sábado, 25 de janeiro de 2014

Caleidoscópio (Fractais?)

♪“Não é preciso apagar a luz 
Eu fecho os olhos e tudo vem 
Num Caleidoscópio sem lógica”♫ 

Num lugar indeterminado, daqueles que nunca aconteceram, uma menina abriu um velho livro e um turbilhão de lembranças surgiu. 

- Lembra disso? 
- Foi quando vocês apareceram pela primeira vez... 

Nisso as páginas do livro ganharam vida e um jardim apareceu, onde três irmãs brincavam. As duas menores faziam formas na areia, com pazinhas de madeira, e as cobriam com pétalas de rosa, enquanto a mais velha cuidava do entorno desconhecido. 

- Deborah sempre foi cuidadosa, não é mesmo? 

Observar a função foi a melhor opção: as pequenas eram bem ágeis e suas maozinhas criavam triângulos entre triângulos formando estrelas de raro brilho que a mais velha elevou-as a flocos de neve, participando um pouco da brincadeira, vendo ao longe o velho observador. 

- Você gostou do que viu, não foi? 
- Sempre gostei de fractais. 
- Amor incondicional - disse a menina - nós explicamos isso no dia! 

Aproximou-se e sentou. Outras formas semelhantes e infinitas eram criadas a cada momento e, dessa vez, pareciam cristais. A mais nova, que se chamava Adrielle, jogou os cristais para cima, na direção das nuvens, criando uma chuva fina e delicada. Deborah, por sua vez, pegou um girassol e o abriu como uma aura dourada, para proteger as meninas. 

- Adrielle sempre gostou de uma tempestade e um apagão. 
- Ela sempre foi mais irritadinha... 

Por outro lado, a irmã do meio, Ana Beatriz, descobriu que poderia criar novas cores e, assim, os fractais dançariam ao vento, num efeito semelhante ao caleidoscópio, desde que juntasse as pétalas das rosas a algumas folhinhas que estavam à sua volta. Com um pouco mais de esforço, folhas e pétalas foram ao ar, até o céu nublado, espantaram as nuvens, viraram estrelas que iluminaram o suficiente para surgir uma tarde de céu azul, sumindo a seguir. 

Assistir a tudo isso era como um sonho, que jamais seria visto, ou como as flores esquecidas dos caminhos percorridos. Sendo assim, curioso, ele perguntou quem eram: 

"- Somos o que nunca aconteceu... O que foi amado e que nunca pediu o amor... O que amou, infinitamente, no universo da imaginação." Assim elas se foram... como num sonho: a mais velha conjurou um redemoinho de pétalas e luzes, mas ainda deu para ouvir a despedida num risinho... - “Xau” Mago!” 

- Ainda sabe o que fazer com fractais, Beatriz?
- Só você me chama assim... 

♪“Eu quase posso ouvir a tua voz 
Eu sinto a tua mão a me guiar 
Pela noite a caminho de casa...”♫ 

No cesto, amoras vermelhas recém colhidas foram o suficiente para colorir o céu, criando um efeito mágico incomum. Ainda observaram um pouco a obra e, como o pôr do sol, eles desapareceram no horizonte...  




Boa Noite! Eu sou o Narrador.

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