quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Portão de Embarque

“Panam......... fly number 5432.....to... Far Far Away....” 

Já passada a fase "pururuca" e chegando ao ponto "filé com bacon" (aquele que ninguém come em churrascaria, para desespero do garçom encarregado de servi-lo) requentado e torrado várias vezes, a noite do dia mais quente do ano foi o tema de tal metáfora. 

Decidido a encontrar um ar condicionado, visto que o ventilador de teto não resolveu o problema e nem o banho às três da manhã aliviou a situação, saiu cedo para o aeroporto. No táxi algum alento até que a notícia na TV de bordo (o táxi era chique) deixou-o bastante preocupado: apagão no Galeão atrasa voos e deixa passageiros com muito calor. 

- Agora fudeu complicou tudo! 

Check in realizado com sucesso, tomou uma garrafa de água mineral e um café, deu uma volta na livraria e enfrentou o raio x e o detector de metais da fiscalização, não sem antes esperar um tempo até a mãe conseguir convencer sua filha de cinco anos, assustada com a cara hostil do fiscal, a passar sozinha pelo detector de metais (passaram as duas ao mesmo tempo, lógico, pois aquele escândalo tinha que terminar o mais breve possível). 

“Now boarding gate one!” 

Aeroportos são locais bem interessantes, onde você encontra de tudo e de todos. Yasmim chegara de Recife com sua irmã Fernanda e aguardavam a conexão. Carregava uma mochila e um bicho de pano maior do que ela, que só tinha 10 anos, mas não foi isso que chamou a atenção, ao menos naquele momento. Pessoas encaloradas se abanando com carteiras de identidade, vários com tablets e laptops para passar o tempo, uma moça de outro planeta (provavelmente) com uma meia-calça preta por baixo de uma saia de lã tirara suas botas de couro e “devorava” um livro de, pelo menos, seiscentas páginas já molhadas de tanto suor. 

Achou a ideia interessante e abriu um livro que começara a ler na viagem de ida. A seu lado, uma desconhecida de cara aborrecida assumiu, sentada, a posição fetal abraçada numa almofada rosa da Fom ®. De vez em quando ele trocava de lugar para esticar as pernas e dava uma conferida na tela dos voos. 

“Passageirosdovoo5432daPanam,pormotivodereposicionamentodaaeronaveseuembarquepassaráparaoportãodenúmerodoze” 

A voz esganiçada do colaborador da empresa aérea contrastava com o som tradicional e pausado da Íris Lettieri, a essa altura quase inaudível. Todos levantam, vão contando os portões seguidos por outros colaboradores da empresa aérea que, aos gritos, tentavam resgatar passageiros mais distraídos. 

Uma vez a bordo, foi possível respirar ar mais gelado. Yasmim sentara ao lado dele, atando o cinto no bicho cor de rosa por cima dela e deixando a mochila no chão. Uma vez no ar, servido o lanche (um pacote sem vergonha de amendoins muito duros, tipo japonês – Mendorato®) e a bebida, um momento de distração fez com que ele sentisse algo gelado pingando paralelamente à sua calça: a menina derramara todo suco! Foi divertido e acabaram conversando um pouco. Ela, bem atrapalhada, mas curiosa, perguntava sobre como usar o assento flutuante e como seria sair do avião por aquelas rampas infláveis. Pousados em segurança, ele seguiu para a conexão que já estava embarcando e foi o último a entrar no avião. A seu lado, Dudinha, de quinze anos, aparelho nos dentes, resolveu arriscar o amendoim duro, mas ao abrir o pacotinho fez voar o conteúdo para todos os assentos à volta (ao menos não derramou o suco). 

Chegando a seu destino, agradáveis 21º, enquanto um habitante local exclamava:  
“- Nossa! Como faz calor nessa terra!” 
Pode isso, Arnaldo? 

  
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Você acredita em Papai Noel?

- Como assim, não acredita em Papai Noel? 

Depois de uma longa noite de entrega de presentes, o bom velhinho aterriza o trenó e libera as renas para o descanso merecido. Sua roupa chamuscada (tem gente que não limpa a chaminé e nem apaga a lareira) foi direto para a máquina de lavar e ele para a esteira, tentando diminuir o efeito das toneladas de biscoitos que mordeu durante a noite. Feito isso, um bom banho veio a calhar para depois sentar em sua cadeira, onde verificou a repercussão de seu trabalho nas redes sociais. 

De repente, uma coruja atrapalhada, de nome Errol, entra pela janela e bate a cabeça na parede, onde sucumbiu e ascendeu ao "corujal" da eternidade (foi assim que aconteceu, mas ninguém contou isso nos livros). Trazia uma “tirinha” com Sofia e Juquinha conversando sobre a crença no Papai Noel. 

Imediatamente convocou todos os duendes. Inacreditável a troca de presentes: afinal, onde já se viu dar um espremedor de laranja para uma criança que pedira uma bicicleta? 'Tá certo que nem sempre os presentes são exatamente correspondentes aos pedidos; uma bicicleta pode virar um patinete; uma piscina olímpica é substituída por uma desmontável de 1000 litros; a Catherine Zeta–Jones... bom, nesse caso quem pediu que se foda vai levar nada mesmo. 

- E o que demos a ele este ano? - perguntou Papai Noel. 
- Ele não pediu nada, porque não acredita mais. - informou um duende burocrata. 
- Mas as pessoas acreditam em bacalhau, chester, tender, por que é tão difícil acreditar em Papai Noel? 

Tomou a decisão: colocou uma bermuda vermelha, chinelão, uma camiseta do Flamengo e foi lá procurar o tal Juquinha, levando uma poderosa bicicleta de várias marchas. Ao mesmo tempo, Sofia recebeu um SMS informando a situação: 

"Agradecemos a sua mensagem! Estaremos processando sua reclamação e estaremos enviando uma resposta assim que possível. Feliz Natal!"

A menina quase caiu dura para trás, já que nem esperava mais resposta. Procurou Juquinha, que tomava um suco de laranja (Ah! Quem disse que o presente não teve valia?), que achou tudo uma grande palhaçada, até que Papai Noel apareceu com seu presente, um ano atrasado. Juquinha ficou contente, Sofia mais ainda, Papai Noel tomou um suquinho e retornou para sentar a porrada para dar uma bronca no duende atrapalhado, lá no Polo Norte, não sem antes aproveitar uma praia em Ipanema, nesse belo dia de sol. 

Pois é... será que Sofia vai virar “spin off”? Ho Ho Ho...  
 

Bom Dia! Eu sou o Narrador.  

N.N.: Texto baseado na excelente tirinha do Porco Espírito (dessa vez não deu tempo de pedir permissão e fui usando mesmo, mas desde já agradeço). Clique na imagem para ampliar.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Casinha do Tempo

Houve uma época sem computadores, satélites, televisão, rádio e outras facilidades do mundo moderno e as pessoas davam lá um jeito de sobreviver. As evidências (nós) provam que isso dava muito certo e a modernidade somente tornou as coisas bem práticas. 

