quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Doces ou Travessuras?

Lá fora o dia começou com sol e calor, mas logo foi substituído por nuvens negras, ventania e chuvarada. Apesar da lua cheia, as nuvens devem atrapalhar a transformação de Chapeuzinho Vermelho em Lobo Mau (ah! Você não sabia disso? Se liga!) e o que deve rolar é o bailar de “corujas e pirilampos entre os sacis e as fadas.” 

Quase deixei este texto para outro dia. Muito trabalho, uma ponta de dor de cabeça, um programa legal na TV... Só que essa coisa de deixar pra depois ou pra última hora tem um nome: PROCRASTINAÇÃO! Nome bem feio né? Descobri isso vendo uma tirinha engraçada que estou até agora tentando descobrir quem fez, até porque pega bem citar a fonte. Ela anda pelas redes sociais e não anda sozinha, pois existem outras na mesma linha (se alguém souber a origem, deixe mais adiante nos comentários). 

Só que hoje é Dia das Bruxas. No bom “brasileiro”, no máximo é o Dia do Saci e da Cuca, porque Salem fica em Massachusetts e agora se chama Danvers. Dessa forma, deixo uma historinha, com personagens que já apareceram pelo blog. 

Sabendo que elas apareceram para o Narrador no ano passado, logo que acordou preparou doces e balas para ver se poderia agradar alguma coisa “haloweenesca” que aparecesse na sua porta. Uns dentes de alho também foram separados, por via das dúvidas, o que causou um certo fedor na ponta dos dedos. Foi tomar banho, mas tomou alguns cuidados, lembrando, também, daquela semana fatídica de junho. 

- Toc toc toc! - o coração quase veio na boca! 

Ela pulou do sofá, pegou o cestinho de doces, abriu a porta e já foi jogando tudo, como se ela fosse o cozinheiro da propaganda e os agrados fossem palmito. 

- Ei! Não sou a Clarice Falcão não, viu! “Cê tá loka”? 

Era a amiga, toda sorridente e agora toda lambuzada de confeitos. Uma bela moça, vistosa, cabelos pretos e muito simpática. Entrou e sentou. Conversaram e ela contou que ele a aceitara na rede social e respondia seus comentários. 

- E você desistiu dele, não é mesmo?
- Claro! Fique a vontade! “To notra”! 

A amiga foi embora e ela pensou: “To notra é o caralho coisa nenhuma! Como essa filha da puta ela tem coragem de aparecer por aqui pra me contar isso? Melhor receber bruxas!” 

Foi correndo para o computador, abriu a rede social e enviou uma solicitação de amizade, mas já era tarde. Ela deixou passar muito tempo. Seu relacionamento atual, fadado ao desastre, ainda existia e ela sempre deixava o término para outra hora (ficava sem coragem de terminar). 



  Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Brincadeiras da minha infância

Com uma semana de atraso, a chuva hoje chegou pra valer. Já tinha dado o ar da graça, num outro dia, com uma noite de tempestade, daquelas dignas de Adrielle, onde raios e trovões fizeram a festa (mas por aqui não houve apagão). 

Nos tempos de infância, dias de chuva, principalmente nas férias, atrapalhavam totalmente as brincadeiras do dia a dia. Nada de bicicleta (hoje em dia também não), bola de gude, brincar de pique, pião e coisas do gênero. Só que isso valia mais para a turma interiorana e não para aqueles criados nos apartamentos de cidade grande, onde, naquele tempo, não havia play ground coberto ou condomínios fechados. A turma do apartamento tinha que se virar com outras atividades. A televisão estava começando, mas já havia uma boa programação infantil (que incluía o eterno “Pica-Pau”, sucesso até hoje); muitos jogos da “Estrela”, dominó e eu gostava bastante do Jogo da Memória. 

Recordar é viver, mas estou falando tudo isso por conta de um comentário daquela mesma amiga que, no ano passado, foi falar contar uma estória para a turma de menos de três anos de seu filho. Dessa vez, a mesma turma tem menos de quatro anos e ela assim escreveu:

“Hoje tenho que ir a escola do meu filho falar para a geração "Discovery Kids " e brinquedos "Fisher Price" sobre as brincadeiras da minha infância !!!!!” 

Os amigos começaram a mandar sugestões: bolinha de gude, pião, bambolê, batatinha frita 123, lencinho na mão, gato mia e elástico (os dois últimos tive que procurar no Google, quando descobri que “gato mia” e “cabra cega” eram a mesma coisa”). 

Nessa situação eu estaria liquidado. Gostava mesmo era de ler gibi, colecionar selos, escrever cartas para amigos distantes (N.N. Cartas escritas e enviadas pelo correio eram os e-mails de antigamente), mas joguei muito botão e algumas das brincadeiras descritas rolavam no colégio. Jogar futebol só depois de bem mais velho, onde eu era o dono da bola e pronto: tinha vaga pra jogar. 

