domingo, 27 de setembro de 2015

Marina e a Coleção Vaga-Lume

“Todos temos um segredo trancado a sete chaves no sótão da alma” (C.R.Z.) 

Setembro chegando ao fim, Primavera já se apresentou ( o "El Niño" também), veio boa nova em forma de chuvarada que todos esperam que encha os reservatórios do sudeste, hoje é dia de eclipse com superlua e lua de sangue e o mais interessante é que ninguém vai ver porque não para de chover. Dessa forma, o assunto de hoje será outro. 

É indiscutível o fato que o hábito da leitura, que já não era lá essas coisas, diminuiu bastante com o advento do mundo digital. Tudo tem que ser rápido, o título já define o texto e será criador de opinião, os trabalhos terão muito “copiar/colar” e, às vezes, tem que desenhar a coisa para que todos entendam (um desenha e o outro colore). Num esforço danado para que a evolução da espécie não chegue ao descrito no filme “Idiocracia” (tem texto a respeito – clique aqui), a Editora Ática relança a Coleção Vaga-Lume que deve fazer parte do universo literário da garotada na faixa dos 10 aos 14 anos, indicados pelos colégios que espero que doem os livros para os alunos porque o preço é proibitivo. O título que eu lembro é “A Ilha Perdida”, obra original de 1944 da Sra. Leandro Dupré, e recomendo até hoje essa leitura (acho que eu tenho ainda o livro em algum lugar). 

Sem saber que Carlos Ruiz Zafón escrevia livros infantojuvenis, terminei de ler o livro “Marina” (Objetiva, 2011) que, segundo o autor, é seu livro favorito e sua ideia era escrever “o tipo de romance que gostaria de ter lido na infância, mas que também continuaria a interessar aos 23, 40 ou 43 anos de idade”. Conhecido mais pelo “A Sombra do Vento”, citado em todas as capas de outras criações suas, essa nuance foi uma grata novidade: definitivamente ele conseguiu seu propósito. O livro é inteligente, possui referências subliminares que funcionam como pistas para os leitores mais atentos (uma delas é o nome da filha do médico), mescla realidade e ficção de uma forma suave e a leitura, caso eu fosse ainda uma criança ou adolescente, não deixa a sensação de que o autor me acha um imbecil (situação muito frequente em alguns livros dessa linha). Por algum motivo que não entendo direito, o preço é bem melhor do que os da Coleção Vaga-Lume, mas acho que ele não será indicação dos colégios (o que é uma pena), por conta de ser literatura estrangeira. 

Agora preciso voltar à livraria, pois meu estoque acabou. Já tenho algumas ideias, mas é lá na hora que eu resolvo o que comprar (depende do livro “piscar” pra mim). Enquanto isso, 'bora aproveitar o final do domingo chuvoso curtindo o Rock in Rio.  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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