quinta-feira, 8 de maio de 2014

Disparada

♪”Prepare o seu coração, pras coisas que eu vou contar...”♫ 

Já falei por aqui, em algum lugar, que eu gostava muito dos festivais da canção. Era uma coisa bem emocionante, eram alegres e, na época, eu não entendia muito bem do momento político do país (leia-se ditadura). 

O que eu lembro é que eu decorava as músicas e adorava cantá-las. À exceção de “Caminhando” (Pra não dizer que eu não falei das flores), do Geraldo Vandré, e “Sabiá” do Chico Buarque, só lembro da letra toda de “Disparada”, imortalizada pelo Jair Rodrigues e grande vencedora do festival de 1966 (sim, eu sou daquele tempo) ao lado de “A Banda” também do Chico (houve empate). 

Talvez essa identificação faça parte do trecho que fala da morte, do “não” e do conserto (♪“Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar/E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo/Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar...”♫), já que, no final das contas, isso tudo faz parte do meu trabalho. 

'Ta certo que eu demorei um bom tempo para “aprender a dizer não” (acho que foi a última coisa ) e mais tempo ainda para ligar o “foda-se” e até nisso tem versos na música (♪“Se você não concordar, não posso me desculpar/Não canto pra enganar, vou pegar minha viola/Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar...”♫). 

Para não deixar a menor dúvida, talvez eu dissesse que essa é a tal da “música da minha vida”, pois quem me conhece sabe que “na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei” e que “o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo e já que um dia montei agora sou cavaleiro”, mantendo o “laço firme e braço forte, num reino que não tem rei”. 

Bom... hoje o Jair Rodrigues foi “cantar noutro lugar”. Vai se apresentar, mais uma vez, no programa que a Hebe deve estar fazendo por lá. Por aqui, saudades daquele tempo e fica a homenagem do Narrador.  

 
Boa Noite, Jair! Eu sou o Narrador.

Um comentário:

  1. Jair Rodrigues era ótimo. Além de talentoso, era uma pessoa alegre, do bem. Fará falta. Esse mundo está ficando muito baixo astral.

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