A previsão do tempo é uma dessas coisas que melhorou muito com o passar dos anos. Antigamente, quando o locutor da rádio dizia que ia fazer sol, era melhor levar capa, guarda-chuva e galocha porque, fatalmente, ele iria errar. Isso foi muito motivo de piada. Outros métodos foram criados como o sujeito que dizia que ia chover quando o calo do pé doía ou aumentava a dor nas costas; alguns animais mudavam seus hábitos de acordo com a situação também. Nossas mães é que faziam excelentes previsões: quando elas nos orientavam a levar um casaco, mesmo num dia ensolarado, era melhor ir totalmente equipado para um dilúvio (como elas faziam eu nem imagino, mas era bem assim mesmo). 

Da minha infância, além do “leva casaco” da mãe, dois enfeites artesanais faziam as previsões: o “galinho” que mudava de cor e a casinha do tempo (a mesma que falei outro dia). Gosto dessa casinha e já presenteei algumas pessoas com ela (eu mesmo não tenho uma porque acho que é uma das coisas que a gente tem que ganhar) e até pesquisei sua origem (procure no Google), mas não encontrei nenhuma história associada. 

Resolvi, então, criar a minha e vamos ao “senta que lá vem história”: 

Lá do outro lado do oceano, havia uma floresta de vegetação bem densa, com árvores frondosas, parecida com aquela que morava a vovozinha da Chapeuzinho (lobisomem) Vermelho, da bruxa do João e Maria (aquela que era toda feita de doce), dos Sete Anões, onde o caçador não tirou o coração da Branca de Neve... você entendeu, né? Nessa floresta, claro, havia uma casinha também, onde morava um simpático casal que produzia as melhores tortas de maçã (não envenenadas) da região. De tempos em tempos, eles iam até o vilarejo mais próximo, para vender sua produção. Só que, por motivos diversos, o casal só ia junto em dias nublados; nos demais eles alternavam: dias de sol, ia a senhora; dias de chuva, ia o senhor.
Por muitos anos essa foi a rotina, até que eles ascenderam a outros planos e sua história ficou eternizada por um relojoeiro que descobriu as propriedades dos fios, feitos com vísceras de carneiro, que esticam ou encolhem de acordo com a variação da pressão atmosférica, havendo a previsão do tempo. Simples, não é mesmo? 


Boa noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E o mundo não se acabou

Naquele dia ela acordou preocupada: apesar da sua crença não permitir, ela teve a nítida impressão que o mundo estava com as horas contadas. 

Faltava uma hora para o início oficial do verão e o termômetro de mercúrio daquela casinha de enfeite, onde a moça saia no dia de sol e o homem saia no dia de chuva, já marcava insuportáveis 25º C, ao lado do fogão a lenha. Esquentou o café e tentou ouvir alguma coisa diferente, mas nem o sertanejo cornual habitual tocava em qualquer lugar: tudo era um silêncio só. Concluiu que ninguém iria sair de casa e todos ficariam rezando mesmo. 

Na sala, o sujeito com quem passou a morar (depois das inúmeras bobagens que ela fez), vestia a calça do pijama azul de listras brancas e uma camiseta regata velha; nem os dentes escovara e muito menos fizera a barba. 

- Quer saber? Foda-se Azar: vou pra rua tentar resolver o que eu já deveria ter resolvido há muito tempo. - pensou.

Claro que tudo era coincidência. Era só um dia comum, mas ela acreditou na tal conversa mole e aí resolveu que a despedida seria aproveitando, ao máximo, os últimos momentos da vida. 

Como não encontrou com ele, aquele sujeito que desdenhara no passado, nem ligou e partiu pra frente. Novamente incorporou Natasha, arrumou um baile funk pra dançar, beijou na boca um outro que ela nem se dava, gastou uma grana em cerveja e acordou no dia seguinte naquele mesmo hotel de beira de estrada da vez passada. 

Quando chegou em casa, a fofoca já tinha se espalhado. O tal sujeito não se fez de rogado e contou as estripulias, da noite anterior, para todos os amigos. 

Entrou de mansinho e viu a mesma cena: seu companheiro na sala, mesma roupa, a barba estava maior, escovar os dentes nem pensar. Ele deu bom dia e a mandou preparar o café. 

Cá entre nós, se isso não é o fim do mundo, realmente nada mais o é!

  


Homenagem a Carmem Miranda. Boa noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Conto de Natal

“E não foram o primeiro amor um do outro. Conheceram-se depois de terem amado outras pessoas. E talvez não dessa forma. Talvez seja necessário viajar antes de compreender qual é a meta certa para nós. Talvez a primeira vez seja cada vez que amamos.” Federico Moccia ("Desculpa se te chamo de amor") 

No final dos anos 70, lá do século passado, essa época, entre o final das aulas e as festas de fim de ano, reunia vários grupos de jovens secundaristas, ainda não envolvidos com o vestibular (bom... tinha lá uns caras que já estudavam pra isso desde que aprenderam a falar, mas não é o caso aqui). 

A praia da Barra da Tijuca era o ponto de encontro preferido, por ser mais distante, de acesso mais complicado (quase uma hora no 233), mas sua areia ainda limpa e mar agitado de água cristalina era um grande atrativo. Os condomínios estavam somente começando e o encontro de sempre era lá “nos prédios brancos”. Preocupação com o sol não havia e barracas coloridas eram raridade. 

Os grupos possuíam um “núcleo central”, geralmente de meninas, cercado de amigos e/ou namorados, e aqueles que apareciam de vez em quando. 

Denise fazia parte da turma do “de vez em quando”; de beleza incomum, a bela morena de olhos verdes criava “torcicolos” ao passar na direção da água o que gerava certo incomodo ao “núcleo central”. Morava com uma irmã que enviuvara precocemente e uma sobrinha, já que seus pais eram separados e seguiram rumos diferentes em outras cidades (algo também escandaloso para a época). No final das contas, ela era independente, mas gostava de frequentar essa turma. 

Fábio conheceu Denise quando ela tropeçou e torceu o pé na saída da água, no exato momento que ele chegava com sua prancha de surf. Bem mais velho e muito mais alto que ela, não era surfista de carteirinha, mas gostava do esporte. Pegou-a no colo e assim foram até o grupo, gerando alguns suspiros e olhares de inveja. Ficaram amigos, trocaram telefones (fixos) e, em poucos meses, no inverno seguinte, já dormiam juntos. 

Tirando o fato de que ele era casado, morava em outro estado, vinha ao Rio de tempos em tempos (quando se encontravam – um dos apartamentos dos “prédios brancos” era dele) e ela nem vestibular tinha feito, isso poderia ser uma bela história de amor lá dos tempos da ditadura. Apesar dele ter contado tudo isso antes de começarem, não deu: foi algo além dos limites do bom senso. 

