sábado, 10 de novembro de 2012

Castelos

“Deem uma olhada num castelo, qualquer castelo. 
Pensem nos elementos-chave que o tornam um castelo. Há mil anos que não mudam. 
Primeiro, localização: um plano alto impondo-se até onde a vista alcança. 
Segundo, proteção: muros altos e fortes o bastante para um ataque frontal. 
Terceiro, uma guarnição: homens treinados e desejosos de matar. 
Quarto: uma bandeira. 

Diga aos seus homens: "São soldados e é a sua bandeira". 
Diga-lhes: "Ninguém captura a nossa bandeira". 
Ice a sua bandeira lá no alto, onde todos possam vê-la. E então terá o seu castelo.” (Introdução do filme "A Última Fortaleza" – 2001 – Paramount) 

Marca registrada dos contos de fada, o castelo compunha, além do príncipe, princesa, rei, rainha, cavaleiros, fadas e bruxas, a cena clássica dos filmes e desenhos infantis. 
O temperamento dos personagens mudou um pouco: hoje em dia Branca de Neve já não é mais aquela menina indefesa, virou guerreira; Cinderela usa tênis e perde o celular; Chapeuzinho Vermelho cresceu, ficou gostosona bonita e sua avó revelou que, na realidade, o lobo mau era um lobisomem que a menina se transformava de vez em quando, se tirasse o manto vermelho. Os ogros também mudaram e são simpáticas criaturas (Shrek essa é pra você!); Pinóquio virou um robô com inteligência artificial (mas continuou na saga de encontrar a Fada Azul e virar menino de verdade). Tudo mudou, mas o castelo ficou. Ainda não tive oportunidade de conhecer um, tanto que a foto que coloco é de um seminário que visitei, mas lá eu senti como se estivesse num castelo de verdade. 

No mundo real, muita coisa mudou também. Cada um passou a inventar um “castelo” dentro do próprio ser, para habitar fortalezas reinventadas, onde as muralhas passaram a contar com cercas eletrificadas, câmeras de vídeo e as “carruagens” ganharam uma cobertura a prova de balas (as abóboras eram mais simpáticas). 

A coisa virou uma guerra urbana, onde todos são contra todos e a desconfiança no próximo agora é a marca registrada. Aos poucos vão sumindo a ética, o bom senso e a lógica do que é certo e do que é errado. O normal vira “normose” (procure no Google) e, ao hastear sua bandeira, o faça com ela invertida.

Melhor mudar o rumo da prosa e acreditar que, no final, os bons vencerão os maus, mesmo que tempos difíceis e sombrios apareçam no caminho. É como dizia aquela canção, do tempo que Pinóquio ainda era de madeira: ♪“When you wish upon a star... Makes no difference who you are... Anything your heart desires... Will come to you”

E vamos pra Hogwarts?  


 Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

Um comentário: