segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Morando num Shopping

Outro dia alguém me perguntou o que era subúrbio, designação de determinada região do Rio de Janeiro que contempla o entorno da via férrea, inicialmente da Central do Brasil e posteriormente e melhor caracterizada pela Leopoldina. Como disse Vilma Homero, no artigo “Subúrbios: 150 anos de história carioca”: “as áreas ocupadas por uma população operária ao longo da via férrea, que vão de Santa Cruz até São Cristóvão, começam a ser identificadas pejorativamente como subúrbio – a sub urbis. Subúrbio, portanto, eram as áreas distantes do Centro, que não contavam com a infraestrutura e os símbolos de poder econômico...” Quem entende bem dessas coisas é minha prima, também citada nesse artigo, mas acho que não falei muita bobagem. 

Longe dessa história toda, o que se sabe é que o subúrbio cresceu e conta, já há alguns anos, com uma ótima infraestrutura, faltando somente a praia e a definição do que é o “lado de cá” e o “lado de lá” do Méier. O comércio é excelente, existe o Metrô, a Linha Amarela e as ruas com vilas, onde as famílias crescem desde a época das fábricas de tecidos. Justamente no que sobrou de uma delas, a Nova América, cuja sede foi transferida para Duque de Caxias, foi construído um shopping, que manteve o nome, e que hoje é um complexo logístico inacreditável. 

O Rio de Janeiro é uma cidade que se reinventa: há a dengue, a problemática dos serviços públicos de saúde, a confusão das “obras da Copa” que ainda não acabaram e emendaram nas “obras das Olimpíadas”, o calor insuportável, mas nada disso consegue tirar o título de melhor cidade do mundo e o visitante é quem diz isso. Chegar de avião no Aeroporto Santos Dumont (se não aparecer o Godzilla) proporciona a paisagem mais bonita que eu já vi em pousos. 

Por motivos técnicos, que não vêm ao caso, nessa minha passagem pelo Rio resolvi ficar no subúrbio, perto de onde já morei. Escolhi um hotel, claro, mas onde ele fica? Por incrível que pareça, no Shopping Nova América

Uma característica muito legal dos shoppings do Rio de Janeiro é a descontração das pessoas que não se incomodam com o que vestem (não é desfile de modas) e vale a associação “bermuda + chinelo de dedo” sem problemas. A alegria e o colorido contagiam o visitante e as opções gastronômicas atingem todos os gostos e “bolsos”. É um lugar muito bom de passear; “morar” nele, então, melhor ainda, pois você pode olhar tudo e deixar para comprar no dia seguinte, antes do “check-out”; ainda pode tomar uma cerveja, pois você não via dirigir depois; ainda pode ir ao cinema e sair tarde sem problemas de assaltos e toda essa violência urbana; se precisar ir a outros bairros, o acesso ao Metrô é dentro do shopping. Por último, se você estiver acompanhado por alguém que não resiste a "lojinhas" e você não está com saco para isso, é só ir para o seu quarto e combinar algum horário de encontro mais tarde e isso não vai gerar qualquer crise (a menos que você "empreste" o seu cartão de crédito").

Enfim, mais uma invenção do carioca que vale a pena conferir.  


Boa Dia! Eu sou o Narrador.

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