Claro que ela parou de frequentar o grupo (ganhou alguns apelidos invejosos e impublicáveis); a chave do apartamento ficava com ela que transferiu parte de suas coisas para lá, onde aproveitava a tranquilidade e o barulho das ondas para estudar (isso quando ele não estava). Passou mais um verão, um inverno e, na primavera, ele sumiu (ditadura militar era foda coisa complicada). Ela ficou preocupada e depois muito triste. 

Para animar, suas amigas do condomínio fizeram o convite e ela "topou" passar o Natal por lá. Seria uma grande festa com chegada de Papai Noel de helicóptero e tudo o mais. Levou sua irmã e sua sobrinha e quando o bom velhinho saiu da aeronave e a viu, ele riu. Ela não entendeu, as crianças o cercaram, ele novamente olhou pra ela e apontou na direção do piloto. Aí que ela entendeu que seu presente não estava no sacolão vermelho e sim no veículo que o trouxe. Era Fábio, fazendo uma grande surpresa. 
E eles se casaram e foram felizes para sempre.  


Bom Dia! Eu sou o Narrador.
N.N. Isso é um conto de ficção e qualquer semelhança com pessoas presentes ou ausentes é mera coincidência. Se bem que se algum leitor conhecer uma história real parecida eu bem que gostaria de saber!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Noite de Terror?

Uma história não contada no “Contos de Fada?” 

Um belo dia, Melinda falou sobre um lugar que ela frequentava, quando queria se divertir sem medo de revelar sua verdadeira origem. Na verdade era um parque de diversões bem animado e com aqueles brinquedos radicais que deixam todo mundo apavorado. Em determinada época do ano, ele funcionava também à noite, como se fosse uma grande festa, cujo tema era “TERROR”! 

Ela achava tudo muito interessante, pois alguns frequentadores incorporavam a temática e apareciam por lá com figurinos característicos. Muitas bruxas, vampiros, lobisomens (desses ela não gostava) e, então, ela passava sem chamar a atenção. Animadas com a ideia, Ana e Adrielle, com a permissão do Mago, reuniram os yetis e, guiadas por Melinda, se materializaram no meio do parque. A bela moça assumiu o figurino gótico tradicional, saia e meia pretas, maquiagem pesada no rosto e seu cabelo curtinho com uma mecha branca, emoldurava seu rosto, onde os olhos prateados chamavam a atenção. Adrielle pensou numa fadinha cor de rosa, mas gostou tanto do figurino de Melinda que resolveu fazer uma versão bruxinha mesmo, com um vestido tipicamente preto. Ana já foi mais discreta, optando por algo fantasmagórico (recentemente imitado por uma pegadinha da televisão aberta). Os yetis... bom... eles foram como yetis mesmo, causando muita risada ao descer da Big Tower com os pelos arrepiados e aquele olhar de panda (de comercial de carro) assustado. 

Diversão pra todo lugar, enquanto Adrielle e Melinda foram tomar um sorvete, Ana se interessou por uma atração que consistia num castelo, onde seres aterrorizantes davam susto nos visitantes. Foi ver como funcionava justo no momento que o céu encheu de nuvens carregadas, desabou um temporal e a luz apagou, por alguns instantes, até que o gerador entrasse em funcionamento (por “coincidência”, foi exatamente no momento que um garoto atrevido e sem qualquer noção do perigo tentou passar a mão na bunda de Melinda “furar” a fila da sorveteria, exatamente na frente de Adrielle). Na confusão, Ana foi confundida com os atores que interpretavam os tais seres e incluída, sem querer, no “cast” da atração. 

Nessa hora ela os viu: ele era alto, algo ruivo, olhos castanhos, espinhas, meio curvado, devia ter uns dezesseis anos. Feio não era, mas não tinha nenhum atrativo excepcional além de parecer simpático e atencioso; ela, era baixa, bonita (muito), uns quinze anos (ainda bem que ele não perguntou a idade dela), cabelos bem pretos e olhos castanho esverdeados, quase tão bonitos quanto os de Ana. Separados, pela chuva, de suas respectivas excursões, a dele do norte e a dela do sul, acreditaram que a atração coberta seria um bom passatempo (até porque a fila era menor). Encharcados, misturaram-se ao grupo de meninas de outra excursão, provavelmente do centro-oeste (sotaque inconfundível). Na antessala (Ah! Que saudade da velha ortografia!) o grupo de meninas brigava para não entrar, após receberem as devidas explicações de um personagem aterrorizante, quando o tal menino tomou a frente, puxando a menina pela mão. Ele com muita coragem; ela fingindo fingir que fingia ter medo. Assim foram até o final, muitos sustos, gritos e, na saída, ele a perdera na multidão, ficando inconsolável, pois a paixão surgira de uma forma inesperada. 

Já em casa, após ouvir as novidades, o Mago perguntou: 
- E eles não se viram mais? 
- Como se você não soubesse - ela deu um sorriso.
- Beatriz! - ele tentando ralhar.
- Só você me chama assim! 

E num determinado ônibus de turismo, um menino observava o carimbo/passaporte, em neon, com o símbolo do parque, na sua mão direita, quando o mesmo transformou-se num endereço de Tumblr...  

 Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 1 de dezembro de 2012

As doze faces de um rio

”O rio Canoinhas é um rio brasileiro do estado de Santa Catarina. Nasce na Serra do Espigão (parte da Serra Geral) a cerca de 20km ao norte da cidade de Santa Cecília, correndo de sul para o norte e passando ao oeste da cidade de Monte Castelo, ao leste da cidade de Major Vieira. Após atravessar a Floresta Nacional de Três Barras, passa ao leste da cidade de Canoinhas após o que deságua no rio Negro, do qual é um dos principais afluentes. Ao longo de seu percurso cruza as rodovias BR-116, BR-477 e BR-280 e as ferrovias FSA-116 e FSA-280 Entre os municípios de Major Vieira SC e Canoinhas SC, forma uma queda d'água de beleza sem par, muito frequentada no verão por banhistas e apreciadores da natureza.” (Fonte: Wikipedia) 

Olhei na janela e, na paisagem composta de uma via asfaltada empoeirada, com transversais sem calçamento (algo que lembra, no verão, as ruas de Búzios cobertas de areia da praia), pude observar três cavalos pastando num terreno baldio ao lado, onde, outrora, talvez houvesse uma construção de madeira, com base em alvenaria. No céu, as nuvens de chuva emolduravam a visão, enquanto o vento zunia como se fora um enorme mosquito no ouvido de alguém que tenta dormir e teve queimado seu repelente elétrico. 

Parafraseando Antônio Adolfo, por aqui os caminhos não são feitos de pedra e aço e nem existem arranha-céus espetando o espaço. Existe uma mescla de Natureza com alguma invasão do homem que, assim, ainda não fez grande destruições, pois existe algum respeito com as dádivas divinas. 

