terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O que é, de fato, história?

Naquele tempo, onde havia primário, ginásio e científico (ou o “normal”, para quem desejasse ser professor ou professora), aprender história era uma tarefa complicada. Nessa época, também, havia uma mania que era estudar para passar de ano, bem diferente de hoje em dia que os alunos são aprovados independente de saber ou não o que foi ensinado. Para entrar na faculdade aí é que você tinha que estudar mesmo, pois a prova era igual para todo mundo, assim como o número de vagas. Coisas do passado. 

Voltando ao início, no primário o aprendizado seguia as datas comemorativas, como o Descobrimento, Independência, Libertação dos Escravos, alguma coisa sobre Tiradentes e ficava por aí mesmo; no ginásio a coisa era bagunçada porque misturava história do Brasil com história greco-romana; no científico os temas eram aprofundados até que, no vestibular, a primeira aula dizia para esquecermos tudo que aprendemos antes porque estava tudo errado.

Um belo dia você cresce, vai morar em cidade histórica, viaja até o local da primeira missa, passeia pelos caminhos dos inconfidentes, muda de cidade e descobre que houve uma guerra lá que ninguém ouviu falar e aí tenta aprender como foi a coisa realmente e não chega a nenhuma conclusão. Ou seja: história é um grande mistério! 

De qualquer forma, como todo bom mistério, é algo interessante, tanto que tenho alguns amigos historiadores (Sim! Eles existem!) e, quando posso, procuro aprender mais um pouco a respeito, já que os erros do passado podem dar bons exemplos do que não se deve repetir. 

Só que tem gente que não aprende de jeito nenhum, mas, quanto a isso, deixo aqui uma tirinha do Porco Espírito (clique no link ou na imagem para ampliar), gentilmente cedida, sobre “A História do Índio no Brasil” e que ilustra bem a ideia. 

Consegui responder sua pergunta, Ana Vitória? 

  
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

As Quatro Estações

Momento saudosista... 

Quando eu era criança e a professora ensinou a identificar o efeito das estações do ano nas árvores, eu tive muita dificuldade no entendimento. Pra mim árvore bacana era aquela cheia de folhas, flores e frutos, tudo ao mesmo tempo, com céu azul e arco-íris de plano de fundo. Isso acontecia porque morava na cidade grande e lá até identificar inverno era difícil, pois fazia calor o ano todo e não era simples encontrar as tais árvores. 

Naquela casinha branca que pintaram de amarelo, havia uma árvore que dava frutos que ninguém sabia o que era, mas ela serviu de inspiração para uma observação da natureza, semelhando à que fiz do Rio Canoinhas

Apesar de gostar de fotografia, sempre escolhi câmeras simples, com recursos bem básicos, e procuro fotografar já com o efeito definitivo, pois não possuo habilidade nos programas de edição de imagem do tipo Gimp ®, Pinta ®, Photoshop ®, dentre outros. Utilizo mesmo o Irfanview ®, mas hoje resolvi fazer de forma diferente. 

Testando o Picasa ®, montei as fotos do comportamento da árvore nas estações, ideia essa que levou dois anos para a conclusão, já que no primeiro ano eu prestei atenção e no segundo tirei as fotos. Acho que ficou legal, mas vai carecer alguns cliques, a tradicional espera para carregar e tem música de fundo, portanto ligue os alto-falantes.


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pequena Abelha

♪ “Eu quero uma casa no campo do tamanho ideal, pau a pique e sapê , onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais...” ♫ 

Quando Zé Rodrix venceu o Festival da Canção de Juiz de Fora em 1971, o conceito “casa no campo” talvez fosse uma casa nos arredores daquela agradável cidade que muito cresceu desde então. Eu achava isso o máximo e ter a tal “casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer” (em 1975, outro conceito criado por Gilson) virou sonho de muita gente. Juntando as duas músicas teríamos uma casinha branca de alvenaria mesmo (pau a pique e sapê é paraíso de Triatoma e aí não rola), discos que virariam cds, amigos e livros. 

Um belo dia arrumei a tal casinha que era branca, mas pintaram de amarelo; plantei rosas e duas árvores, além de uma antena da Sky e um cabo de Internet (lógico), para poder baixar discos, já que não havia onde comprar. Na sequência, plantei sementes de amigos, mas poucas vingaram. Um belo dia saí de lá, mas o gosto pelos livros, que piscam pra mim nas livrarias e compartilho com os amigos sempre que possível, acompanharam a mudança. 

Terminei de ler hoje o livro “Pequena Abelha” (título em inglês “The Other Hand – vai entender!) de Chris Cleave, lançado pela Intrínseca em 2010. Demorei muito para decidir comprar, já que não gosto de ler as resenhas da Internet antes e a sinopse do livro, que está na contracapa, já avisa: “Não queremos lhe contar o que acontece nesse livro. É realmente uma história especial, e não queremos estragá-la. Ainda assim, você precisa saber algo para se interessar, por isso vamos dizer apenas o seguinte: Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa fazer uma escolha que envolve vida ou morte. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa... Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como a narrativa se desenrola.” 

Realmente, a vontade que tenho é contar tudo, como em várias resenhas que eu li hoje, mas vou cumprir o prometido. "Pequena Abelha" é um livro interessante, imprevisível que você não consegue parar de ler de tanta curiosidade em saber o que vem a seguir e que não tem a menor vontade de chegar ao final da história. O autor tinha tema para mais de oitocentas páginas, mas preferiu não enrolar e ser bem objetivo, sem perder o natural mistério que nos faz trilhar linha por linha. #ficaadica 

  Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Rainha Imperfeita, só que não!