Por conta disso, dias de chuva nunca foram problemas pra mim: já ficava dentro de casa mesmo e inventava o que fazer. Hoje em dia sigo inventando e a última foi tentar tirar fotos da tempestade. 

Fotos da lua e do pôr do sol são moleza (se bem que tem que ter alguma sorte e tals), mas tempestade tem que ser bom e tem que ter muita paciência. Paciência faltou, sorte não veio junto e acredito que também faltou máquina adequada para o evento. O que não aconteceu com o (K)Clown, que aproveitou bem o momento e mandou muito bem. O máximo que eu consegui foi um clarão (já foi alguma coisa). 

O que importa mesmo é a distração. Lembrando das coisas de criança, escrevendo um texto, fotografando a natureza, seja lá o que for para escapar do tédio. 

Alguém aí quer jogar War?



 
Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N. (nota do Narrador) A foto dos raios foi gentilmente cedida pelo amigo e jornalista Klaus Pettinger. Visite seu blog "Klaustrofobias", onde você também encontra as informações sobre formas de contato, preferências musicais, etc.

domingo, 21 de outubro de 2012

Spin-off

Contrariando as previsões, a chuva não veio até agora e isso foi muito bom, porque acostumar ao horário de verão dentro de casa não é uma coisa muito razoável. 

Lá fora uma lua, em crescente, aparece tímida por trás das nuvens e um vento frio, mas agradável, dá o clima de final de domingo. 

Por conta disso, resolvi escrever um pouco para distrair, já que os filmes do "PPV" já rodaram e as cucas já acabaram também. 

Lembrei, então, que fiquei de falar da Série Riley Bloom, um spin-off da série Imortal de Alyson Noel (digamos que foi uma história para outro dia que, finalmente, chegou).

Antes, o que é um spin-off (afinal, blog também é cultura)? 

Descobri hoje que, resumidamente, é uma parte de um empreendimento que ganha corpo e vai fazer carreira solo. O “Coisas do Narrador” poderia ser um exemplo, já que veio do “Contos de Fada?” (será que a Sofia vai fazer carreira solo também?).

Legal isso né? Dessa forma, Riley ganhou forma, mesmo sendo um fantasma. 

- Ah! Mas é terror? Prefiro as comédias! - diria o (K)Clown. 

A série conta a história de uma menina de doze anos que morreu, mas mostrando um “outro lado” de uma forma bem interessante. Longe de ser uma série com tema espírita ou de autoajuda, é um romance de ficção muito bom de ler e recomendo. 

Falando em recomendações, outro dia recomendei o livro “Infâmia” de Ana Maria Machado e ele levou “bomba” no prêmio Jabuti. Será que meu gosto literário é tão ruim assim? 

               
                                         Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Que a Cuca vem pegar

"A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está num dragão, a coca das lendas portuguesas, tradição que foi levada para o Brasil na época da colonização. (Fonte: Wikipedia)"

"Streuselkuchen (lit. "bolo de flocos", em alemão: Kuchen = "bolo", Streusel = "granulado", "flocos") ou cuca de farofa, como é conhecida em alguns lugares da região sul do Brasil, é um bolo típico da cozinha alemã. (Fonte: Wikipedia)"

Enquanto todos aguardam o apagão, após a novela, e o início do horário de verão, apostei na chuva prometida para o final de semana e passei na confeitaria para providenciar guloseimas para os lanches do período da tarde. Alguns filmes no pay-per-view, do programa de recompensas (claro), já estão na programação assim como um bom e merecido descanso, depois de um mês cheio de funções domésticas do período de mudanças. 

Ver televisão (ou “assistir”, como preferem por aqui) sempre foi uma opção para o garoto criado em apartamento, onde jogar bola na rua ou andar de bicicleta eram coisas exclusivas do período de férias na casa da avó no interior. 

Além das séries enlatadas americanas, o Sítio do Pica Pau Amarelo era quase ritualístico. Acho que li todos os livros (até os atualmente censurados) e vi as aventuras de Pedrinho, Narizinho, Dona Benta, Tia Nastácia, Emília e Visconde desde o tempo que passava em preto e branco. 

Uma das coisas que eu admirava eram os lanches que Tia Nastácia fazia. Aquele lance do bolinho de chuva era o máximo e passou a ser motivo de festa, lá na montanha, quando a gente pedia para a "tia" lá do AMBE fazer, no final de um dia de trabalho. 

Na montanha, também, haviam confeitarias, onde, aos domingos, eu ia atrás das guloseimas. Por aqui fiquei um tempo sem tal agrado, mas agora comecei outra vez ('bora andar muito de bicicleta porque isso, sem exercício, não vai dar em boa coisa). Já conhecia a “Cuca” ou, em alemão, “Streuselkuchen”, pois é figurinha muito fácil por aqui. Naturalmente teve sua receita original devidamente “abrasileirada”, com alguns recheios locais. A original tem uma “farofa” por cima e antes que os puristas reclamem que a foto não revela uma “Streuselkuchen ” verdadeira e que eu comprei “saci” no lugar de “cuca”, tenho outra que ainda está na embalagem, de banana, mas preferi começar por essa, de coco, e aí fotografar. 

