domingo, 28 de fevereiro de 2016

Zafón e a Rua Ramalhete

"Desde aquela noite, soube que algum dia, não importa quando, a nossa hora iria chegar. Que num lugar distante, as luzes de setembro iriam se acender para nós e dessa vez não haveriam mais sombras em nosso caminho. Desta vez, seria para sempre." (trecho do livro "Luzes de Setembro" de Carlos Ruiz Zafón)

Quando a chuva impõe um ritmo mais caseiro às nossas atividades e a tentativa de encontrar ótima programação televisiva é frustra (mesmo com o sinal aberto do Telecine e HBO), o caminho é sintonizar a JB FM e divagar pela adolescência, aquele momento que você seria mordido por um vampiro e, por ser novo, seria mais forte que todos os demais (vide Crepúsculo que você vai entender isso). A analogia é até válida, se pensarmos nos anabolizantes naturais que percorrem nossos corpos em crescimento, trazendo também boas doses de coragem e inconsequência. 

Depois que li "Marina", do Carlos Ruiz Zafón, fui atrás dos demais e, aleatoriamente sem preocupação com a data da publicação, terminei hoje “As Luzes de Setembro”, já tendo passado por “O Príncipe da Névoa” e “O Palácio da Meia-Noite”, todos da SUMA de letras, que no final das contas é da Objetiva. As histórias seguem uma linha semelhante com mistério, terror, amores adolescentes e um gosto indiscutível por engenharia, robótica primária e incêndios. Juntando isso tudo, a leitura é extremamente agradável e nos faz viajar no tempo (imagina se você juntar isso tudo com “Rua Ramalhete” do Tavito, aí não acorda mais). 

Já que eu falei do Tavito, fuçando para encontrar o link original da música eu encontrei um outro vídeo, infelizmente não está mais no ar, com o Biafra e o Roupa Nova, onde li o seguinte, lá nos comentários (editado em 17/10/2020): 
“Sacré-Coeur de Marie é uma escola de freiras francesas em Belo Horizonte - MG., que na época em que essa música foi feita, era só para mulheres, que usavam aqueles uniformes de saia plissada, blusa branca com gravatinha , meia três-quartos e sapato boneca, bem tradicional e boina também. Daí que os rapazes da época, esperavam as moças saírem depois das aulas para vê-las, e quem sabe, iniciar um namoro. A rua Ramalhete fica perto dessa escola Os bailes costumavam ser no Minas Tênis Clube, também tradicional de Belo Horizonte. A escola, a rua e o clube existem até hoje e são muito bem frequentados. Realmente, é uma música linda e me lembro com saudade desses tempos, em que os homens sabiam como cativar as mulheres com gentilezas..." 

E ainda achei o seguinte: “Os bailes a que Tavito se refere eram no Olympico Club, no mesmo "espaço" geográfico dos locais citados. Tendo como referência a casa dele: Olympico a 200 metros, Sacré-Coeur de Marie a 500 metros e a Ramalhete a uns 400 metros (+ - 4 quarteirões)." ( achei um outro link bem legal sobre essa história; clique aqui. Editado em 17/10/2020)

Enfim, voltando aos livros, eu bem que recomendo a leitura (a música também). Viajar no tempo é muito bom enquanto a chuva lembra que o inverno já bate à nossa porta.  


Bom Dia! Eu sou o Narrador.

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