quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

V.J.M.J.

” V.J.M.J” – Viva Jesus, Maria, José – Sigla que ficava à esquerda do cabeçalho de qualquer coisa escrita no caderno do colégio... daqui a pouco você vai entender isso melhor. 

Acabei de notar que os últimos dois textos começaram com “outro dia”. Essa repetição de ideias, associada a repetição de piadas, comentários e movimentos podem ter um significado patológico, mas eu prefiro pensar que é o crescer da idade que começa a aparecer de forma mais nítida. Uma amiga comentou que estávamos na “adolescência da terceira idade” e achei essa referência muito significativa. Considerando como certa essa possibilidade nem tão remota assim, alguns cuidados já devemos tomar, incluindo uma barra no box do chuveiro (antes que seja tarde). 

Aprendi com o Velho Pai que, em visita a algum local distante onde exista algum amigo, devemos avisar nossa presença sempre que possível. Fiz isso em Lisboa (deu trabalho, mas encontrei minha amiga que mora lá), em São Paulo e, agora, no Rio de Janeiro/Petrópolis, onde faço o circuito tradicional de final de ano, mas não pude avisar a todos que eu gostaria de encontrar. Representaram meus amigos, a Angelina e a Patrícia e, aos demais, deixo aqui um abraço. Essa coisa de avisar e visitar só eu que faço, mas gostaria que outras pessoas fizessem também. É uma forma de rever as pessoas importantes; aquelas que lá estarão; aquelas que fazem a diferença. 

Dessa vez houve outro acontecimento. Em 1971, um grupo de pré-adolescentes começou a transição para o mundo real: entraram para o cobiçado grupo de alunos do Colégio Marista São José que ficava na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. Era o “São José de baixo” (havia outro na Usina, que era “o de cima”); um colégio de excelência, à época, só de meninos (alguns anos mais tarde entraram as meninas). Foram quatro anos de “ginásio” e três de “científico”, onde aprendemos as regras de sobrevivência na selva urbana (ninguém falava de bullying, ninguém morreu por causa disso, mas era a guerra adolescente no seu melhor significado). 

Comandado pelos Irmãos Maristas, uniforme tinha que ser impecável: calça de tergal, sapato “Vulcabrás”, camisa social de maga curta com o símbolo do colégio bordado no bolso; cabelos curtos também, senão aparecia o “Moita”, nosso querido diretor Irmão Roberto, apelido devido à sua habilidade de surgir no meio do “alunado” e puxar os cabelos que se rebelassem à ordem anti-piolho. 

O rigor na educação e no ensino não impedia o lazer e a diversão; muitas coisas boas aconteceram e as lembranças vieram à tona no último dia 21, quando fui visitar o velho colégio, que andara fechado, quase foi demolido, longa história que não interessa agora, com um grupo de ex-alunos daquele tempo. “Bola-ao-mastro” e “dedobol” foram os primeiros comentários que surgiram; muitas histórias foram contadas sobre as brigas (imagina um colégio só de meninos: a coisa não era muito fácil não, mas nada disso virava mágoa ou rancor depois), sobre as gincanas, olimpíadas e passeios, para o deleite dos nosso anfitriões, bem mais jovens, e que agora tentam resgatar essas lembranças. 

Meu caminho de final de ano ainda não terminou, daqui a pouco vou fazer outras visitas e no final da tarde estarei em casa, lá com o Velho Pai, pois casa não é onde a gente vive e sim, como dizia a velha canção: “...a house is not a home, when there's no one there to hold you tight, and no one there you can kiss good night” 

 
Bom Dia! Eu sou o Narrador.

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