quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Férias

Nos tempos da montanha, onde as estações poderiam ter outros nomes, esta época do ano era a época do silêncio (ou Primeira Estação). 

Por aqui a coisa não é muito diferente: pessoas de férias, supermercados com poucos víveres, serviços públicos em esquema de plantão e até o sujeito que corta meu cabelo fechou o salão para curtir uma praia (a milhares de quilômetros daqui). 

Na televisão, para quem tem a rede paga, só reprises diárias das séries favoritas, enquanto, na TV aberta, só desastres e algumas outras baixarias para chamar a atenção. 

Como pouco (ou nada) acontece, narrar fatos torna-se algo muito complicado, a menos que você insista nas matérias já exploradas na rede social. 

Já que meu caminho para a praia só virá depois do Carnaval (Sim! Depois! Tente ir nessa época, como fez o barbeiro, e depois a gente conversa) e os víveres já foram providenciados lá nas terras de Alice (essa história eu não contei, mas fica aqui a lembrança de uma ótima visita feita, como sempre), vou deixar aqui uma historinha inventada (qualquer semelhança é mera coincidência) para alegrar esse dia tão chuvoso.

Era uma vez... os contos de fada começam assim e aqui no "Coisas do Narrador" eles também começam dessa forma: 

Um planeta cujas pessoas achavam que eram a única forma inteligente de vida do universo. 

Ledo engano: o tal planetinha equivalia, proporcionalmente, a uma bolinha de golfe, sendo estudado, através de um microscópio, por seres de outras galáxias. 

Na busca de informações, alguns desses seres eram transformados em animais e enviados ao planetinha, para acompanhar os acontecimentos, intervir quando necessário e evitar qualquer tipo de bagunça generalizada, sendo supervisionados por um chefe. 

Só que o chefe, aproveitando a calmaria, tirou férias também e, ao voltar, a coisa já não estava lá como ele havia deixado.

Chamou seus emissários para uma reunião e, como seus nomes são muito complicados, serão referidos com as designações que receberam no planetinha.

Começou "depenando" o Pavão, responsável pela programação da TV: 

- Muito bonito, não é? Já tolerava os filmes de cachorro nas quintas, mas repetir “De volta para o futuro” e “Parque dos Dinossauros” já foi demais! E onde foram parar os temas divertidos de Glee? E o que foi aquilo na madrugada embaixo do edredom? 

- E você? - falando para o Tubarão - Como explica aquela pedra? Eu falei para colocar a música e não o filme todo! E não venha me dizer que seus amigos estavam com fome!

Assim, o chefe foi distribuindo bronca, uma atrás da outra, soltando baba para todos os lados, assumindo um aspecto cada vez mais verde e musculoso. 

- Papagaio! Seu caso era simples: um brinquedo que também tem seu nome para as crianças brincarem ao ar livre e, depois, um caldo para que elas ficassem alimentadas! Ao invés disso, quase surge a terceira guerra mundial! Justo agora que eu ia baixar o último capítulo da “Caverna do Dragão”! Como vou saber se eles voltaram para o parque de diversões ou se eles morreram?

- Cegonha! 
- Ei chefe! “Me inclui” fora dessa que eu não tive nada a ver com aquilo. Lógico que meu bico não aguentaria quatro e, por isso, fui buscar a menina do intercâmbio. 

Puto (CENSURADO) da vida, determinou o fim das pesquisas, demitiu todo mundo e foi curtir seu esporte favorito. 
 
Boa tarde! Eu sou o Narrador.

Agradecimento especial ao Guilherme que gentilmente fez a tirinha. Clique na imagem para ampliar e visite o "Porco Espírito"

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