terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Menina Triste

Era uma vez a Menina Triste 
Que vagava pelos campos 
À procura do destino, 
Quem sabe no céu ou na terra. 

Menina Triste dizia não ter coração 
Ou tinha, mas era congelado, 
Incapaz de ser feliz, 
Pois não aprendera o amor. 

Ledo engano (ela era doce e protetora), 
Mas se dizer assim garantiria alguma coisa desconhecida, 
Talvez sobrevivência, naquele mundo hostil,
Onde crescera na dor. 

E como toda história de “era uma vez”, 
Teve lá aquele dia que surgiu a alegria, 
Que veio na forma de um grande amor 
Daqueles bem inesperados, mas sinceros e intensos. 

Menina Triste sorriu! 
Sentiu seu coração bater rápido e forte, 
Debulhou seu sentimento em palavras 
E, numa madrugada, exatamente às 2:40h, entregou sua alma à paixão. 

Só que, aí, lembrou que ela era triste! 
Dessa forma, não deu espaço para ser feliz 
E trinta e nove dias depois ela sentiu medo 
Daquele sentimento tão desconhecido. 

Se fosse um “conto de fadas” 
Surgiria uma fada ou outro elemental 
Para ajeitar um “final feliz”, 
Mas o que veio foi somente a dor e a destruição. 

Lamento pela Menina Triste, agora entregue ao lítio...
No seu aniversário ela adormeceu no campo, 
Enquanto procurava seu destino 
Quem sabe no céu ou na terra... 

E lá naquele lugar que nunca aconteceu, três amigos conversavam: 

- Ana, não fique com essa cara que a culpa não foi sua. 
- Pelo menos você conseguiu tirar o sujeito do desvio temporal. 

Terminaram de desmontar a cena: alguns mantimentos foram recolhidos (inclusive os “Toddynhos”), papéis foram guardados numa caixinha, os quadros do presente foram enviados e, depois, quase toda a lembrança foi apagada. O término do ano bissexto se encarregou do restante e a velha casa amarela foi novamente coberta de era

Quieta, Ana saiu para o jardim. Olhou para o céu, viu as estrelas e a lua em minguante... Desejou “parabéns”, cantou e bateu palmas... quem sabe um dia ela reencontre a Menina Triste... quem sabe a história possa ser reescrita... quem sabe...  



 Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N.: A ilustração do texto ficou a cargo da Luisa Gabrieli Krindges a quem agradeço mais uma vez pelo fantástico trabalho.

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