Nessa linha eu observo as mudanças. De acordo com a época do ano a paisagem muda e resolvi registrar um pouco como hobby. Minha primeira tentativa foi com uma árvore do quintal (qualquer hora eu falo disso); resolvi sofisticar um pouco e passei a fotografar um trecho do rio Canoinhas (exatamente esse da tal queda d'água). Quase um ano depois, terminei o registro mensal de seu comportamento e deixo aqui a miniatura das fotos e um vídeo com uma homenagem ao Paulinho da Viola. Acho que vale a ideia e, no Facebook, existe o álbum completo, para quem quiser o download das fotos.  



Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tente Fazer Diferente

Considerando a referência “Niemeyer”, cheguei na metade do meu caminho e já acumulei um sem número de equívocos que remetem a reflexões sem fim e, felizmente, a experiência ensina a encará-los e enfrentá-los. Creio que todos somos assim, mas muitos não possuem discernimento para assumir seus próprios erros. 

Com o passar dos anos observei as mudanças e a “evolução” da assistência ao ser humano em solo brasileiro. A tecnologia surgiu, muita coisa boa aconteceu, mas a burocratização dos processos veio logo a seguir. Será que no tempo do “artesanato”, onde a gente improvisava de tudo um pouco, a nossa resolução simplista não poderia servir de algum exemplo?

Diante de alguns absurdos que encontrei, durante tal período, associado à uma notícia que li hoje no jornal, resolvi colocar aqui um artigo que escrevi, há poucos anos, que exemplifica um pouco essa vivência. 

Para refletir: 

"Antigamente, não tão longe daqui... 

Dr. Fulano atendia um paciente numa cidade interiorana, sem recursos técnicos, e concluía ser o caso de impossível resolução nas condições da localidade. Telefonava, então, para um hospital de maior porte, numa outra localidade até bem distante e solicitava vaga para o atendimento de seu cliente. Uma vez aceito, seu paciente era internado e tratado pelo Dr. Sicrano. À alta, recebia as instruções e já agendava um retorno para a natural revisão pós alta hospitalar, principalmente quando a patologia necessitava acompanhamento especializado por longo tempo. Na data marcada pelo Dr. Sicrano, a revisão era realizada sem maiores burocracias, pois este médico acompanhava o paciente durante a internação e seria responsável por ele até a alta definitiva. Isso era antigamente, lá no lugar de onde eu vim, e ainda acontece hoje em dia. 

Recentemente transferi um paciente pelos mesmos motivos. Apesar de ter concluído o diagnóstico, não arrisquei o tratamento por considerar o risco maior que o benefício de uma transferência para unidade com maiores e adequados recursos. Na volta, o resumo de alta orientava o retorno do paciente em 15 dias, pois o tratamento apenas havia sido iniciado e necessitava de avaliações especializadas frequentes, já que seria de longa duração. Então começou a saga: 
- Precisa preencher um “TFD” – informou o serviço social. 
- Mas o médico que deu alta orientou o retorno em 15 dias o que, de qualquer forma, é necessário para reavaliar o paciente e a medicação em curso -, retruquei. 
- Ah! Mas tem que preencher o... “

O famoso “TFD” significa “Tratamento Fora do Domicílio”, cujo documento foi devidamente preenchido, dada a insistência do serviço social, mesmo que eu considerasse absolutamente desnecessário. Mesmo assim, mais de 15 dias, a autorização não chegou. 
- Mas o médico orientou o retorno. Não é melhor telefonar para o médico para que ele autorize a consulta? Afinal, foi ele quem recomendou o retorno - insisti. 

Em contato telefônico com o médico, escuta-se a seguinte pérola: 
- Ah! Se ele fosse aqui da cidade não haveria problema, mas como é de outra cidade, tem que ser via TFD e aí... Mas se ele passar mal ou piorar, é só telefonar para o hospital que ele será novamente internado. 

Isso não foi ficção... O TFD (Tratamento Fora do Domicílio) foi criado pela SAS nº 55/1999 e é um benefício definido como auxílio financeiro para tratamento de saúde. Esse auxílio inclui transporte. Desta forma, seria facilitado o atendimento ao paciente que dele necessitasse através de recursos oriundos do SUS. O que observo é que a realidade é muito diferente da proposta. Quando o médico generalista preenche o formulário, o paciente não possui a garantia do atendimento especializado no prazo adequado para a resolução do problema atual, pois existem cotas de consultas de acordo com critérios próprios inerentes a cada estado. Dessa forma existem situações como 4 a 12 consultas/município/ano dependendo da especialidade. 

E como fica o paciente nessa situação? E o médico generalista que trabalha na Estratégia Saúde da Família, o que ele pode fazer? Como as Secretarias de Municipais de Saúde dos municípios carentes poderão arcar com os custos do atendimento especializado, utilizando outras vias? 

Independente dessa problemática, voltando ao caso anteriormente descrito: onde ficou o Código de Ética Médica quando o médico responsável pela internação do paciente não o recebeu de volta, mesmo assim tendo determinado? Será que ele esqueceu sua responsabilidade? 

Há mais de 30 anos estudando e exercendo a Medicina, aprendi com meus mestres e preceptores que o foco principal do médico é o paciente, até porque é o que reza o Código de Ética Médica. Criávamos redes próprias onde os ex-alunos telefonavam para seus ex-preceptores e vice-versa, pedindo ajuda para internações e consultas especializadas e sempre éramos bem recebidos. 

“- Ligue pra fulano no hospital tal. Fale em meu nome. Ele foi meu residente e caso ele não possa ajudar, certamente poderá orientar sobre o que fazer!” 

Tanto na cidade do Rio de Janeiro quanto no município de Petrópolis, no interior fluminense, onde tive a oportunidade de exercer a docência, era assim que fazíamos e, mesmo que alguma dificuldade existisse, conseguíamos sempre algum colega pronto para nos ajudar, mesmo que não houvesse vínculo de amizade. Era a rede da solidariedade médica com a qual fui acostumado a trabalhar e assim orientei quatro turmas de formandos. Quantas vezes transferimos pacientes para outras cidades dentro e fora do estado quando não possuíamos os recursos adequados, bastando contar com a obviedade da situação? Nossos internos e residentes sempre foram orientados a agendar o retorno e receber seu paciente de volta, mesmo que no hospital não houvesse ambulatório. Uma pequena sala, na própria enfermaria do hospital, garantia a revisão, pois foi assim que nós aprendemos a trabalhar. 

Nós, médicos, somos responsáveis por isso e não podemos abandonar nossos pacientes à própria sorte (assim determina o Código de Ética em seu artigo 36). Dessa forma fica o alerta. Que os pacientes leiam o Código de Ética Médica e tantas outras leis e estatutos, procurando seus direitos. Que tais direitos não sejam burlados, que a legislação seja cumprida e que a burocracia não gere distorções na atenção àqueles que mais precisam dela."

