domingo, 31 de agosto de 2014

Sonhos Coloridos

Depois de uma viagem longa, tirei o final de semana para organizar algumas coisas, descansar e terminar de ler um livro que me acompanhou no último mês (“Fingindo ter 19 anos” - Editora Novo Século - 2011). Foi o terceiro, comprado pela Internet, e que chegou no momento pós enchente (já contei isso); o segundo (“Em busca de Zoe” - Editora Novo Século - 2012), também da Alyson Noel, eu não comentei, para falar dos dois ao mesmo tempo. 

Definitivamente, a autora gosta de contar histórias de meninas e ela o faz de uma forma muito interessante. Mesmo na saga “Imortal” que levou ao spin-off “Riley Bloom” (essa última fez um sucesso danado com os amigos que compartilhei a série), onde a coisa era uma mistura de mágica com coisas além da imaginação, a narrativa se passa como num diário que, por sinal, ficou bem representado na narrativa da vida de Zoe, mas podemos dizer que os livros se complementam.

Leitura obrigatória para quem ainda lembra (ou vive, sabe-se lá) das merdas cagadas bobagens do tempo de adolescente, onde tudo era sonho colorido e onde o futuro era coisa de velho (será que isso está diferente hoje em dia?). Fica a dica, mas não vou fazer a resenha, só lendo mesmo para conferir.  


Bom Dia! Eu sou o Narrador.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Perto demais das capitais

Já há alguns anos que eu faço um "roteiro de abraços" que inclui Petrópolis, Rio de Janeiro e São Paulo, começando a saga após o trabalho, dormindo em Curitiba, perto do aeroporto. Longe de querer virar algo do tipo “Guia do Mochileiro das Galáxias”, resolvi contar um pouco dessa história que, este ano, incluiu um curso em Florianópolis, adiando a volta ao ponto de origem.

Programei tudo com dois meses de antecedência, pois é o momento de conseguir as promoções da companhia aérea (sempre uso a mesma por conta do acúmulo de milhas, se bem que, agora, tarifa promocional não acumula milha, mas ainda é bem mais em conta). Na sequência, reservei os hotéis e locação de automóvel, esta também via empresa aérea. Ai vale um reparo: existe uma promoção que associa a passagem à locação com um bom desconto, mas ainda assim sai mais caro que a concorrência, pois o valor que você recebe não inclui o seguro do carro que custa quase metade da diária promocional, mas valeu a pena porque pude devolver numa loja perto de onde eu ia, poupando a grana do táxi (tem um fazer muitas contas para ver o que é mais vantajoso). Em todos os serviços utilizados eu possuo cartão de fidelidade, para descontos futuros (eles existem!) e o pagamento também pode ser convertidos em milhas aéreas posteriormente (use seu cartão de crédito), compensando a tarifa promocional que eu já expliquei. 

Por conta da fidelidade, ganhei cortesias nos três hotéis das capitais, mas em São Paulo tive que pedir porque a recepcionista “esqueceu” e os atendentes não possuíam bom treinamento para saber o que era servido (água, cerveja em lata, refrigerante ou suco – escolha um deles), apesar de constar no voucher (tive que usar a máxima do “vale o que está escrito”). Como sempre deixo meu carro em Curitiba, no mesmo estacionamento, também ganhei uma lavagem grátis (somando o valor das cortesias, paguei uma diária em um dos hotéis). 

Antes de viajar comprei um guarda-chuva. Este equipamento de sobrevivência possui a característica de “espantar a chuva”, adiando sua estreia, e também é o brinquedo preferido do “duende do guarda-chuva”, pois todo mundo perde (porque o duende pega para brincar e não devolve) e ninguém encontra nenhum guarda-chuva (dos outros) perdido por ai. Ainda não perdi, mas também não choveu e ainda rolou um veranico (isso foi muito bom!). 

