quarta-feira, 25 de maio de 2016

Vai subir a serra no feriado?

A pergunta do título é bem comum no Rio de Janeiro, pois a serra proporciona ou Petrópolis, ou Teresópolis ou a mais distante Nova Friburgo, três cidades ligadas por uma rodovia meio mais ou menos, mas que guardam os melhores destinos nessa época de frio ( em outras épocas também). Tive o prazer e a honra de morar em Petrópolis e já falei disso algumas vezes. Por aqui o lance é ir para a praia, mas somente quando esquenta (o que é bem impreciso). 

Da mesma forma que morar em Petrópolis, tirar férias é um privilégio e conseguir viajar é uma dádiva que recebo há alguns anos. Dessa feita escolhi Machu Picchu como objetivo principal, mas não foi por lá que comecei. Depois de estudar bastante o roteiro, procurei uma agência conhecida (a mesma que me levou à Fernando de Noronha) e negociei até chegar no ponto que eu queria. O começo mesmo foi em Lima, mas até chegar lá eu ainda fiz duas paradas, pois programei a saída do Rio de Janeiro e isso seria por minha conta, usando milhas e coisas do gênero que fui acumulando. Achei essa ideia boa, pois, caso contrário, a viagem total duraria muito mais que 24 horas de duração, considerando as conexões (melhor ir aos poucos). 

Na capital peruana eu ganhei duas horas, devido ao fuso horário, e tive o dia inteiro para passear por Miraflores (algo equivalente à Ipanema carioca), comprar o chip pré-pago para o celular (num supermercado mesmo) e trocar algum dinheiro. À noite fui conhecer o Circuito Mágico das Águas e isso tudo por minha conta mesmo (particularmente gosto de horários livres para fazer o que me der na telha). 

Aí, no dia seguinte, vamos subir a serra! No Rio é só pegar o carro e encarar uma estradinha meio sem vergonha; no Peru, tem que pegar um avião já sabendo que a coisa não é logo ali porque fica a mais de 3000 metros de altitude, o que causa o efeito “Zagallo”, onde era nítida sua cianose ao declarar “Vocês vão ter que me engolir” na conquista da Copa América em 1997. Aliás, o ar rarefeito, a necessidade de tomar muito líquido devido ao clima seco, o chá de coca e o Inka cola transformam nosso organismo num grande experimento bioquímico (deixarei os detalhes mórbidos disso para quem conversar comigo pessoalmente, pois serão horas discutindo transporte de oxigênio, hemodiluição, desidratação, alcaloides, diuréticos e coisas do genero). 

Uma hora de voo e chega-se a Cusco, o “umbigo do mundo”! De lá são três passeios básicos (um para cada dia): City Tour Arqueológico, Vale Sagrado e Maras/Moray que se complementam em informações, antes de conhecer Machu Picchu. Na cidade, vale a pena pegar um mapa e conhecer alguns outros locais, sem guia mesmo, e o “Boleto Turístico” vai ajudar nessa escolha. 

Dicas gerais: 

- Não se assuste com as filas: mesmo no aeroporto elas andam rápido. Ah! A “Íris Lettieri” local não avisa sobre saídas dos voos. 
- Faça os passeios principais com guia, principalmente na Catedral de Cusco que é indescritível. 
- Cambio é fácil em Cusco, mas suas notas devem estar perfeitas. 
- A cerveja Cusqueña é boa, mas o álcool deve ser evitado por conta da altitude. 

 Uma coisa que eu gostei foi observar os alunos com belos uniformes (lá existe esse bom hábito) sem contar que as crianças tem aspecto feliz. Pelo visto a educação é levada bem a sério por lá.

Enfim: apesar de ter feito todo o passeio sozinho, superando as dificuldades que iam surgindo, a experiência foi excepcional e a passagem por Cusco serviu como treino para a ida a Machu Picchu que fica para os dois últimos dias (falarei disso depois).


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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