quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Que saudade da professorinha!

Segundo a Wikipédia, “Ataulfo Alves foi um compositor e cantor de samba brasileiro, um dos sete filhos de um violeiro, acordeonista e repentista da Zona da Mata Mineira chamado “Capitão Severino”. Nasceu em Miraí (pequena cidade mineiro de pouco mais de 13000 habitantes, atualmente) em 1909 e morreu no Rio de Janeiro em 1969. Aos oito anos de idade, já escrevia versos. Foi leiteiro, condutor de bois, carregador de malas, menino de recados, engraxate, marceneiro e lavrador, ao mesmo tempo em que frequentava a escola. Aos dez anos, perdeu o pai e, aos 18 anos, foi para o Rio de Janeiro trabalhar como ajudante de farmácia, aos 19 anos tocava violão, cavaquinho e bandolim e, aos 20, começou a compor, sendo sua musicografia composta de mais de 320 canções (incluindo “Meus tempos de criança”, de onde saiu o título do texto de hoje – nota minha) sendo uma das maiores da música popular brasileira.” 

Escrevi isso tudo, para usar um artifício de redação que aprendi com um professor: “nunca comece pelo tema”. A ideia original do texto era falar alguma coisa sobre educação para o blog “Educação Proibida”, onde ele foi publicado no dia 03/06/2015, mas aproveitei parte dele para também homenagear os professores no dia de hoje. 

No tempo do sambista, nem imagino como era o ensino, mas acho que ele aproveitou bastante. Nas escolas era ensinado o “Bê-A-Bá” e a garotada aprendia a ler e a escrever. Com certeza não era uma coisa muito fácil, mas as professoras tinham o dom para ensinar. Já mais adiante, no meu tempo, tudo era progressivo: antes do “Bê-A-Bá” você brincava! Sim! Brincava! Afinal das contas, isso é o que a criança tem que fazer, não é mesmo? Ao mesmo tempo, você aprendia as cores, fazendo “pintura a dedo” com uma tinta que era uma mistura de anilina a um mingau de maisena (dava para comer também, mas isso ninguém fazia). Com o tempo você aprendia a desenhar traços e as primeiras figuras geométricas surgiam: um retângulo dividido de forma perpendicular em dois outros; o menor seria uma porta em cima do qual viria um triângulo, representando, bidimensionalmente, a frente de uma casa; no outro, em cima, entrava um paralelogramo que encaixava no triângulo e representava o telhado (quase não “passei” para o pré-primário porque eu não conseguia fazer esse desenho, mas minha mãe ajudou e eu consegui). 

No “bolo", você ainda aprendia a “se virar”: havia lanche e tinha que escovar os dentes sozinho; na “bandinha” você aprendia a tocar instrumentos de percussão básicos e, alguns, artesanais como o “coco”, feito de casca de coco mesmo; nas festinhas sempre havia alguma representação e eu “casei” vários anos seguidos, na festa junina, com a mesma colega (e ela lembra disso até hoje dizendo que eu fui o melhor ex-marido dela) e, com isso, aprendíamos teatro. 

Na evolução, a coisa “apertava”: do “Bê-A-Bá” à construção das palavras, prefixos latinos, gregos, sinônimos e antônimos e surgiu a matemática, com as quatro operações, a tabuada, além de conhecimentos gerais (história e geografia) e ciências. Aquelas outras atividades lúdicas foram mantidas e ganhávamos também noções de civismo, incluindo decorar o Hino Nacional (e aprender que não se deve aplaudir o próprio hino), Hino da Bandeira e entender a Bandeira do Brasil. 

Ah! Que saudade da professorinha! 

E hoje em dia? Será que a coisa é parecida? Pelo que vejo por aí não é não. Claro que existe a tecnologia, mas como será que funciona a máquina de calcular? O que será uma “prova dos nove” e uma “regra de três”? Quantos “1” e “zeros” são necessários para escrever uma letra no computador? Por que as pessoas só leem o título e não querem saber do conteúdo de uma reportagem? E quem foi Ataulfo Alves? 

Enfim... educação é progressão, desenvolvimento de habilidades, paciência, determinação e, acima de tudo, imaginação e curiosidade. Nesses quesitos, a presença do professor é fundamental e temos que agradecer muito aos nossos, além de lutar para que tão nobre profissão receba o reconhecimento devido por parte das autoridades e também por parte dos alunos, pois tem que haver respeito. No momento que entendermos que podemos perder a base do necessário, talvez consigamos recuperar o que ficou no passado e que garantirá o presente e o futuro!  


 


Bom Dia! Eu sou o Narrador.

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