sexta-feira, 4 de março de 2016

Do not go gentle into that good night

“Não adentre a boa noite apenas com ternura, 
A velhice queima e clama ao cair do dia, 
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura. 
Embora os sábios, no fim da vida, saibam que é a treva que perdura, 
Pois suas palavras não mais capturam a centelha tardia.  
Não adentre a boa noite apenas com ternura, 
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura…” 

Alguma vez na vida você já ouviu falar em “vilanelle”? Vilanelle é uma forma de poema que possui 19 linhas que são separadas em seis quartos, todos com três linhas, exceto a última, que tem quatro linhas. O interessante é que existem duas linhas que estão constantemente repetidas e que serão as linhas finais do poema. O exemplo que me fez estudar isso foi o poema de Dylan Thomas que dá o título ao texto de hoje e cujo extrato fez a abertura dos trabalhos. O trecho que eu escolhi foi recitado, em dado momento, pelo professor John Brand, personagem de Michael Caine no filme “Interestelar”, em dublagem. O poema original você encontra fácil no Google e nem vou deixar link; existem um sem número de traduções e poucas conseguem dar o tom correto da versão em inglês, mas quem fez a conversão para a dublagem realmente conseguiu associar o poema ao filme. 

Assisti “Interestelar” umas cinco vezes, na TV paga; é um filme gigantesco, muito complexo, repleto de situações técnicas que eu desconheço, mas é movido pelo amor à vida e à relação do pai com seus filhos, deixados para trás por conta da procura de uma salvação para a humanidade, já que os recursos naturais do planeta evoluíam para o esgotamento definitivo (nada muito diferente do que já se fala hoje em dia). 

Há algum tempo, quando falei do livro “O Doador de Memórias”, eu escrevi que “Amor é um sentimento que deve ser preservado; atitude é outra coisa completamente diferente”. O Professor Brand complementou minha frase falando que “O amor é a única coisa que transcende o tempo e o espaço”. No filme tudo isso fica muito claro: o pai teve a atitude, ficou ausente, jamais deixou de amar os filhos, mas não foi tão compreendido por um longo tempo que transcendeu também o espaço. Parágrafo complexo como o filme, mas não há como qualificar o que um pai pode fazer pelo amor aos filhos, mesmo que pareça ausência. Já tenho planos de discutir mais a respeito disso lá para agosto (quem viver lerá), mas já esbocei várias coisas nas Histórias de Leo e Mônica

Voltando ao filme, tem que ver com muita atenção e é melhor alugar para poder repetir várias vezes. Eu aproveitei as diversas exibições da TV paga, mas em breve deve rarear um pouco. De qualquer forma leia o poema, veja o filme e viaje até o infinito lembrando as palavras do Cooper (Matthew McConaughey): “Nossas maiores realizações não podem ficar para trás porque nosso destino está acima de nós.”  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

Um comentário:

  1. “O amor é a única coisa que transcende o tempo e o espaço”.

    Interestelar, agora no Cinemax <3

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