Pois é... nem sempre a gente escreve sem indignação! 


 Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Hyperbole and a Half - A Origem

“Pela lente do amor 
Vejo tudo crescer 
Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil) “

"Hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia com exagero.” (Fonte: Info Escola

Há muito tempo que não vejo um movimento de crítica, em relação a educação e ensino, tão forte como atualmente. Essas coisas surgem em anos eleitorais só que a a eleição já foi, os próximos representantes já preparam suas atuações e o assunto não acabou. Talvez por conta do fato de que as pessoas resolveram acordar e denunciar a verdade do dia a dia escolar e as precárias condições de algumas escolas por ai. Isso é assunto velho conhecido, mas tomou corpo com o surgimento dos “Diários de Classe”, espalhados pelo Brasil, onde alunos denunciam as precárias condições. (dá uma procurada no Google para ficar ligado nesse assunto). Aí foi bola de neve e hoje podemos ler no jornal (via BBC) que o Brasil ficou em penúltimo lugar em ranking global de educação. 

Sempre gostei de escrever (um dia pode ser que eu aprenda) e posso até dizer que aprendi a ler nos quadrinhos do Pato Donald e Tio Patinhas. Nosso idioma pátrio é bem complicado, mas eu também nunca vi tanta gente escrevendo errado como agora. Claro que, antigamente, não havia Internet e nossas bobagens ficavam restritas a poucas pessoas. 

Sem dúvida o ensino piorou. Quer pela aprovação automática das classes iniciais, quer pela ausência familiar em alguns casos, só sei que encontrar uma criança que consiga escrever uma frase simples, ditada, já começa a ser raridade... fico triste com isso. 

Mais interessante ainda, se considerarmos os computadores, nem com o uso de programas que corrigem nossos erros, ao digitar, as pessoas conseguem parar de escrever errado. Claro que não são absolutos, mas já dão uma ajuda para não escrever “você” com cedilha ou o clássico “ansioso” com “c”. (e isso surge até em jornais de grande circulação). 

Falei, outro dia, que uma redação é uma coisa complicada. Tive um professor que ensinava “nunca começar pelo tema”. Guardei isso a vida toda, sei lá se minhas redações eram boas, mas uso e abuso disso hoje em dia. 

Outro dia, também, falei que procurava a origem de uma tirinha engraçada e finalmente encontrei. Tudo começou no blog Hyperbole and a Half, mas existe um artigo (clique aqui para ler) que explica tudo direitinho. 

Aqui no blog, aproveitando a deixa do corretor ortográfico, coloco uma das tirinhas mais engraçadas (existem outras boas também) e uma em branco, para apelar para a criatividade do leitor (se fizer, nada de erros de português). Porque “Rir ainda é o melhor remédio!” (só não pode morrer de rir).

 
Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

sábado, 17 de novembro de 2012

Seja um duende você também!

Chegando o mês de dezembro, os preparativos natalinos já são a ordem do dia, para aqueles que não deixam tudo para a última hora. Alguns já montaram as árvores, os shoppings já mostram sua decoração e as crianças escrevem as cartinhas. 

Bom... esse lance de cartinha já não é bem como antigamente, onde a gente escrevia, entregava para nossa mãe e ai o milagre acontecia. Hoje em dia Papai Noel tem CEP (89990-960) e os duendes mudaram um pouco a cara, mas disso eu falo mais adiante. 

De qualquer forma, a cartinha tem seu jeito de fazer e o processo da noite de Natal também tem seus mistérios. Já falei sobre isso e vou contar tudo outra vez:

“Um belo dia... alguns contos de fada começam assim... 
Papai Noel ficara muito preocupado, pois o número de cartinhas, que recebera naquele ano, estava muito aquém do esperado e incumbiu alguns magos de ensinar, às crianças, como a coisa funcionava. 

Primeiro a saudação: “Querido Papai Noel”, já que ele gostava do “querido”; depois escrever o próprio nome, idade e lugar da moradia; aí viriam os motivos que as tornariam “elegíveis” para o regalo. Por último, o tal presente, tão esperado, desde que fosse possível passar com ele pela chaminé e aí ficaram excluídas piscinas de seis mil litros, como pedira uma menininha num outro dia. 

Só que isso era só o começo e uma preparação seria necessária, na noite de Natal: Uma meia (sem chulé) ao lado da chaminé (rimou) e lembrar, claro, de apagar o fogo (caso contrário, já viu). Ah! Outra coisa: leite e bolachinhas devem ficar a postos, porque Papai Noel é muito guloso... Afinal, muito trabalho numa noite só... E ele também não é gordo assim à toa! 

- E se na casa não houver chaminé? – perguntou Adrielle 
- Então vou contar como ele faz! 

O Papai Noel possui um pozinho mágico, que ganhou da Fada Madrinha, para criar uma abertura nas janelas ou paredes, por onde ele consegue passar e entrar nas casas.” 

Essa história eu já contei para muitas crianças já que, por aqui, eu achava que o Coelhinho da Páscoa fazia mais sucesso. Ledo engano e, naquele velho momento, onde a conexão com Internet pifou e a gente deita no sofá para tentar ver alguma coisa na TV que fosse inédita, um pouco antes do primeiro ronco... 

- Acorde, Narrador! Ho Ho Ho! 
(Que porra coisa é essa? Pirei de vez!) 
- Heim? Como é? 

Com uma roupa amarela, numa moto da mesma cor, estaciona, na sala, o tal sujeito de barba branca. 

- Ana pediu para que eu o procurasse! Estou com déficit de duendes, então agora é sua vez de trabalhar e arrumar outros, porque a coisa tá feia lá pros lados do Polo Norte! Tem umas bolachinhas ai? 

Depois de algumas explicações, ele foi embora, voltei a dormir e, no dia seguinte, fui até a agência dos Correios. Lá, numa caixinha, escolhi uma cartinha (tem muitas ainda) e, no dia de hoje, convoco meus vinte leitores a fazer o mesmo. A magia do Natal deve continuar e cada um pode fazer a sua parte. Só não pode demorar muito porque o prazo é até o dia seis de dezembro. 

'Bora lá! A minha eu já peguei e está aí para você ler também (só apaguei os detalhes da identificação). Clique na imagem para ampliar.  

                                            Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Memória Emocional

Confesso que a cena é bonita de se ver... 
O céu repleto de nuvens e assim anoiteceu... 
Em dado momento, toda a luz mortal desapareceu 
Surgindo, no céu, a luz imortal em raios e trovões. 

Ainda no tempo da montanha, onde a chuva era uma constante, escrevi o trecho acima num post chamado “Tempestade”. Foi no Carnaval de 2008, quando mais um desastre abalou a cidade e fiquei "ilhado" em casa por dois dias.

A seguir, a chuva anunciada 
Cria lentes pequeninas, por cima do vidro das janelas, 
De onde vejo coisas só possíveis à luz do dia 
Que nem a luz da Lua consegue iluminar... 

