domingo, 6 de dezembro de 2015

O Ursinho da Cor do Chocolate

Mais uma história que não foi tão bem contada no “Contos de Fada?” 

Um belo dia... alguns contos de fada começam assim também! 

Ela pensou nele e saiu por ai: destino incerto, dia ainda claro, sem chupar uma bala ou tomar uma cerveja, provavelmente a pé... Ah! Não era o início de um “encontro torto”. 

De repente... 

“Psiu”... Um ursinho, da cor do chocolate, piscou pra ela e fez uma sugestão:“Que tal me levar com você?” 

Achando tudo meio esquisito, já que ursinhos não falam (muito menos os de plástico), ela olhou para os demais objetos cuidadosamente dispostos numa estante, e acabou aceitando a sugestão. 

O ursinho, de tão contente, sugeriu também uma pequena cadeira de balanço, onde dois corações comporiam assento e encosto, permitindo pousar duas folhas de cristal. Gostando dessa ideia, agradeceu ao ursinho e resolveu utilizar as folhas para enfeitar com a mais bela imagem que simbolizasse o Natal. 

Embrulhado o presente, poderia ter entregado pessoalmente, mas preferiu um portador que chegou de surpresa. A doce lembrança natalina foi recebida com tanto carinho que ganhou lugar de destaque junto com outras coisas que importavam muito, já que era algo muito importante também. 

Só que uma pergunta ficou no ar: teria sido um ato falho ou uma travessura de Ana, a significativa inscrição quase escondida... “Life would be BETTER with you by my side”? 

- Eu já li várias histórias suas, Guri. Você tem o dom de sentir o que escreve e isso é bem diferente do que ser narrador. 
- Bom... – o menino enrubesceu ao ouvir o comentário de Melinda - só que a história continuou e essa parte eu somente assisti. 

Há tempos, houve uma ciranda que o Mago pedira à Ana, só que “o amor que era tão grande que nem vidro se quebrou.” Vários encantos vieram dai; muitas histórias, muitos momentos e o amor foi contado em prosa e verso, em cantos e cantorias, durante muito tempo. Também foi falado da falsidade, do egocentrismo e da crueldade que eventualmente o cerca quando, num simples falar sem tato, sem qualquer delicadeza, desfere-se um golpe mortal. 

No seu franzir da testa, Adrielle entendeu o recado da irmã e, juntas, sempre de mãos dadas, começaram a estalar os dedos causando tamanho alvoroço, que até o bravo Guardião baixinho ficou assustado. 

- Pronto! Isso aqui precisava de algumas mudanças! – disseram, em uníssono. 

Voou cadeira, explodiram vidros, desfolharam livros, desfeitos acordos, feitos embrulhos, uma confusão danada, e saíram Narrador, Guri e até Melinda, pela janela mesmo, antes que a coisa sobrasse em cima de suas cabeças. Do presente nada restou: o plástico foi destruído e queimado junto com a imagem (que já não parecia tão bela assim), mas o ursinho foi poupado e ele foi embora num outro dia qualquer.  


Boa Noite! Eu sou o Narrador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário