segunda-feira, 2 de maio de 2016

O trem e as flores

Antes do frio chegar, a minha ideia era escrever alguma coisa a respeito de umas flores silvestres que eu vi, num domingo de manhã, durante uma caminhada; não sei se já falei isso, mas gosto de caminhar nas manhãs de domingo e ver o acordar desse dia tão preguiçoso. Só que, aí, veio a chuva, o frio, e o efeito desse tema caiu por terra. Nisso fiquei pensando... vou falar do quê? Já que fotografei essas flores, não vou mostrar num texto? 

Moro numa região marcada por guerra que foi chamada de Guerra do Contestado (qualquer hora eu falo disso) e uma das diversas causas foi a construção da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande que passava por aqui. Hoje em dia não há mais transporte de passageiros, salvo como atração turística, mas já tive a chance de viajar num trecho dessa forma. 

Coisas antigas são legais e as coisas mais singelas geralmente são as mais bonitas... como o apito do trem e as flores silvestres; e como disse hoje meu amigo Cleber, por conta do bloqueio do aplicativo Whatsapp, quem sabe veremos “reais provas de amor, pois voltarão à cena as ligações e sms nas madrugadas e, quem sabe, até cartinhas acompanhando buquê de flores”. Seriam flores azuis iluminadas pelo sol dourado das manhãs de outono? Sendo assim, minha foto prestaria para contar uma bela história, mas não vou perder a chance de escrever juntando tudo isso que já falei (e com uma "ajudinha" do que já foi cantando em verso pelo Milton Nascimento). 

Era uma vez... um trem! 

Seu apito se escuta ao longe... 
Este não tem fumaça como maria 
E não sei se o maquinista tem boné, 
Mas sempre há um ponto final... 

Traz lembranças para uns, 
Esperanças para outros 
E espalha vida em seus trilhos 
Com as sementes que carrega... 

Já disseram que existem outros maquinistas, 
Cortejados pelas moças (que sempre são flores), 
Que passam, deixam lembranças e vão embora, 
Deixando corações viúvos daquela antiga emoção. 

Trabalha-se para esquecer... 
Tudo ilusão... 
Troque o trem e siga outros trilhos 
Que a felicidade esperará em algum lugar...



   

Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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