domingo, 6 de abril de 2014

A Ciranda do Pinhão

”No tardar do outono do hemisfério sul, as pinhas estouram ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da dilatação após a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num raio de aproximadamente cinquenta metros a partir da planta mãe. Mas, apesar de engenhosa, esta não é a principal forma de disseminação desta notável planta. O homem e os animais que se alimentam desse pinhão também atuam no transporte e disseminação das sementes. Os serelepes costumam armazenar os pinhões, enterrando grande quantidade de sementes no solo. Essas sementes acabam sendo esquecidas e assim geram novas árvores. Apesar da crença de que a gralha-azul dissemina o pinhão, na verdade são os pequenos roedores terrestres os principais vetores.” Fonte: Wikipédia 

As tardes de outono, quando não são tão frias, tornam muito agradáveis a frequência nas praças e parques. Céu azul, temperatura amena, as crianças correm de um lado para o outro e os adultos conversam tomando chimarrão. Um bom milk-shake de chocolate preencheu o espaço calórico que o passeio de bicicleta permitiu (já que o “Top Chef” não fez seu festival de amoras por aqui), mas essa cena descrita na Wikipédia eu nunca vi (mas deve ser o máximo observar tudo aquilo que ela descreve). 

Numa tarde dessas, lá naquele lugar que nunca aconteceu, borboletinhas foram as portadoras dos cartõezinhos coloridos, cada um com uma característica diversa, vindos das meninas (Melinda e Adrielle) e também do Guri, trazendo notícias e novidades. Claro que ainda não chegou a Primavera (mal começou o outono,inverno), onde as borboletas voam sem parar, mas ao redor daquela menina tudo é possível. Há quase três anos eles partiram, cada um para seu lado, e um “Epílogo” fechou a narrativa misteriosa e metafórica. Só que, às vezes, vale a pena saber alguma coisa que aconteceu depois. 

Ela resolveu passear na pracinha. Misturada às brincadeiras das outras crianças, aproveitou para ouvir o que uma contadora de estórias falava: 

“- E quando aquele sorriso no ligou, nos dedos ainda não entrelaçados da cirandinha, aquele amor ficou tão grande que eu não queria que o vidro se quebrasse...” 

Foi o bastante: reuniu as outras crianças, cataram alguns pinhões espalhados pelo chão, juntaram numa pilha, deram as mãos e começaram a cirandinha. 

“- Do pinhão se faça a pedra... da pedra se faça um brilho.” 

Chamou a contadora de estórias, alguns passantes desavisados e rodopiaram cada vez mais rápido, tanto que nem notaram quando ela lançou uma chama de dragão que trazia escondida na mochila. No meio da ciranda, só ficou o montinho de cascas de pinhão. 

“- Mais rápido, é volta e meia!” 

Já totalmente tontos, caíram no chão às gargalhadas. Quando se deram conta, “do pinhão se fez a pedra e da pedra um grande brilho” e um serelepe apareceu. Segurou a pedra nas patinhas e o que brilhava virou um frasco de diamante. 

 - O que é você? - perguntou a contadora de estórias.

A menina pegou o frasco e deu para a moça. 

- Pronto! É um presente. Este não é de vidro e não vai se quebrar!
- ??? 

E a menina desapareceu. 

- Foi passear, Beatriz? 
- Só você me chama assim! 


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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