Vou poupar o leitor dos “detalhes mórbidos” do agradável passeio, incluindo os 180 km iniciais de carro (ainda tem os quase 500 km da volta: por conta do curso fui parar na capital catarinense) e a frustração de ver os aeroportos ainda com tapumes (lembra das obras da copa?), para passar à beleza de Petrópolis, ao agradabilíssimo encontro com a Patrícia, à distribuição de abraços aos amigos de lá (prédio antigo e Parque de Exposições de Itaipava), à deliciosa água de coco da mãe da Angelina (dona Elenir), ao jantar com o velho pai (já no Rio de Janeiro), comemorando seu aniversário de 89 anos, acompanhados da minha sobrinha preferida (bom... eu só tenho uma sobrinha... a outra é sobrinha neta... enfim... também tenho só um sobrinho... o outro é sobrinho neto... melhor deixar isso pra lá!), depois encontrar a Fê e o Brunno em Sampa e conhecer a evolução da Estela, agora com um ano. 

Em 1968, a música “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, ganhou o Festival da Canção, apesar de “Caminhando” ("Pra não dizer que não falei das flores") do Geraldo Vandré possuir mais apelo popular, por conta da ditadura militar. Preferências à parte, os versos “vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar” me acompanham sempre. Nessa semana, Cybele, uma das intérpretes da música, foi cantar noutro lugar, lá no programa da Hebe Camargo, provavelmente. O último show que vi do Quarteto em Cy foi o “Bate Boca”, em conjunto com o MPB4 e, lógico, eles cantaram a música que reproduzo por aqui. 

“Saudade é um elogio ao passado”


   


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Teoria da Conspiração

"Teoria da conspiração (também chamada de conspiracionismo) é qualquer teoria que explica um evento histórico ou atual como sendo resultado de um plano secreto levado a efeito geralmente por conspiradores maquiavélicos e poderosos, tais como uma "sociedade secreta" ou "governo sombra". Também é título de um filme de ação americano de 1997, dirigido por Richard Donner e estrelado por Julia Roberts e Mel Gibson." (Fonte: Wikipedia) 

Essas teorias costumam surgir em época de campeonatos mundiais de futebol, quedas inexplicáveis de aviões, dentre outras situações, incluindo astronautas na Lua e extraterrestres escondidos em alguma área perdida por aí. 

- Por que você está aí fora nesse frio? 

Olhando para o céu, Ana assim encontrou o Mago. Ainda não era lua cheia, uma fina neblina cobria a montanha e o frio intenso, como de outras vezes, deixava um certo desconforto no ar. Apesar de agasalhados, uma esfera de calor foi providenciada pela menina, para funcionar como uma fogueirinha, que sentou a seu lado para conversar, uma das coisas que ela mais gostava de fazer. 

Ele sorriu. Estava tranquilo e sereno. Ana, sem entender muito bem sua expressão algo enigmática, sorriu também, na esperança que ele falasse alguma coisa, o que somente aconteceu alguns minutos depois. 

- Vim observar as estrelas. – ele respondeu. 

Mais intrigada ainda, olhou para o céu nublado, na esperança de encontrar alguma coisa para ser vista, mas somente nuvens enfeitavam o céu, resolvendo esperar para ver o que ia acontecer. 

Com um gesto na direção das nuvens, ele desenhou e recortou um carneirinho, que saiu correndo, dando espaço, finalmente, para que as estrelas brilhassem, a lua crescente surgisse e ambos pudessem observar o infinito. 

- Imagine, Beatriz, se tivéssemos capacidade de saber como enviar mensagens telepáticas através do vasto desconhecido? 

Começando a achar que ele andara abusando do chocolate, ela puxou pra trás seus cabelos e prendeu com um elástico, para poder prestar mais atenção às suas expressões e outras frases que ainda viriam com certeza. 

- Tente, Beatriz. Feche seus olhos e concentre-se com cada pensamento que você tiver. 

Ela fechou os olhos e ele pegou na sua mão. 

- Imagine que alguém responda a seus pensamentos; alguém que observa tudo o que tem acontecido e que também fica indignado. 

Uma luz muito forte brilhou e veio na sua direção. Mesmo de olhos fechados, o efeito foi muito intenso, com cores e luzes estroboscópicas, além de sons que pareciam vozes anasaladas. 

“- We've been observing your earth and one night we'll make a contact with you...” 

Pouco acreditando no que acontecera, sua cabeça girava e seu coração batia rápido e forte, como se estivesse numa montanha russa, logo naquele momento de descida. 

- Hein? Que foi? 
- Acorde, Ana. Você dormiu antes do jantar. 
- Dormi? Foi sonho? Ah! Não é possível! 

