quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Versão Brasileira

”De tempos em tempos, geralmente na lua cheia, o Mago procurava a cidade grande, onde readquiria algum poder, perdido no tempo, visitando alguns lugares e encontrando bons amigos. Geralmente voltava com víveres, não encontrados em “tão tão distante”, mas o que ele mais gostava era de ir ao cinema” 

“Cinema é a maior diversão”, já dizia Luiz Severiano Ribeiro, mas muita coisa mudou: o cinema de rua praticamente acabou (agora é nos shoppings e estabelecimentos semelhantes); o preço tornou-se proibitivo – minha mãe era professora estadual, levava os dois filhos e ainda sobrava uma grana para o lanche (imagina isso hoje em dia); a qualidade dos filmes tornou-se discutível. 

Minha primeira escolha para os dias de folga que, merecidamente, tive recentemente foi “Bom Gigante Amigo” uma associação da obra de Roald Dahl (conhecido principalmente por seus livros infantis, entre os quais figuram "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Matilda"), Estúdios Disney e Steve Spielberg. Com essa coletânea de estrelas, fui na certeza de um ótimo espetáculo, mas não convenceu: história ótima, não explorada da forma correta; dublagem sofrível com erros de português inimagináveis num filme com a chancela Disney (era uma das características até das historinhas em quadrinhos: não falar ou escrever errado), pois o gigante falava atrapalhado mas a tradução poderia passar sem o “ouvo” numa referência ao verbo ouvir (“ouço”). 

- Ah! Você foi numa sessão dublada? 

Filmes dublados são comuns na televisão, até para garantir um acesso legal ao público em geral. No cinema eles ficavam restritos (ou quase) aos filmes destinados às crianças pequenas que ainda não sabem ler. Felicidade dos atores dos estúdios AIC e Herbert Richers que, agora, praticamente todos os filmes do cinema possuem versões dubladas num número maior de sessões que as legendadas (aliás, é interessantíssimo frequentar a sala de espera de um desses estúdios, porque você escuta todas as vozes dos desenhos animados e você não imagina quem esteja falando). Essa ideia é interessante, mas pode apontar para uma “preguiça” ou incompetência do expectador para ler as legendas, sem contar que prejudica os deficientes auditivos (que já andaram reclamando disso tudo). Por conta disso, a sessão que assisti era dublada mesmo (mas era em 3D e essa parte foi ótima). 

O outro filme abriu espaço para falar das Olimpíadas que é o assunto do momento (depois do Pokémon, dos julgamentos políticos, do preço do feijão, do leite, etc). Explico: fui assistir “A Lenda de Tarzan”.

- Mas o que isso tem a ver com as Olimpíadas? 

“Johnny Weissmuller, nascido János Weißmüller (Timişoara, Romênia, 2 de junho de 1904 — Acapulco, México, 20 de janeiro de 1984) foi um atleta e ator norte-americano, famoso por interpretar Tarzan, o personagem de ficção criado pelo escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs. Antes de entrar para o cinema, Weissmuller teve uma carreira excepcional como desportista, tendo conquistado cinco medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. Ele estabeleceu 67 recordes mundiais de natação e ganhou 52 campeonatos nacionais, sendo considerado um dos melhores nadadores de todos os tempos.” (Fonte:Wikipedia) 

- Ahhhhhhhh!

Depois da explicação, o filme foi bom: dublado, vi no último horário do dia e teve o famoso “grito do Tarzan” que também foi obra do Johnny Weissmuller, pelo menos até a revelação de que macaca Chita, fiel escudeira do Tarzan, era um macaco e que, segundo o site Porco Espírito, o grito também era uma dublagem... será? 


  
Boa Noite! Eu sou o Narrador.  

N.N.: Agradeço o trabalho de nosso estagiário, o Quati do Narrador, que conseguiu a autorização da Sofia Leitão para o uso da tirinha do Porco Espírito.  

N.N.2: O que fazia o Samuel L. Jackson (vulgo “Nick Fury”) no filme do Tarzan? Seria o Tarzan, realmente, o primeiro Vingador, ao invés do Capitão América?

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