segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Feitiço do Ano Bissexto

”Poderia ser (500) DIAS COM ELA, de alguma amizade “condenada”, forçada, equivocada, mas também de algo que cresce aos poucos, um romance, talvez algo mais sério, basicamente um primeiro amor.” (Eu, Você e a Garota que Vai Morrer) 

Explicar a relação do trecho acima com o texto de hoje seria tão ou mais complexo que ele próprio, por isso vou deixar por isso mesmo. Como hoje é Dia das Bruxas, vamos ao que interessa: mais uma história não contada no “Contos de Fada?”. 

Ana deixara tudo muito bem explicadinho: o sujeito não gostava de anos bissextos, mas era um cara legal; aproveitariam exatamente a hora perdida do início do horário de verão para colocá-lo no desvio temporal alternativo. 

- Olá! 
- Olá! Como vai? 

Ele não perceberia o fato de andar por um universo alternativo, onde as coisas correriam de forma um pouco diferente e aí ele não ficaria tão mau humorado e com vontade de “picar a mula” para outros cantos. 

- Vou bem. Bela noite para reflexões, não acha? 

Melinda usaria o que aprendera com as “ymbrines”, criaria a fenda e, junto com o Guri, voltariam à velha casa e a usariam como portal. 

- E você veio de onde? Aliás... que onde é esse que nós estamos? 
- Não tenho muita certeza. Estou com fome. Quer brócolis? 

(Ouve-se um trovão vindo de um raio que escapou da bolsinha que Adrielle deixara para alguma emergência.) 

Ops... 

O que ninguém esperava é que o tal do raio criasse um outro caminho, onde aquela menina com uma bela expressão de boca, olhos castanhos brilhantes e tudo formando um conjunto de rosto bem adequado e com suavidade bastante para ser agradável de olhar, aparecesse na porta da velha casa, que agora estava fechada com o sujeito dentro. 

- Prefiro um chocolate, obrigado. Em outra ocasião aceitarei o brócolis. 

Ela parecia saída de um livro do David Nicholls , ou quem sabe de outro de Jojo Moyes, ou talvez vinda do mundo mágico do Harry Potter (será a melhor definição já que o texto é sobre magia, portais e “ymbrines”). Na conclusão, olhou em volta, viu a porta, sutilmente “meteu o pé” e a derrubou – delicadamente - como se fora um yeti. Entrou, deu um susto no sujeito e logo puxou assunto, digamos, para "quebrar o gelo".

- Chá de pêssego, talvez. 
- Ficarei somente com um café e obrigado mais uma vez. 

Ao descobrir a confusão, Melinda e o Guri utilizaram alguns métodos alternativos do tipo noites infinitas, momentos súbitos de sono e artifícios muito confusos para serem explicados. A ideia era causar uma distração, para que eles esquecessem aquele instante inusitado e seguissem suas vidas normalmente. 

- Não sei fazer café... ):

Muitas tentativas depois alguma coisa funcionou, eles esqueceram da casa, mas não esqueceram do encontro, tamanha a intensidade dessa pérola do destino.

- Aceito um copo de água. Que almoçar comigo amanhã? 

Depois da chuva o frio continuou, mas o sol finalmente brilhou (era a última parte das instruções de Ana), formando um belo arco-íris. 

- E o que aconteceu depois, Beatriz? 
A pequenina riu... 
- Como se você não soubesse...  




Boa Noite! Eu sou o Narrador.
  

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Dying Young

”Dying Young” foi um filme de drama romântico dos Estados Unidos de 1991, realizado por Joel Schumacher e que teve como protagonista a Julia Roberts e, indiretamente, o Kenny G, por conta da música tema do filme que fez muito sucesso na época. Falo isso porque a impressão que eu tive quando comecei a leitura do romance inglês “Como eu era antes de você” de Jojo Moyes (Editora Intrínseca – 2016 – Tradução de Beatriz Horta) é que eu daria de cara com alguma atualização do tema anterior (com a desvantagem de não ter a Julia Roberts na versão cinematográfica) e com direito a continuações intermináveis nas livrarias, como tem sido hábito de alguns autores atualmente. 

Ao contrário dessa tendência, Neil Gaiman escreve seus livros e cria seus mágicos mundos paralelos transformando a ingrata realidade em literatura de qualidade indiscutível, na referência aos universos reais que nos cercam, como foi em “Lugar Nenhum” que já citei aqui no blog. Um desses universos reais e pouco (ou nada) conhecidos é o “home care”, onde aqueles que necessitam de algum cuidado especializado, mas não necessitam permanecer hospitalizados, recebem o que precisam através de empresas ou somente cuidadores treinados. 