A sequência era simples: a energia elétrica acabava e, da janela, eu conseguia enxergar a água no leito do rio, coisa que não era possível em dias normais. Isso significava inundação... 

Fico assim um tempo até o sono chegar. 
Apago as velas que me lembram os tempos de criança, 
Mas não há o cheiro do querosene do lampião nem, tampouco, do chocolate da vovó... 
Só o silêncio do momento que ficamos no centro da tempestade... 

Nada a fazer, só lembranças surgiam à mente. Já houve tempo que, mesmo sem chuva, a luz apagava, não havia feijão e nem óleo à venda e tudo virava um grande improviso. 

Hoje veio a chuva, depois de um dia fresco de sol entre nuvens, e lembrei do texto. Ainda acho a cena bonita, principalmente quando surge um arco-íris depois. A primeira foto tirei hoje e a do arco foi noutro dia. 


Só faltou escutar a JB FM... Acho que, quando o inverno voltar (o que nem tarda muito), vou tentar preparar o chocolate da vovó...  


 

  Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 10 de novembro de 2012

Castelos

“Deem uma olhada num castelo, qualquer castelo. 
Pensem nos elementos-chave que o tornam um castelo. Há mil anos que não mudam. 
Primeiro, localização: um plano alto impondo-se até onde a vista alcança. 
Segundo, proteção: muros altos e fortes o bastante para um ataque frontal. 
Terceiro, uma guarnição: homens treinados e desejosos de matar. 
Quarto: uma bandeira. 

Diga aos seus homens: "São soldados e é a sua bandeira". 
Diga-lhes: "Ninguém captura a nossa bandeira". 
Ice a sua bandeira lá no alto, onde todos possam vê-la. E então terá o seu castelo.” (Introdução do filme "A Última Fortaleza" – 2001 – Paramount) 

Marca registrada dos contos de fada, o castelo compunha, além do príncipe, princesa, rei, rainha, cavaleiros, fadas e bruxas, a cena clássica dos filmes e desenhos infantis. 
O temperamento dos personagens mudou um pouco: hoje em dia Branca de Neve já não é mais aquela menina indefesa, virou guerreira; Cinderela usa tênis e perde o celular; Chapeuzinho Vermelho cresceu, ficou gostosona bonita e sua avó revelou que, na realidade, o lobo mau era um lobisomem que a menina se transformava de vez em quando, se tirasse o manto vermelho. Os ogros também mudaram e são simpáticas criaturas (Shrek essa é pra você!); Pinóquio virou um robô com inteligência artificial (mas continuou na saga de encontrar a Fada Azul e virar menino de verdade). Tudo mudou, mas o castelo ficou. Ainda não tive oportunidade de conhecer um, tanto que a foto que coloco é de um seminário que visitei, mas lá eu senti como se estivesse num castelo de verdade. 

No mundo real, muita coisa mudou também. Cada um passou a inventar um “castelo” dentro do próprio ser, para habitar fortalezas reinventadas, onde as muralhas passaram a contar com cercas eletrificadas, câmeras de vídeo e as “carruagens” ganharam uma cobertura a prova de balas (as abóboras eram mais simpáticas). 

A coisa virou uma guerra urbana, onde todos são contra todos e a desconfiança no próximo agora é a marca registrada. Aos poucos vão sumindo a ética, o bom senso e a lógica do que é certo e do que é errado. O normal vira “normose” (procure no Google) e, ao hastear sua bandeira, o faça com ela invertida.

Melhor mudar o rumo da prosa e acreditar que, no final, os bons vencerão os maus, mesmo que tempos difíceis e sombrios apareçam no caminho. É como dizia aquela canção, do tempo que Pinóquio ainda era de madeira: ♪“When you wish upon a star... Makes no difference who you are... Anything your heart desires... Will come to you”

E vamos pra Hogwarts?  


 Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

domingo, 4 de novembro de 2012

"And the world will live as one"

“Este é o samba do crioulo doido. A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento e só fez samba sobre a história do Brasil. E tome de inconfidência, abolição, proclamação, Chica da Silva, e o coitado do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola. Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura. Aí o crioulo endoidou de vez e saiu este samba...” (O Samba do Crioulo Doido - Sérgio Porto – 1968). 

Final de ano entra em cena a turma que faz concursos para colégios e faculdades. Hora de mudança e progressão e isso é bem vindo sempre. Particularmente detesto concursos e provas, mas já passei por isso e, eventualmente, ainda tenho que prestar algum por ai. Fora um pesadelo que me acompanha há tempos, de uma prova de química que, naturalmente, não estudei e me fudi não sabia responder as questões (só pesadelo mesmo). 

Pra quem não estuda muito, um bom momento da prova seria a redação. Basta saber escrever uma ideia baseada num tema proposto lá na hora. Bem legal né? No Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é assim e hoje rolou um tema muito interessante, Sérgio Porto usaria na descrição do seu sambinha: “Movimento imigratório para o Brasil no século 21”. Isso dá samba-enredo não é mesmo? 

Para fazer a redação, como diria o Arnaldo, “a regra é clara”: tem que “demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação; elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.”(Fonte:Inep/MEC).

Epa! A coisa não é tão simples assim, mas tem a ver com imigração (???). Senão vejamos: Quando você muda de país, tem que conhecer o idioma, os hábitos da população, deve possuir uma meta clara, arrumar um passaporte e um visto, enfim, uma série de coisas, afinal tudo tem regra, até mesmo mudar de estado, considerando o Brasil como um país de dimensões continentais. 

Nisso a redação ficou simples, pois muita gente passa por isso e aí é moleza arrumar a cabeça e escrever direito. Na migração interna, alguns cuidados extras substituem o passaporte e o visto. O dialeto local é importantíssimo, para você não ser surpreendido, ao entrar num supermercado, e ninguém saber o que você quer dizer quando pergunta onde ficam as latas de salsicha e os pacotes de biscoito cream-cracker. Vale lembrar também que seu tão suado registro profissional só é válido no seu estado (da federação) de origem, que o reconhecimento da sua firma (assinatura) também não possui mais valor a menos que você pague mais caro por algo chamado de “sinal público”; e ainda tem o (con)fuso horário que pode ser diferente num mesmo país, e as provas realizadas ao mesmo tempo, não necessariamente te deixarão almoçar. Enfim... transformar tudo isso em samba é muito mais interessante. 

E se doido (vem de louco, maluco) é o jeito de escrever, vou abusar de toda sandice por aqui, já que o blog é meu. Alguns erros de português certamente vão acontecer só que vou evitar algumas coisinhas que leio por ai, como ANCIOSO, não colocar o “H” em “a muito tempo atrás”, trocar “mais” por “mas”, errar a concordância verbal na frase “assinarão o meu baixo assinado” (assassinaram a frase do “abaixo-assinado”); ou então achar “desepicionante certas pesoas”, quando, então, a “conversa se DESENRROLOU” e outras “pesoas ficarão amesando” e, no final, o bandido levou um tiro na “aquicila”. Foda! 