E num lugar mais distante, muito acima das nuvens, outro diálogo aconteceu: 

- Por que resolveu dessa forma? - ele perguntou. 
- Ainda é cedo para que ela saiba a verdade... melhor deixar como um sonho mesmo... 



Boa Noite! Eu sou o Narrador.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O Homem Bicentenário

Desde a época do desenho animado “Os Jetsons” e da série “Perdidos no Espaço” que robôs fazem sucesso no imaginário do cinema. Quase todo filme de ficção científica apresenta um desses seres cibernéticos que, praticamente, possuem vida própria. O maior diferencial deles é a capacidade de seguir diretivas previamente instaladas nos seus cérebros positrônicos, as chamadas “Leis da Robótica”, criadas por Isaac Azimov: 

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. 
2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis. 

Bom... na realidade, Azimov é um escritor e robôs, como nos filmes, não existem, mas, se existissem, eles seriam insensíveis máquinas imortais? No filme “O Homem Bicentenário” (Bicentennial Man – 1999), Andrew Martin, o robô do filme, interpretado por Robin Williams, mostrou que a coisa não era bem assim. Além de mostrar uma sensibilidade além da esperada, optou pela morte para mostrar, enfim, a sua humanidade. 

Por sua vez, depois de ensinar que "aproveitar o momento" (“Carpe Diem”, em tradução livre) era a melhor solução, Robin Williams chegou ao ponto da imortalidade, pois conseguiu, em cada personagem que interpretou, deixar uma marca inesquecível nos corações de seus eternos fãs. De lembrança, deixo uma das músicas do filme, que foi o que eu mais gostei e que não canso de assistir. 

 “As the great Andrew Martin once said "One is glad to be of service."  (Galatea)
RIP Andrew (Robin Williams) Martin

   


 Boa Noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 3 de agosto de 2014

Bicicleta

Algumas vezes, a Primavera dá uma amostra grátis do que virá por aí. Nesse dia não foi diferente e, mesmo em agosto, o domingo amanheceu sem nuvens e o sol brilhou dourado através da janela. Em dias assim, os personagens de contos de fada costumam aparecer... 

Com a cara inchada, Ana acordou tarde e aborrecida, já encontrando os demais sentados à mesa. O cheiro forte de café e do pão de queijo, recém saído do forno, era francamente irresistível. 

- Bom dia! - saudou os demais sem muita animação 
- Minha pequena Beatriz... vamos sair de bicicleta? 

Frente a possibilidade, os olhinhos castanhos brilharam e o desânimo desapareceu quase instantaneamente. Sentia saudades de sua irmã menor, que preferiu viajar depois do exagero das últimas chuvas (ela se sente culpada pelo ocorrido, mesmo que a intenção fosse boa). 

- Posso ir também? – perguntou o Guri. 
- Sim. Chame sua amiga. Ela pode tomar café conosco também.
- Já chamei. Ela agradeceu e não quis vir. 

Ainda nem estava muito quente, mas os dezoito graus da manhã já eram suficientes para um passeio confortável. De qualquer forma, algum agasalho foi necessário e eles subiram ladeiras, pedalaram na terra, viram os passarinhos e sentiram a brisa. 

- Ah! Isso pode ficar melhor! 

Entreolharam-se as crianças e, no melhor estilo “ET Go Home”, as bicicletas começaram a voar, para a alegria dos pequenos. O Dragão, vendo a movimentação, chegou perto para acompanhá-los. Voaram pela cidade, pelos campos e viram tudo muito pequenininho. Abriram os braços, para sentir melhor o vento, o calor do sol e a paixão da manhã. Ana finalmente sorriu e o Guri também. Pousaram as bicicletas em silêncio e seguiram de mãos dadas, como deveria ter acontecido. 

Qual não foi a surpresa quando entraram na casa e encontraram Adrielle, recém chegada, com um pão de queijo enorme e lambuzado de geleia de amora na mão. Felicidade completa para o dia de sol, ainda havia um convidado muito especial, com uma voz esquisita, um dedo com uma luzinha na ponta e que pediu para telefonar. Será que alguém viu isso pelo espelho?  


 Bom Dia! Eu sou o Narrador.