sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Fotonovela

Na TV paga existe uma série que se chama “Castle” sobre um escritor que acompanha uma equipe da polícia afim de ganhar inspiração para os próprios livros. A série é bem divertida e foi descontinuada no início de 2016. Pelo que eu entendo, essa situação (falta de inspiração) não é incomum, pois existiriam contratos com editoras onde os autores devem lançar um livro de tempos em tempos. Só que inspiração é uma coisa complicada e, às vezes, eles devem tropeçar nesse problema, brilhantemente resolvido na série televisiva. 

Quando vou às livrarias eu procuro evitar autores que possuem muitos títulos à venda, pois o processo de criação, provavelmente por conta desses contratos, pode estar prejudicado e a tendência à mesmice é uma presença inevitável. Geralmente o primeiro livro é muito bom, e o sucesso é garantido porque as vendas dos demais vai por conta da vontade dos fãs em repetir o prazer do primeiro livro. 

Graças à fama e à sugestão de uma vendedora, ganhei de aniversário o livro “No seu olhar” de Nicholas Sparks, que é um desses autores “best-sellers” com várias adaptações de seus livros para o cinema. Ao que parece, o gênero é algo romântico e meloso (eu vi o filme “Um amor pra recordar”), mas nesse livro ele também tenta contar uma história de suspense e é aí que tudo fica complicado. 

O perfil dos personagens é caricatural: o que pareceu é que foi modificando de acordo com a necessidade, no melhor estilo “novela das 8”; pela expressão que minha sobrinha fez quando mostrei o livro, fotonovela seria uma definição interessante para a obra; a descrição das situações era inverossímil para um romance contemporâneo; as cenas de ação eram confusas; as atitudes dos personagens não condiziam com o perfil proposto; enfim, o livro não mostra o sucesso que o autor possui. 

Só que a leitura não é desagradável, apesar de alienante. Se você procura distração descompromissada, é uma opção de leitura; se você procura conteúdo aprimorado, sugiro o Neil Gaiman (que foi o autor que eu escolhi para continuar com minhas leituras). 

Ah! Voltando às fotonovelas, elas fizeram muito sucesso no passado e quem sobreviveu foi a revista Capricho, claro que depois de muitas modificações (hoje em dia ela não apresenta mais fotonovelas). A Wikipédia tem boas informações a respeito para quem nunca viu uma dessas, e vale a pena conferir. 

E o cafezinho estava bom.
 

 
Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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