Trabalhei um bom tempo em “home care” e gostei do cuidado que Jojo Moyes teve ao relatar as diversas situações - completamente atípicas - que surgem no dia a dia dos pacientes e de suas famílias, além da dificuldade encontrada pelos cuidadores nos diversos níveis de capacitação (posso dizer que é exatamente o que é descrito no livro). Paralelamente foram criados alguns outros dramas adicionais, alguns em exagero, mas que não comprometeram muito o livro (só ajudaram a “esticar” a história). A tradução peca um pouco e a revisão também deixou alguns “furos”; em alguns capítulos a narrativa muda de mão (da protagonista – Louisa – para outros secundários), mas não muda de tom, confundindo um pouco o leitor (no caso, eu) e tornando a coisa desagradável. 

No geral o livro é bom e dá pra ler sem susto, mesmo sendo literatura de forte apelo comercial. O filme eu não vi, mas dá a impressão que algumas cenas do livro foram cortadas para aparecer na telona, já que o roteiro foi da própria Jojo Moyes. 

Kenneth Bruce Gorelick (Seattle, 5 de junho de 1956), mais conhecido pelo nome artístico de Kenny G, é um saxofonista estadunidense de muito sucesso. Ganhei um CD, há muitos anos, que guardo com muito carinho e aproveito para deixar um de seus grandes sucessos para que meus leitores relembrem ou passem a conhecer o seu trabalho.

   


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 1 de outubro de 2016

Passaredo

- Já falei que dragão não é um pássaro! 
- E quati também não fala e nem por isso eu deixo de conversar com você! 
- Falei que você deveria ter visto “Pets”... pelo menos não teria discussão! 
- Chega! Vou voltar ao texto! Enquanto isso, Quati e Tob: vão lá na tia Zilda conversar um pouco sobre a saracura e o jacú que apareceram lá no quintal da casa dela e me deixem em paz um pouco! Ah! Esses pelúcias me deixam doido às vezes! 

Leitores! Cordial boa noite! O imaginário é repleto de surpresas e nunca saberemos direito o que vamos encontrar. Nos últimos dias resolvi fazer o circuito de cinema e, coincidentemente, nos três filmes escolhidos alguns (ou quase todos) protagonistas voavam. Pássaros são seres interessantes tanto que, no passado, ficavam presos nas gaiolas (só no passado?) e alguns, como os periquitos, eram criados em cativeiro. 

A grande atração do final de semana seria (e foi) “O Lar das Criança Peculiares”, baseado no livro (trilogia) “Miss Peregrine's Home for Peculiar Children”, romance de estreia do autor americano Ransom Riggs e levado às telonas pelo Tim Burton. Miss Peregrine é uma “ymbrine” que possui a peculiaridade de se transformar em pássaro e criar uma fenda no tempo, onde essas crianças permanecem escondidas no melhor estilo X-Man. Para quem leu o livro o filme deve ser péssimo, mas eu achei o máximo e vou ficar com a versão cinematográfica mesmo. Quem tiver a chance de associar livro e filme não deixe de fazê-lo. Apesar do apelo infantojuvenil, levar crianças com menos de dez anos de idade pode ser um desastre (é um filme bastante complicado de entender – algo para os fortes). “We keep at safe, we created a time loop, the loop produces the last twenty four hours, restarts the loop and can stay here forever!” 

No mundo da imaginação, o filme “Cegonhas” traz de volta a velha história onde essas aves eram responsáveis pelo “nascimento” das crianças, e era a explicação padrão para o surgimento do “irmãozinho(a)”. Com a novela das oito (que passa depois das nove), essa lenda já acabou faz um bom tempo. O desenho é divertido para os adultos que levam as crianças, pois elas mesmo não entendem nada. A velocidade dos diálogos e as histórias paralelas que surgem tornam a coisa impossível para o entendimento infantil. Ah! Um alerta final: se você não admite, nem na imaginação, que uma criança trazida por uma cegonha tome leite de mamadeira e receba um banho de talco para ficar cheirosa, melhor desconsiderar, definitivamente, a ideia dessa animação ser um bom programa infantil.

Finalmente chegamos ao “Meu Amigo, o Dragão”, remake do original de 1977 (era um musical) que eu não lembro como era, se é que eu vi. Ah! Esse é um filme infantil: narrativa em voz de fada, crianças espertas, adultos babacas e o simpático dragão, lógico! De bônus os adultos levam a participação especial do Robert Redford e é só isso mesmo.

Como cereja do bolo, ou a pena que faltava, para os momentos alados, ganhei uma simpática coruja de uma amiga que esteve em Ouro Preto. Feita em pedra sabão, ganhará posição de destaque no armário mágico, para que possamos levar altos papos, do melhor estilo “cabeça”, mesmo que haja algum ciúme por parte dos pelúcias.

♪”Bico calado... Muito cuidado... Que o homem vem aí”♫

   


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

N.N: Novamente Nick Fury apareceu: seria ele um X-Man ou um peculiar?