Não! Definitivamente fazer uma redação não é uma tarefa fácil. Tem que haver base, leitura e educação. Educação também falta para que as pessoas se organizem e tenham conhecimento do próprio ser. Dessa forma ninguém pariria, sem saber que estava grávida, na hora da prova; ou chegaria atrasado no concurso mais importante do ano, porque alguém ficou vendo TV. 

Pois é! Pérolas do ENEM. Ainda tem muita coisa nos jornais, é só acompanhar. Para ilustrar, deixo a brilhante e “roubada” tirinha do “Porco Espírito”(clique para ampliar).
 

Boa Noite! Eu sou o Narrador.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Doces ou Travessuras?

Lá fora o dia começou com sol e calor, mas logo foi substituído por nuvens negras, ventania e chuvarada. Apesar da lua cheia, as nuvens devem atrapalhar a transformação de Chapeuzinho Vermelho em Lobo Mau (ah! Você não sabia disso? Se liga!) e o que deve rolar é o bailar de “corujas e pirilampos entre os sacis e as fadas.” 

Quase deixei este texto para outro dia. Muito trabalho, uma ponta de dor de cabeça, um programa legal na TV... Só que essa coisa de deixar pra depois ou pra última hora tem um nome: PROCRASTINAÇÃO! Nome bem feio né? Descobri isso vendo uma tirinha engraçada que estou até agora tentando descobrir quem fez, até porque pega bem citar a fonte. Ela anda pelas redes sociais e não anda sozinha, pois existem outras na mesma linha (se alguém souber a origem, deixe mais adiante nos comentários). 

Só que hoje é Dia das Bruxas. No bom “brasileiro”, no máximo é o Dia do Saci e da Cuca, porque Salem fica em Massachusetts e agora se chama Danvers. Dessa forma, deixo uma historinha, com personagens que já apareceram pelo blog. 

Sabendo que elas apareceram para o Narrador no ano passado, logo que acordou preparou doces e balas para ver se poderia agradar alguma coisa “haloweenesca” que aparecesse na sua porta. Uns dentes de alho também foram separados, por via das dúvidas, o que causou um certo fedor na ponta dos dedos. Foi tomar banho, mas tomou alguns cuidados, lembrando, também, daquela semana fatídica de junho. 

- Toc toc toc! - o coração quase veio na boca! 

Ela pulou do sofá, pegou o cestinho de doces, abriu a porta e já foi jogando tudo, como se ela fosse o cozinheiro da propaganda e os agrados fossem palmito. 

- Ei! Não sou a Clarice Falcão não, viu! “Cê tá loka”? 

Era a amiga, toda sorridente e agora toda lambuzada de confeitos. Uma bela moça, vistosa, cabelos pretos e muito simpática. Entrou e sentou. Conversaram e ela contou que ele a aceitara na rede social e respondia seus comentários. 

- E você desistiu dele, não é mesmo?
- Claro! Fique a vontade! “To notra”! 

A amiga foi embora e ela pensou: “To notra é o caralho coisa nenhuma! Como essa filha da puta ela tem coragem de aparecer por aqui pra me contar isso? Melhor receber bruxas!” 

Foi correndo para o computador, abriu a rede social e enviou uma solicitação de amizade, mas já era tarde. Ela deixou passar muito tempo. Seu relacionamento atual, fadado ao desastre, ainda existia e ela sempre deixava o término para outra hora (ficava sem coragem de terminar). 



  Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Brincadeiras da minha infância

Com uma semana de atraso, a chuva hoje chegou pra valer. Já tinha dado o ar da graça, num outro dia, com uma noite de tempestade, daquelas dignas de Adrielle, onde raios e trovões fizeram a festa (mas por aqui não houve apagão). 

Nos tempos de infância, dias de chuva, principalmente nas férias, atrapalhavam totalmente as brincadeiras do dia a dia. Nada de bicicleta (hoje em dia também não), bola de gude, brincar de pique, pião e coisas do gênero. Só que isso valia mais para a turma interiorana e não para aqueles criados nos apartamentos de cidade grande, onde, naquele tempo, não havia play ground coberto ou condomínios fechados. A turma do apartamento tinha que se virar com outras atividades. A televisão estava começando, mas já havia uma boa programação infantil (que incluía o eterno “Pica-Pau”, sucesso até hoje); muitos jogos da “Estrela”, dominó e eu gostava bastante do Jogo da Memória. 

Recordar é viver, mas estou falando tudo isso por conta de um comentário daquela mesma amiga que, no ano passado, foi falar contar uma estória para a turma de menos de três anos de seu filho. Dessa vez, a mesma turma tem menos de quatro anos e ela assim escreveu:

“Hoje tenho que ir a escola do meu filho falar para a geração "Discovery Kids " e brinquedos "Fisher Price" sobre as brincadeiras da minha infância !!!!!” 

Os amigos começaram a mandar sugestões: bolinha de gude, pião, bambolê, batatinha frita 123, lencinho na mão, gato mia e elástico (os dois últimos tive que procurar no Google, quando descobri que “gato mia” e “cabra cega” eram a mesma coisa”). 

Nessa situação eu estaria liquidado. Gostava mesmo era de ler gibi, colecionar selos, escrever cartas para amigos distantes (N.N. Cartas escritas e enviadas pelo correio eram os e-mails de antigamente), mas joguei muito botão e algumas das brincadeiras descritas rolavam no colégio. Jogar futebol só depois de bem mais velho, onde eu era o dono da bola e pronto: tinha vaga pra jogar. 

Por conta disso, dias de chuva nunca foram problemas pra mim: já ficava dentro de casa mesmo e inventava o que fazer. Hoje em dia sigo inventando e a última foi tentar tirar fotos da tempestade. 

Fotos da lua e do pôr do sol são moleza (se bem que tem que ter alguma sorte e tals), mas tempestade tem que ser bom e tem que ter muita paciência. Paciência faltou, sorte não veio junto e acredito que também faltou máquina adequada para o evento. O que não aconteceu com o (K)Clown, que aproveitou bem o momento e mandou muito bem. O máximo que eu consegui foi um clarão (já foi alguma coisa). 

O que importa mesmo é a distração. Lembrando das coisas de criança, escrevendo um texto, fotografando a natureza, seja lá o que for para escapar do tédio. 

Alguém aí quer jogar War?



 
Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N. (nota do Narrador) A foto dos raios foi gentilmente cedida pelo amigo e jornalista Klaus Pettinger. Visite seu blog "Klaustrofobias", onde você também encontra as informações sobre formas de contato, preferências musicais, etc.

domingo, 21 de outubro de 2012

Spin-off

Contrariando as previsões, a chuva não veio até agora e isso foi muito bom, porque acostumar ao horário de verão dentro de casa não é uma coisa muito razoável. 

