ainda detonou meu acesso wireless doméstico (até agora não resolvi esse problema). Como uso mais a partição Linux, a coisa andou. Empolgado com o tempo, ainda atualizei para a versão “Trusty Tahr (14.04) que foi de forma direta (Ubuntu tem muitas vantagens) e, com um certo jeitinho, consigo o acesso wireless. Com o tempo, a tendência é o software livre mesmo; infelizmente algumas coisas ainda só rodam no Windows, o que faz com que eu mantenha uma partição janelar. 

Enquanto isso, lá fora o inverno deixa o tempo nublado e frio... 'bora inventar coisas pra fazer, já que andar de bicicleta está meio difícil. 

  
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 20 de abril de 2014

A Árvore de Páscoa

As tradições religiosas são confusas e a Semana Santa eu considero a mais rica em confusão. A história é bem clara, o simbolismo é difícil de entender, mas acho bacana, principalmente quando encontramos outras culturas. 

Já me falaram várias vezes que eu deveria viajar para outros países, conhecer lugares bonitos, curiosos, históricos e divertidos, mas não consigo me afastar do Brasil e isso aumenta a cada oportunidade que tenho de conhecer um lugar novo. Existem cidades pequenas como a dobradinha Porto União/União da Vitória, onde o forte são as cachoeiras, assim como Corupá que ainda tem o Seminário; Piratuba é um local de termas; Rio das Flores eu nem preciso comentar; acho que vou levar muito tempo descrevendo esses locais e preferi ficar com a cidade de São Martinho, onde conheci o tema deste post. 

Para chegar a São Martinho, você precisa chegar a Florianópolis e, de lá, partir para Tubarão. Pensa que acabou? Só se for a moleza porque, aí, ainda tem mais uns 40 km de estrada de chão (mas a paisagem compensa, principalmente para quem curte turismo rural). Com seus três mil habitantes, considerada a capital mundial das vocações (segundo o Vaticano), também apresenta muitos atrativos para quem faz turismo religioso (acho muito esquisito esse termo, mas, enfim, ele existe por ai), com muitas grutas, belas igrejas, sem contar que foi lá que nasceu e morreu a Beata Albertina. 

Bom... o leitor já deve querer saber o que tudo isso tem a ver com o tema de hoje. Explico: a parte gastronômica do passeio, me levou até uma fábrica de bolachas (=biscoitos) artesanais que também são decorados com temas diversos, dependendo da época do ano, onde existe um restaurante, um pesqueiro e um belo jardim, onde eu encontrei a árvore de Páscoa. Como a cidade é de colonização alemã, nada mais natural. Divido com vocês as belas imagens e, independente de credo religioso ou origem cultural, desejo uma Boa Páscoa.




 Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N: Agradeço a Elise e Raul mais essa oportunidade de desfrutar de boa companhia num excelente passeio.

domingo, 6 de abril de 2014

A Ciranda do Pinhão

”No tardar do outono do hemisfério sul, as pinhas estouram ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da dilatação após a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num raio de aproximadamente cinquenta metros a partir da planta mãe. Mas, apesar de engenhosa, esta não é a principal forma de disseminação desta notável planta. O homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes. Os serelepes costumam armazenar os pinhões, enterrando grande quantidade de sementes no solo. Essas sementes acabam sendo esquecidas e assim geram novas árvores. Apesar da crença de que a gralha-azul dissemina o pinhão, na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores.” Fonte: Wikipédia 

As tardes de outono, quando não são tão frias, tornam muito agradáveis a frequência nas praças e parques. Céu azul, temperatura amena, as crianças correm de um lado para o outro e os adultos conversam tomando chimarrão. Um bom milk-shake de chocolate preencheu o espaço calórico que o passeio de bicicleta permitiu (já que o “Top Chef” não fez seu festival de amoras por aqui), mas essa cena descrita na Wikipédia eu nunca vi (mas deve ser o máximo observar tudo aquilo que ela descreve). 

Numa tarde dessas, lá naquele lugar que nunca aconteceu, borboletinhas foram as portadoras dos cartõezinhos coloridos, cada um com uma característica diversa, vindos das meninas (Melinda e Adrielle) e também do Guri, trazendo notícias e novidades. Claro que ainda não chegou a Primavera (mal começou o outono,inverno), onde as borboletas voam sem parar, mas ao redor daquela menina tudo é possível. Há quase três anos eles partiram, cada um para seu lado, e um “Epílogo” fechou a narrativa misteriosa e metafórica. Só que, às vezes, vale a pena saber alguma coisa que aconteceu depois. 

Ela resolveu passear na pracinha. Misturada às brincadeiras das outras crianças, aproveitou para ouvir o que uma contadora de estórias falava: 

“- E quando aquele sorriso no ligou, nos dedos ainda não entrelaçados da cirandinha, aquele amor ficou tão grande que eu não queria que o vidro se quebrasse...” 

Foi o bastante: reuniu as outras crianças, cataram alguns pinhões espalhados pelo chão, juntaram numa pilha, deram as mãos e começaram a cirandinha. 

“- Do pinhão se faça a pedra... da pedra se faça um brilho.” 

Chamou a contadora de estórias, alguns passantes desavisados e rodopiaram cada vez mais rápido, tanto que nem notaram quando ela lançou uma chama de dragão que trazia escondida na mochila. No meio da ciranda, só ficou o montinho de cascas de pinhão. 

“- Mais rápido, é volta e meia!” 

Já totalmente tontos, caíram no chão às gargalhadas. Quando se deram conta, “do pinhão se fez a pedra e da pedra um grande brilho” e um serelepe apareceu. Segurou a pedra nas patinhas e o que brilhava virou um frasco de diamante. 

 - O que é você? - perguntou a contadora de estórias.

A menina pegou o frasco e deu para a moça. 

- Pronto! É um presente. Este não é de vidro e não vai se quebrar!
- ??? 

E a menina desapareceu. 

- Foi passear, Beatriz? 
- Só você me chama assim! 


Boa Noite! Eu sou o Narrador.