quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fotografia

”Aquele passeio até o museu era a última coisa que eu pretendia fazer nas férias, só que fazia parte de um trabalho de final de curso e aí não pude deixar para outro dia. Preferia muito mais meu trabalho na confeitaria, onde eu era atendente e também aprendiz de confeiteiro, porque adorava bolos, tortas e pães. Claro que nunca foi meu objetivo seguir nessa profissão, mas era bem divertido. Pedi uns dias de folga e fui. Nunca poderia imaginar que minha vida mudaria nesse dia. 

Na confeitaria, eu fazia um pouco de tudo e tinha um homem que eu era apaixonada. Muito mais velho que eu, sempre aparecia por lá para comprar um lanche. Era simpático, bonito, parecia muito inteligente e me encantei por aquela figura. Só que eu era bem tímida e poucas vezes puxei assunto, no que ele respondia com educação. 

Naquele ano, era véspera do Dia dos Namorados, quando eu descobri que ele era separado e nem namorada tinha, porque outra atendente, tentando me ajudar, jogou uma indireta e ele respondeu. Eu estava meio escondida na cozinha da confeitaria, mas ele me viu, deu um “xauzinho” e foi só. A vontade de falar com ele foi enorme... por mim eu iria atrás para conversar... mas não rolou. 

No tal museu, eu fotografava as peças em exposição, para o trabalho, quando parei numa antiga vitrola que ficava junto com uns rádios e fiquei admirando, quando ouvi sua voz me cumprimentando. Pelo cúmulo da coincidência, o “freguês” da “minha” confeitaria estava por lá também. Foi a primeira vez que conversamos e ele contou algumas histórias sobre aqueles objetos. Pronto! Foi o que bastou! Combinamos um lanche para depois e começar a namorar foi só uma questão de tempo. Foi uma barra porque seus bisavós não queriam e tal, mas acabou que deu certo.” 

- E é por isso que você guarda essa foto, vovó?
- Sim! Foi vendo essas coisas que a gente conversou e, posso dizer, que foi ai que tudo começou. 
- Sente muita saudade dele?
- Eu sabia que ele partiria muito antes de mim, mas valeu a pena todos os momentos vividos durante os cinquenta (74) anos que vivemos juntos.

 ♪ “E quando o dia não passar de um retrato, colorindo de saudade o meu quarto, só aí vou ter certeza de fato que eu fui feliz. O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia..." ♫ Leoni  



Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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