Publicação inicial em 05/01/2013; editado hoje, 18/01/2013. 

Nunca entendi bem o objetivo ou o mecanismo de uma rede que se chama Tumblr. Por mais que as pessoas tentem me explicar eu acho que estou muito velho para entender direito o lance. Só que podemos nos surpreender com coisas muito interessantes que aparecem nesses lugares. 

Conheci a Rainha Imperfeita numa dessas coincidências de parque de diversões, quando alguém do grupo pula à frente dos outros para completar o número de pessoas num transporte de um brinquedo. A partir daí comecei a acompanhar seus escritos até que pedi um texto para colocar aqui no blog. Ela mandou e resolvi editá-lo com outros que ela escrevera. Achei fantástico a forma como o sentimento, expresso em palavras, consegue invadir o coração e até a alma. 

Infelizmente, hoje, retirei a edição a pedido da autora que mudou de ideia, já que lera antes o rascunho e autorizara o post, e preferiu deixar seus textos em seu Tumblr mesmo.

Respeitando sua decisão, já que o objetivo do blog é divulgar os meus escritos insanos e os escritos legais dos amigos, sempre que autorizado, faço a retificação.

Dessa forma, era uma vez alguém que... mudou de ideia!

Pois é...

 
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

E você? Trabalhou no Réveillon?

- Gente! Ele morreu!!!! 

Durante o período de festas do final de ano, duas classes de pessoas são encontradas (e suas ramificações também): aquelas que viajam e retornam no “day after” e aquelas que trabalham exatamente na véspera de Natal ou Ano Novo. Algumas características são comuns, como não dormir a noite inteira, estar exausto no dia seguinte, não encontrar nenhum restaurante aberto para o almoço, não aproveitar a praia (se for o caso), além de algumas outras coisinhas individuais. De diferente, aquelas que viajam enfrentam o engarrafamento interminável das estradas, a dor de cabeça da ressaca, o mau humor de alguns companheiros/parentes de viagem, dentre outras coisas; os que trabalham só consideram tudo mais um dia, como qualquer outro. 

Nessa última classe estão os plantonistas, nossos “anjos da guarda” quando estamos no primeiro grupo. Eles que limpam as merdas que fazemos resolvem nossos problemas em caso de necessidade. 

Jamesvaldo, o James (a pronúncia é “djeimes”), residente de primeiro ano de um hospital geral, foi o sorteado para o trabalho da virada do ano. Chegou em casa, pela manhã, certo de que cumprira sua função (suturar vários pés cortados de mocinhas de vestidos brancos e curtos que tiraram seus saltos na praia, prescrever hidratação com glicose para aqueles que não dirigiam, mas bebiam sem parar, atender casos sem qualquer indicação de urgência e outros realmente urgentes, etc) tendo absoluta certeza que não ia colocar, nas redes sociais, nenhuma zoação sobre qualquer paciente, quer aqueles com nomes estranhos (ele entende bem desse problema), aqueles com histórias esdrúxulas e queixas absurdas que também procuram atendimento ou aqueles que, eventualmente, o médico tem vontade de rir (ter vontade é direito de todo mundo; contar isso já é falta de respeito, principalmente na Internet, como infelizmente observo por ai). 

Morava com mais quatro amigos, que ainda estavam na faculdade, e nenhum era acadêmico de Medicina, sendo que havia também um aluno de intercâmbio. 

- OMG! WTF! Call 911! 

Esses amigos foram festejar numa casa de festas próxima e emendaram na praia, de roupa e tudo, chegando em casa só lá pelas duas da tarde, do primeiro dia do ano, ainda acompanhados de desconhecidas sem nome que conheceram na balada. Foi uma dessas desconhecidas que deu o primeiro grito lá em cima. 

Ainda muito ligado devido ao plantão e já decidido a comer um risoto de pacote com algumas salsichas em lata (também chamadas de “vina” em algumas localidades mais ao sul do país), tomou um banho e resolveu “dar uma limpa” na papelada bagunçada do ano findo até a adrenalina baixar (isso só quem é médico sabe como é). Derrubou caixas de papelão, contas bancárias, folhetos sem uso e saiu rasgando tudo e empilhando. Confusão armada, ele mandou ver no risoto e tomou aquela cervejinha porque ninguém é de ferro. Consequentemente, a adrenalina baixou e ele resolveu deixar para arrumar a zona depois do cochilinho mais que merecido. 

- Vamos ligar para o SAMU! 

A pilha de caixas era enorme, assim como de papel picado. Arrumou um espaço na cama, deitou e dormiu. Só que, do lado de fora do quarto, dependendo do ângulo, a visão era de um sujeito “afogado” em papel somente com a mão visível na superfície do “mar” de celulose. 

- Melhor ligar para a polícia mesmo! 

A discussão na sala era enorme, pois nenhum dos colegas possuía discernimento, depois do grande período na esbórnia. A confusão era total: as desconhecidas gritaram, desmaiaram, deram vários pitis e isso tudo durou até o momento que a mão do James desapareceu, do monte de papel, e ouviu-se uma descarga de banheiro. Silêncio total, aparece nosso herói de cueca samba-canção e sem camisa, coçando o saco ajeitando a vestimenta e reclamando:

- Porra galera! Foda hein! Dá pra fazer silêncio? 

E você? Trabalhou no Réveillon?  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.