terça-feira, 10 de maio de 2016

What It Feels Like For A Girl

”E de repente a vida te vira do avesso e você descobre que o avesso é o seu lado certo” (Caio Fernando Abreu). 

Se eu for contar como surgiu a ideia para este texto vou ter que escrever outro, mas a coisa começou com essa frase aludida ao jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro e deve terminar com outro assunto lá no mais adiante. 

- Ana, você parece doente! 
- Nada, Adrielle. Só cansada.
- Por que não pediu ajuda para enfrentar a bruxa? 
- Você estava ocupada deixando a flor no inverno. 

Um dia eu contei aqui a história da Luisa, naquele dia, há dois anos, em que ela torcera o pé, tinha a tal da festa junina e, enfim, clique aqui para lembrar desse assunto. 

- Nossa! Preciso me arrumar mesmo. Estou horrível! 
- Nem, Ana! Você está a mesma de sempre! 
- Ah, Guri! Você não entende nada né? 
- Como assim não entendo? 

Apesar de retratá-la como “a patinha feia”, talvez (há controvérsias) “ovelha negra” fosse mais conveniente (do seu próprio ponto de vista). Eu sei que isso deve soar estranho pois Luisa parecia ser uma menina feliz, mas nem sempre foi assim. De personalidade forte ela era diferente de sua irmã mais velha, mas sua família queria que ela fosse igual - a filha perfeita, a filha que todos os pais querem ter, uma aluna dedicada, quieta, que ajuda nos trabalhos domésticos sem reclamar, seu maior sonho era ser médica... algo do gênero! 

Mas estávamos falando de Luisa não é mesmo? A vida dela era assim: sempre sendo comparada com a irmã e sendo menosprezada, apesar de saber que sua família a amava (só que não a entendia).

- Você tem ideia de como se sente uma menina? 
Acha que é fácil arrumar cabelo, roupa e tudo o mais? 
Para os meninos é moleza, qualquer coisa tá bom; 
Pensa que lá sua amiga é bonita daquele jeito à toa? 

Certo dia, muito antes daquela festa junina, Luisa ficou mal e teve de ir até o hospital, onde conheceu um médico que marcou a vida dela para sempre, pois foi um dos únicos que a entendeu. Ela não era de falar muito, gostava de desenhar, ler, assistir séries e filmes, mas eles conversaram e, com apenas um desenho, ele viu potencial na menina alta, magricela e com o sorriso metalizado. 

- Podemos parecer frágeis, mas não mostramos nossa força, 
Melhor agir do que ficar falando mais da conta. 

Um dia ela se apaixonou por um garoto que só a humilhou pois ela não era uma menina bonita (ele era um otário), mas como disse Megan Fox uma vez : “Nunca magoe uma garota... você não sabe o quanto ela pode mudar depois disso.” 

- Você me convenceu, Ana. 
- Agora você ficou vermelho, Guri! – ela riu. 

Realmente ela mudou, amadureceu e, sem ligar para as críticas, virou uma mulher linda e uma artista famosa por seus quadros. Na formatura ela só queria agradecer àquele médico por ter acreditado nela! No fim das contas, a sua "fada madrinha" na verdade fora ele que não a deixou bonita (nem precisava), mas a fez enxergar que não se deve dar ouvidos à opinião dos outros e sim acreditar em si mesma. Ele não usou uma vara de condão, mas usou seu coração e um livro de desenhos. 

“Querido doutor nunca irei esquecer o que fez, obrigada por acreditar em mim! Atenciosamente, a Patinha Feia”.

 

Boa Noite! Eu sou o Narrador.
 
N.N.: O texto original é da Luisa Gabrieli Krindges, a quem agradeço muito, e que gentilmente permitiu a edição, onde usei um texto, do mesmo nome, lá do "Contos de Fada?"

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