Lá fora uma lua, em crescente, aparece tímida por trás das nuvens e um vento frio, mas agradável, dá o clima de final de domingo. 

Por conta disso, resolvi escrever um pouco para distrair, já que os filmes do "PPV" já rodaram e as cucas já acabaram também. 

Lembrei, então, que fiquei de falar da Série Riley Bloom, um spin-off da série Imortal de Alyson Noel (digamos que foi uma história para outro dia que, finalmente, chegou).

Antes, o que é um spin-off (afinal, blog também é cultura)? 

Descobri hoje que, resumidamente, é uma parte de um empreendimento que ganha corpo e vai fazer carreira solo. O “Coisas do Narrador” poderia ser um exemplo, já que veio do “Contos de Fada?” (será que a Sofia vai fazer carreira solo também?).

Legal isso né? Dessa forma, Riley ganhou forma, mesmo sendo um fantasma. 

- Ah! Mas é terror? Prefiro as comédias! - diria o (K)Clown. 

A série conta a história de uma menina de doze anos que morreu, mas mostrando um “outro lado” de uma forma bem interessante. Longe de ser uma série com tema espírita ou de autoajuda, é um romance de ficção muito bom de ler e recomendo. 

Falando em recomendações, outro dia recomendei o livro “Infâmia” de Ana Maria Machado e ele levou “bomba” no prêmio Jabuti. Será que meu gosto literário é tão ruim assim? 

               
                                         Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Que a Cuca vem pegar

"A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está num dragão, a coca das lendas portuguesas, tradição que foi levada para o Brasil na época da colonização. (Fonte: Wikipedia)"

"Streuselkuchen (lit. "bolo de flocos", em alemão: Kuchen = "bolo", Streusel = "granulado", "flocos") ou cuca de farofa, como é conhecida em alguns lugares da região sul do Brasil, é um bolo típico da cozinha alemã. (Fonte: Wikipedia)"

Enquanto todos aguardam o apagão, após a novela, e o início do horário de verão, apostei na chuva prometida para o final de semana e passei na confeitaria para providenciar guloseimas para os lanches do período da tarde. Alguns filmes no pay-per-view, do programa de recompensas (claro), já estão na programação assim como um bom e merecido descanso, depois de um mês cheio de funções domésticas do período de mudanças. 

Ver televisão (ou “assistir”, como preferem por aqui) sempre foi uma opção para o garoto criado em apartamento, onde jogar bola na rua ou andar de bicicleta eram coisas exclusivas do período de férias na casa da avó no interior. 

Além das séries enlatadas americanas, o Sítio do Pica Pau Amarelo era quase ritualístico. Acho que li todos os livros (até os atualmente censurados) e vi as aventuras de Pedrinho, Narizinho, Dona Benta, Tia Nastácia, Emília e Visconde desde o tempo que passava em preto e branco. 

Uma das coisas que eu admirava eram os lanches que Tia Nastácia fazia. Aquele lance do bolinho de chuva era o máximo e passou a ser motivo de festa, lá na montanha, quando a gente pedia para a "tia" lá do AMBE fazer, no final de um dia de trabalho. 

Na montanha, também, haviam confeitarias, onde, aos domingos, eu ia atrás das guloseimas. Por aqui fiquei um tempo sem tal agrado, mas agora comecei outra vez ('bora andar muito de bicicleta porque isso, sem exercício, não vai dar em boa coisa). Já conhecia a “Cuca” ou, em alemão, “Streuselkuchen”, pois é figurinha muito fácil por aqui. Naturalmente teve sua receita original devidamente “abrasileirada”, com alguns recheios locais. A original tem uma “farofa” por cima e antes que os puristas reclamem que a foto não revela uma “Streuselkuchen ” verdadeira e que eu comprei “saci” no lugar de “cuca”, tenho outra que ainda está na embalagem, de banana, mas preferi começar por essa, de coco, e aí fotografar. 

Quer um pedaço?


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 14 de outubro de 2012

Semana do Saco Cheio

Um blog (português brasileiro) ou blogue (português europeu)(contração do termo inglês Web log, diário da Web) é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. (Fonte: Wikipedia

Há alguns anos descobri que os feriados “emendados” de doze e quinze de outubro eram aproveitados por alguns colégios para conselho de classe, passeios ou somente para nada a fazer. Uma época onde os alunos já não aguentam mais as aulas (estão de “saco cheio”) e não veem a hora de chegar as férias. Último bimestre, quem vai passar já tem ideia disso e quem vai para recuperação também já tem essa noção. Acho que no meu tempo não tinha disso, enfim...

Desde o tempo da escrita, onde as atuais redes sociais possuíam similar pré-histórico, as pessoas gostam de registrar o que acontece. Alguns divulgam, outros guardam em diários pessoais e secretos e existem vários desses espalhados por ai. Aquele secretos eram destinados aos tímidos que o tornavam um interlocutor, o chamado “Querido Diário”. Quando descobertos e lidos por terceiros, as consequências eram imprevisíveis. 

Bons companheiros, eram criados em cadernos, agendas e livros próprios para tal, alguns até com cadeado (por via das dúvidas). Vários ficaram famosos como o épico Diário de Anne Frank. Um hábito, portanto, milenar e muito interessante. 

Com a Internet, a bronca ficou livre e os blogs escritos ou falados, assim como este, também ganharam seu espaço. Os temas são variados, mas boa parte são de pessoas também de “saco cheio” de alguma situação do dia a dia. 

Neste momento o leitor pode começar a pensar que este humilde narrador está de “saco cheio” de alguma coisa e vai sair detonando a situação. Muito pelo contrário, já passei dessa fase, apesar de ter ficado de “saco cheio” de um fórum da internet que andei fuçando e até participando (hoje já não participo mais). 

Vamos então contar uma historinha, tentando juntar tudo num “saco” só:

Ela era uma aluna exemplar: boas notas, quietinha, tímida, daquelas irritadinhas e vítima de bullying, por ser adolescente e ter corpo de criança ("pirralha" e “cdf” eram os apelidos mais comuns). Tinha um diário desses que falei, escondido, já que eram poucos seus interlocutores da mesma idade (meninos nem pensar e meninas já tinha crescido mais do que ela). Acidentalmente, numa excursão de colégio, nessa semana do "feriadão", ela perdeu o seu companheiro que foi encontrado por alguém que achou tudo muito interessante e, no afã de localizar a dona, publicou alguns trechos na mídia. Eram coisas interessantes, nada vulgares, reclamações do dia a dia escolar, que logo criaram interesses dos mais diversos. Baseados nas reclamações, várias coisas foram corrigidas e isso foi bom; por outro lado, alguns egos foram atingidos e o que era um simples caderno de menina virou praça de guerra e aí perdeu a graça toda. 
Que saco, não é mesmo?  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.