Quer um pedaço?


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

domingo, 14 de outubro de 2012

Semana do Saco Cheio

Um blog (português brasileiro) ou blogue (português europeu)(contração do termo inglês Web log, diário da Web) é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. (Fonte: Wikipedia

Há alguns anos descobri que os feriados “emendados” de doze e quinze de outubro eram aproveitados por alguns colégios para conselho de classe, passeios ou somente para nada a fazer. Uma época onde os alunos já não aguentam mais as aulas (estão de “saco cheio”) e não veem a hora de chegar as férias. Último bimestre, quem vai passar já tem ideia disso e quem vai para recuperação também já tem essa noção. Acho que no meu tempo não tinha disso, enfim...

Desde o tempo da escrita, onde as atuais redes sociais possuíam similar pré-histórico, as pessoas gostam de registrar o que acontece. Alguns divulgam, outros guardam em diários pessoais e secretos e existem vários desses espalhados por ai. Aquele secretos eram destinados aos tímidos que o tornavam um interlocutor, o chamado “Querido Diário”. Quando descobertos e lidos por terceiros, as consequências eram imprevisíveis. 

Bons companheiros, eram criados em cadernos, agendas e livros próprios para tal, alguns até com cadeado (por via das dúvidas). Vários ficaram famosos como o épico Diário de Anne Frank. Um hábito, portanto, milenar e muito interessante. 

Com a Internet, a bronca ficou livre e os blogs escritos ou falados, assim como este, também ganharam seu espaço. Os temas são variados, mas boa parte são de pessoas também de “saco cheio” de alguma situação do dia a dia. 

Neste momento o leitor pode começar a pensar que este humilde narrador está de “saco cheio” de alguma coisa e vai sair detonando a situação. Muito pelo contrário, já passei dessa fase, apesar de ter ficado de “saco cheio” de um fórum da internet que andei fuçando e até participando (hoje já não participo mais). 

Vamos então contar uma historinha, tentando juntar tudo num “saco” só:

Ela era uma aluna exemplar: boas notas, quietinha, tímida, daquelas irritadinhas e vítima de bullying, por ser adolescente e ter corpo de criança ("pirralha" e “cdf” eram os apelidos mais comuns). Tinha um diário desses que falei, escondido, já que eram poucos seus interlocutores da mesma idade (meninos nem pensar e meninas já tinha crescido mais do que ela). Acidentalmente, numa excursão de colégio, nessa semana do "feriadão", ela perdeu o seu companheiro que foi encontrado por alguém que achou tudo muito interessante e, no afã de localizar a dona, publicou alguns trechos na mídia. Eram coisas interessantes, nada vulgares, reclamações do dia a dia escolar, que logo criaram interesses dos mais diversos. Baseados nas reclamações, várias coisas foram corrigidas e isso foi bom; por outro lado, alguns egos foram atingidos e o que era um simples caderno de menina virou praça de guerra e aí perdeu a graça toda. 
Que saco, não é mesmo?  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

sábado, 6 de outubro de 2012

Ciclovia

Sempre gostei de andar de bicicleta e, na montanha, era uma das minhas atividades favoritas.

Em 2004, uns quinhentos anos depois que aprendi a andar, ganhei uma bicicleta, bem diferente da velha Caloi dobrável vermelha (acho que já falei isso alguma vez): essa tinha marchas, era azul e bem grande. Foi presente póstumo da minha mãe, pois o papai achou um dinheiro guardado que era o valor da bicicleta e me deu, em nome dela, com essa finalidade. No início o pedalar era tímido, somente em volta da moradia mesmo, até porque o preparo físico era nenhum. Com o tempo tudo mudou e os passeios até o parque e no próprio parque viraram rotina. 

Claro que a chuva e o frio atrapalhavam muito, mas sempre que havia uma chance era isso que eu fazia. 

Na mudança para terras mais frias, onde o inverno dura nove meses, aí a coisa ficou bem mais complicada e fui obrigado a adquirir a “bike parada”, que faz também a função de excelente cabide em algumas residências. 

Para andar de bicicleta, pistas planas e de piso asfáltico ou, pelo menos, sem pedras, ajudam muito, até na conservação do veículo. As antigas bicicletas Phillips, de freio contra pedal, suportavam qualquer coisa, mas hoje isso só acontece com as sofisticadas mountain bike. 

Visto isso, o dia amanheceu nublado, mas não estava frio. Em poucas horas já foi possível vestir uma indumentária básica, criar coragem para descer as escadas do prédio com a bicicleta e o antigo divertimento criou vida novamente, como Fênix! Agora é só recriar o bom hábito, aproveitando a segurança de um longo trecho de ciclovia, onde os carros não passam e o risco de ser atropelado é pequeno. 

'Bora pedalar?  

                                         Boa Tarde! Eu sou o Narrador.