sábado, 23 de fevereiro de 2013

Labirintos

”Um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a intenção de desorientar quem os percorre...” 

É quase lua cheia e não há sinal dela no céu cheio de nuvens outonais, apesar de ainda faltar um mês para o final oficial do verão. Por aqui é assim mesmo, já que o inverno dura nove meses e as demais estações ficam divididas pelos meses restantes, como já contei outro dia. Será o tempo de trocar os passeios de bicicleta pela monotonia da ergométrica ou, como recomendou a fisioterapeuta, fazer caminhadas, pois nosso corpo precisa *quicar” (disso eu falo outra hora). Agora acordar cedo ficará mais difícil assim que sairmos do “jet lag” do final do horário de verão e os pensamentos ficarão lentos. Na montanha também era assim. 

Enquanto nada disso acontece, escrever pareceu uma opção interessante para o sábado nublado que dificultou o passeio até a praia. Do lado de fora o mundo entrou no labirinto das coisas “sem noção”, para não discursar sobre intriga, inveja e outras coisas com a letra “i” que o leitor pode acrescentar a vontade. O objetivo de enfrentar o labirinto, se não houver um minotauro dentro dele, é entrar e encontrar a saída a partir do seu centro e hoje encarei o desafio, encontrando uma forma para criar este texto. Confesso que deu um certo trabalho e a inspiração veio de uma foto e de um documentário musical que vi logo cedo (Glee). Aí acrescentei a velha JBFM e vamos lá ao resultado disso tudo. 

Melinda foi a última personagem fixa que surgiu no “Contos de Fada?”, onde comecei a contar sua história no texto “A Visitante Misteriosa”. Resolvi fazer um remake em prosa, já que os anteriores foram em verso. 

A criação era uma doce vampira que chegou à casa e foi recepcionada por Adrielle, numa tarde de primavera, naquele momento, onde nuvens negras transformaram o dia em noite, antes do tempo, com uma bela chuvarada. Pediu para descansar e o quarto do menino lhe foi cedido, após ganhar uma decoração gótica compatível com o estilo da visitante. Ela dormiu por horas até que outros chegaram à casa (Adrielle estava sozinha quando ela chegou, sob a guarda dos fiéis yetis). 

Sorridente e refeita do cansaço, reuniu-se ao grupo trajando uma roupa preta com detalhes metalizados; seus cabelos eram curtos, lisos, negros e uma mecha prateada sobressaía assim como seus olhos, que brilhavam na cor da lua. Uma adolescente rebelde, que não aparentava mais do que uns dezesseis anos, mas conseguiu enfrentar as milhares de perguntas feitas, contando que que já estava lá, muitos anos antes deles chegarem, somente aguardando o momento exato de aparecer. Quando ela surgiu, Deborah, a irmã mais velha, já tinha ido embora, deixando saudades, e foi justamente invocando seu nome que Adrielle permitiu que entrasse na casa. O Mago pareceu preocupado e orientou os yetis para que permanecessem ao lado das irmãs , enquanto o Guri e este Narrador foram dormir na caverna do Dragão. 

Nascida em momento raro, numa lua azul de um ano que não houve lua cheia em fevereiro, ela sempre foi diferente de seus semelhantes, já que gostava do sol, das flores, das borboletinhas e tinha muito mais jeito de princesinha do que o esperado. Assim cresceu, bem diferente e bonitinha, até começar a entender que o poder, que com ela nascera, assustava mais do que acalentava. De qualquer forma, ela tinha a força e a agilidade do vento, mas a candura da mais bela flor a impedia de ser má como seus pares, que passaram a persegui-la sem perdão. 

Precisando se defender, mudou o estilo para rebelde sem causa, vagou pelo mundo, viu guerras e desilusões até que encontrou Deborah que a salvou de um ataque de lobos numa floresta. 

Com o passar dos meses, vários momentos emocionantes ainda surgiram e foi uma bela personagem. Quem sabe, um dia, ela também vira um “spin off” como o Narrador, não é mesmo? Ah! Os labirintos? Hum... melhor colocar uma foto!  


Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário