domingo, 3 de agosto de 2014

Bicicleta

Algumas vezes, a Primavera dá uma amostra grátis do que virá por aí. Nesse dia não foi diferente e, mesmo em agosto, o domingo amanheceu sem nuvens e o sol brilhou dourado através da janela. Em dias assim, os personagens de contos de fada costumam aparecer... 

Com a cara inchada, Ana acordou tarde e aborrecida, já encontrando os demais sentados à mesa. O cheiro forte de café e do pão de queijo, recém saído do forno, era francamente irresistível. 

- Bom dia! - saudou os demais sem muita animação 
- Minha pequena Beatriz... vamos sair de bicicleta? 

Frente a possibilidade, os olhinhos castanhos brilharam e o desânimo desapareceu quase instantaneamente. Sentia saudades de sua irmã menor, que preferiu viajar depois do exagero das últimas chuvas (ela se sente culpada pelo ocorrido, mesmo que a intenção fosse boa). 

- Posso ir também? – perguntou o Guri. 
- Sim. Chame sua amiga. Ela pode tomar café conosco também.
- Já chamei. Ela agradeceu e não quis vir. 

Ainda nem estava muito quente, mas os dezoito graus da manhã já eram suficientes para um passeio confortável. De qualquer forma, algum agasalho foi necessário e eles subiram ladeiras, pedalaram na terra, viram os passarinhos e sentiram a brisa. 

- Ah! Isso pode ficar melhor! 

Entreolharam-se as crianças e, no melhor estilo “ET Go Home”, as bicicletas começaram a voar, para a alegria dos pequenos. O Dragão, vendo a movimentação, chegou perto para acompanhá-los. Voaram pela cidade, pelos campos e viram tudo muito pequenininho. Abriram os braços, para sentir melhor o vento, o calor do sol e a paixão da manhã. Ana finalmente sorriu e o Guri também. Pousaram as bicicletas em silêncio e seguiram de mãos dadas, como deveria ter acontecido. 

Qual não foi a surpresa quando entraram na casa e encontraram Adrielle, recém chegada, com um pão de queijo enorme e lambuzado de geleia de amora na mão. Felicidade completa para o dia de sol, ainda havia um convidado muito especial, com uma voz esquisita, um dedo com uma luzinha na ponta e que pediu para telefonar. Será que alguém viu isso pelo espelho?  


 Bom Dia! Eu sou o Narrador.

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