segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Idiocracia - O filme

No dia que completo trinta anos de formado (hoje), optei pelo descanso, mas a leitura de algumas notícias na internet coincidiram com um filme passado no canal "FX" de forma muito interessante. Na Folha de São Paulo, a notícia era que a “Prefeitura de SP aprova aluno com nota vermelha”; no blog Maternar lemos que “Na contramão, parques de SP proíbem até bicicletas de crianças”; no Diário Catarinense, “Vídeo de bebê que não deixa a mãe dormir viraliza nas redes sociais”; ainda na Folha, “Juiz perde voo e dá voz de prisão a funcionários da TAM no Maranhão”

Considerando que essas notícias já fizeram a segunda-feira meio difícil, preferi ver/assistir um besteirol na televisão mesmo, como já falei antes. Calhou de ser o filme “Idiocracia” ("Idiocracy"), produção de 2005/2006, onde seu produtor/diretor Mike Judge (criador de Beavis and Butt-Head), segundo a Wikipedia, “escreveu Idiocracy como um meio para cumprir o seu contrato de dois filmes na "20th Century Fox" e encontrar um local para expressar seu ponto de vista sobre a trajetória da sociedade estadunidense. Imaginado como um "2001 que deu errado", onde a sociedade piorou em vez de melhorar.” O filme nem foi lançado, ficou escondido e, nos poucos lugares que apareceu, nem houve promoção (foi algo do tipo “cumprir tabela”), sendo uma das piores bilheterias de todos os tempos. 

Realmente, como filme, ele é péssimo e a única coisa que presta é a narração que explica toda a evolução durante os anos. Imagine o tema clichê da experiência de congelamento, que duraria pouco tempo, mas, por motivos diversos, ela é esquecida, o sujeito fica congelado quinhentos anos e surge numa terra destruída, não pela hecatombe nuclear e sim pela ignorância dos seus habitantes. Nesse futuro, ele faz um teste de QI, onde a pergunta é ridiculamente fácil e ele é considerado o humano mais inteligente do mundo. 

Algumas pérolas como “os cientistas ficaram mais preocupados na produção de produtos para alisar o cabelo e produtos para melhorar a ereção”, a água potável substituída por um isotônico/energético (usado, inclusive, para irrigar as plantações que, naturalmente, não produziam nada), a mudança na linguagem para o uso excessivo de gírias e merchandising, além de uma baixaria sem tamanho, deram o tom de “humor negro” ao filme (a hecatombe nuclear seria um destino melhor para a humanidade). 

Durante toda minha carreira, eu tive que estudar muito. Antes, ainda no colégio, os professores eram rigorosos, a média era alta e se não houvesse esforço, o resultado era reprovação mesmo. Fui educado no tempo em que "passar de ano" não era motivo de comemoração e sim de “não fez mais do que a obrigação”. Obrigação? Claro! Estudar é a obrigação infanto juvenil, antes de virar força de trabalho, quando outras vão surgir. Aprendendo, desde cedo, o jovem chega na faculdade com esse bom hábito e, depois, continuará estudando, para passar nos concursos e conseguir encarar o tão difícil mercado de trabalho. Quando tiramos essa obrigação das crianças, já que "passarão de ano" mesmo sem a nota necessária, não podemos acreditar que elas chegarão na idade adulta capazes de sobreviver sozinhas e viverão às custas do assistencialismo. Claro que criança deve brincar também e chega a ser surpreendente isso não acontecer nos parques públicos. Melhor o vídeo game? Vamos combinar né! 

Ah! Uma coisa interessante também (que hoje é uma queixa frequente por ai): dormir é um privilégio dos solteiros sem filhos. Já diziam os meus mais antigos, que devemos aproveitar para dormir tudo que temos direito antes deles nascerem, porque depois eles serão pequenos e levantaremos várias vezes durante a noite; quando crescerem, a coisa piora muito, pois estarão nas festas dos amigos, terão carros e, um dia, nos darão netos, onde o ciclo recomeçará. 

A reportagem sobre o a prisão dos pobres funcionários da empresa aérea dispensa outros comentários, mas vale a pena conferir a tirinha do Porco Espírito a respeito. Os links para as matérias, assim como para a tirinha, estão “coloridos” como expliquei em outro texto. Quanto ao filme, vale a dica... é interessante pensar nessa possibilidade, pois não estaremos lá, mas nossos descendentes estarão. Que tal evitarmos isso (a hecatombe nuclear também deve ser evitada)?


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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