domingo, 9 de março de 2014

O Poema e o Desafio

Um dia eu reclamei aqui do monte de bobagens que aparecem nas redes sociais. Acho que muita gente acha o mesmo e começaram a surgir algumas coisas divertidas e interessantes, apelidadas de “desafios”. O primeiro que eu vi foi o tal do “Desafio Bávaro”, onde alguém desafia outro a tomar meio litro de cerveja de um gole só e, ainda por cima, tem que filmar isso. Achei hilário, principalmente quando um outro resolveu que, como estamos no Brasil, ao invés de cerveja, mandou, goela abaixo, meio litro de pinga e depois “chamou o hugo”, lógico (mesmo sendo a “51”). 

Nessa “onda”, surgiu o desafio dos poemas (bem mais fácil e com número menor de efeitos colaterais), onde o objetivo é desafiar alguém a postar um poema. Apesar de achar divertido, no máximo eu cumpriria o desafio, mas não desafiaria ninguém. 

Então, houve um dia que um sujeito observava o pôr do sol, quando viu uma garrafa na areia da praia. Abriu e encontrou um poema: 

Sentado na beira do mar 
Eu vi a neblina cobrindo a ponte e escondendo o sol, 
O vento empurrando a palmeira 
E o balançar solitário da embarcação... 

Sentado na beira do mar 
Eu pensei em você, 
Lembrei do seu rosto, do seu olhar furtivo 
E das suas mãos, dadas às minhas sem entrelaçar... 

Sentado na beira do mar 
Eu senti frio, mas não me incomodou 
Porque eu pensei no seu sorriso, 
Quando você evita os meus olhos... 

Sentado na beira do mar, 
Senti o gosto do sal, 
Mas procurei um caminho mais doce 
Que me levasse direto ao seu coração. 

Mas sentado na beira do mar 
Eu conclui que te perdi, 
No exato instante que contei o que comigo passara, 
Naquele momento onde mais te quis (era o risco que te falei). 

Ele sorriu e pensou em devolver, ao mar, o bilhete que veio junto com a garrafa, mas chamou uma ave local que passava e ordenou: - Faça chegar ao destino certo! 
E em algum lugar, um albatroz solitário tenta encontrar seu destino...  


Boa Tarde! Eu sou o Narrador.

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