quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Gordices de Final de Ano

Totalmente bêbado, o peru chega na festa dos bichos, onde já estavam o quati, o porco, o frango, o tucano e um galo que cacarejava como uma sirene dos bombeiros. 

- Então, peru? - perguntou o porco – Já pronto para a degola? 
- Nem pensar! Eles escolheram outros bichos, daqueles que nunca ninguém viu, e este ano eu escapei... ai resolvi comemorar tomando umas lá no boteco! 

As festas de final de ano possuem diversas conotações, de acordo com as crenças de cada um: pode ser um momento de reflexão, de pedidos, de distribuição de presentes (onde entra o Papai Noel) e também de celebrações religiosas. Independente do que cada um pense, o que é certo é a ceia natalina e o “enterro dos ossos”, no dia seguinte. Famílias e amigos se reúnem e comemoram da forma que melhor se encaixar em suas crenças e a comilança é diversificada.

Em algum lugar perdido por ai, os Adams elegeram Wednesday (Vandinha) como responsável pelo “enterro” já que essa atividade ela bem que gostava. Na festa dos bichos, o peru era o convidado inconveniente, já que tomara todas. 

- Ei quati! Você fez doce? É pavê ou “pacumê”? 

Quase que o aborrecido quati deu a tal resposta padrão aos chatos que não vou reproduzir aqui. Encarregou o galo “sirenista” de dar um fim ao peru. Ele foi lá fora, deu a tal cacarejada e o porco falou: 

- Olha lá, peru! Tem incêndio lá fora! Vai conferir. 

Ao abrir a porta, para ver o que se passava, o porco meteu-lhe um chute na bunda e nada mais restou ao peru que retornar ao seu poleiro, lá na casa dos Adams. 

Também no Natal, eu tenho a oportunidade de passar de novo pela montanha. É uma passagem rápida para recordar os bons tempos, ver como estão os lugares onde passeei de bicicleta e deixar a saudade aparecer de novo. Já em família, independente do que será servido na ceia, a sobremesa fica por conta do meu irmão, com uma receita antiga da minha mãe que, este ano, foi compartilhada na rede social. 

Ainda bem bêbado, o peru errou a porta do galinheiro e foi parar na cozinha, onde Wednesday dava as instruções aos cozinheiros. Achando que estava entre seus amigos, o peru mandou um “gluglu” inconveniente para a menina que, para seu azar, ela entendeu: 

- E ai, Vandinha? E os namoradinhos? 

Por conta dessa divulgação da receita, resolvi fazer este texto, já que o quati saiu das minhas costas (qualquer hora eu explico isso, se é que ainda não expliquei) e deixar, para o leitor, uma foto explicativa com o “antes, durante e depois”. 



- Ei Narrador? - perguntaria a Fada dos Olhos – o que aconteceu com o peru? 

Lá na casa dos Adams, Mortícia vai até a cozinha a tempo de se orgulhar com a habilidade de sua filha. Mal o peru terminou de “gluglurejar”, Wesnesday lançou um cutelo na direção de seu pescoço e falou para os cozinheiros deixarem o tender de lado que o almoço seria a ave mesmo, que já estava bem temperada e ficaria pronta mais depressa.  

Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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